— Que tipo de tentação é essa? Eu estou ficando louco. Melhor eu ir embora. - Levantei disfarçando a vontade de tê-la.
— A noite, passa aqui, quero muito falar com você.
— Passo, até. - Dei um beijo na testa dela e não deixei de comentar - Você é uma ninfeta muito gostosa. - Não vi como reagiu, mas a olhei dos pés a cabeça e sai.
Isabelle:
Eu sorri com aquele comentário, nem tinha percebido que estava com um pijama, mas ele fez questão de ver e de me dizer que estava vendo.
Troquei de roupa e tentei ligar para o celular do meu pai e era sempre a mesma voz "Deixe uma mensagem" apenas deixei a mensagem:
— Me atende, pai... Eu imploro que me atenda! Imploro.
Fui comer alguma coisa, apesar de estar sem fome, mas acho que só comi um pouquinho de manhã. Estava preocupada com meu pai, minha mãe disse que havia o deixado sem nada para viver, ela disse como se tivesse ganho uma guerra, qual a necessidade de fazer isso com ele? Qual a necessidade?
Ouvi a porta bater e Anne estava soluçando como se chorasse, fui imediatamente para a sala:
— O que houve com você? Anne? - Perguntei a olhando e minha mãe não a deixou responder, tapando sua voz.
— Ela está chorando por besteira, criança chora por besteira. - Eu tinha uma vontade de bater nela, apesar de ser minha mãe.
— Eu perguntei pra ela. - Neste momento Anne correu para mim, abraçando minha cintura, ainda chorando.
— Não seja mal educada, Isabelle. - A olhei.
— Mal educada? E é porque não viu o que se passa em minha mente. - Anne me olhou.
— Eu vi o papai... - Falou ela e isso me fez abrir uma gotinha de esperança.
— Viu? Aonde você o viu? Aonde? - Novamente ela tapou a voz da Anne.
— Mal viu ele, nem sabe se realmente era ele.
— Ele é nosso pai, é normal que a gente queira vê-lo! Anne onde você viu ele? - Perguntei e Anne já parava de chorar.
— Em uma praça, não sei o que ele estava fazendo, mas tinha cartas parecidas com as de uno nas mãos. - Cartas parecidas com as de uno? O que?
— Cartas? Anne vem comigo. - A peguei pela mão.
— Aonde pensa que vai, Isabelle?
— Não preciso responder, xau Hellen. Só não morda a língua hein. - Sai com a Anne sem pensar antes.
— Eu quero o seu bem, filha, só quero o seu bem. - Sussurrou ao ouvir "Hellen".
Fui em busca do meu pai na praça que a Anne provavelmente tinha o visto, mas foi uma tentativa perdida, porque não estava lá. Aproveitei para descansar um pouco em um dos bancos da praça:
— Tem certeza que viu o papai aqui? Nessa praça? - Perguntei a olhando.
— Foi nessa. Ele estava onde aqueles homens estão. - Ela apontou para alguns homens que jogavam dominó.
— Anne, ela não te deixou vê-lo?
— Não, eu pedi duas vezes. Ela não deixou. - Levantei a cabeça e suspirei.
— Papai, apareça por favor! - Pedi aos sussurros.
Ruan:
Se eu tivesse ficado por um segundo a mais naquele quarto, eu iria tarar aquela menina, sem dúvidas... Foi melhor vir embora, tentação tem limites. Fui pro meu rancho e descansei um pouco, a mãe de Isabelle parece ser completamente esnobe, só de vê-la percebi isso o pior é que comigo não funciona isso de esnobar, vou surpreender ela de uma forma que vai enlouquecer de medo. Ouvi toques na porta e era Peralta:
— Entra moleque. - Ele adentrou e eu já fui lhe servindo um pouco de uísque.
— Mano, já levei o Léo para casa de Samara, ela ficou aborrecida velho. O que prometeu para ela?
— Prometi um pouco da minha atenção, mas ela vai esperar muito por isso, não vou ficar com ela. - Peralta riu.
— Ela acreditou que ia ficar com ela? É uma idiota... Pô! Embora seja gostosa. A noite vai ter encontro de motoqueiros, vamos? - Lamento Peralta... Lamento.
— Não, tenho outra coisa pra fazer. - Peralta fez aquela cara de sempre.
— Faz um tempo que você não vai lá.
— Não vem com essa. - Tomei um pouco do uísque - Minha vingança contra o riquinho só começou, ele vai ver o que eu ainda tenho para fazer com ele.
— Ele acabou com Léo, faz quase três meses que aquele acidente aconteceu... - Dei duas tapas leves nas costas de Peralta.
— Todo mundo tem sua sentença, e a dele está para começar. Mas, que seja demorada, assim é melhor não é? - Afirmei tomando o resto de uísque que havia em meu copo.
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Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)
RomanceAs diferenças gritavam entre os dois, enquanto ela era o acerto dele, ele seguia sendo o erro dela. Ruan é um motoqueiro acostumado com as ruas e os desafios duros da vida, conseguindo tudo com muito esforço. Enquanto Isabelle é a primogênita com um...