54º Capítulo

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— Sim, exatamente isso.

— E essa garota é bonita? - Eu não ia falar nenhuma mentira.

— Ela é divina. - Andressa me olhou mais séria.

— Eu gostaria de vê-la, juro.

— Isso séria um tanto raro, mas não é impossível, então... Torça! - Ela sorriu vindo até mim.

— Uma garota que consegue te apaixonar, é realmente uma grande jogadora. - Eu toquei-a no rosto e ela beijou minha mão fechando os olhos.

— Você é amável. - Ela sorriu.

— Eu vou pra casa e a noite vou te ver no racha. - Apenas balancei a cabeça em sinal de um sim.

— Vai lá. - Ela me deixou sozinho e eu olhei pra parede pensativo.

Isabelle narrando:

Após as compras eu apenas dormi a tarde e já tinha combinado de ir com Fabíola na pista de rachas as 20 h. Acordei as 18 h e tomei um bom banho, coloquei uma roupa considerável e ainda penteando o cabelo disse para o meu reflexo no espelho:

— Você tem que provar pra si mesma que as coisas vão ser diferentes. - Disse e quando olhei a hora, faltava vinte minutos para a hora combinada, então eu pedi a Marques para passar na casa dela e pedi pra ele nos deixar em uma rua antes, para não deixar pistas, apesar de achar que ele sabia.

Caminhamos até a pista dos rachas e Fabíola estava amedontrada, várias motos estavam reunidas, mas não vi a de Ruan, ficamos escondidas e eu pude ver Ruan chegar por volta das 21 h, parou a moto e comprimentou os demais motoqueiros, estranho foi ver uma garota o agarrar pelo pescoço, o que eles tinham? Então Ruan subiu na moto e todos se alinharam para começar a corrida, outra ação estranha foi elas terem tirado a blusa para subir na moto deles, e a mesma que agarrou ele pelo pescoço ia subir na moto dele quando eu sem pensar, apenas irritada, gritei o nome de Ruan indo até perto das motos:

— Ruaaan! - Gritei forte e alto, como toda minha vontade.

— O que é isso? - Perguntou uma garota quase dando a largada, então todos olharam pra trás sem entender e eu não tive nenhuma reação, então Fabíola se aproximou de mim.

— O que está fazendo? - Sussurrou em meu ouvido.

— Desce daí garota. - Gritei sem me importar, e ela me olhou.

— Está falando comigo, menina? - Perguntou e eu a encarei.

— Sim, é com você. Não vai correr na moto dele. - Afirmei e ela veio até mim, e Ruan olhava como se estivesse assistindo um jogo de futebol.

— Quem é você pra me dizer onde eu vou correr? Sua tampinha. - Tampinha? Que vadia! Eu me aproximei dela e ela me encarava.

— Arrume outro. - Disse alto e ela riu.

— Ruan resolve isso, pô! - Disse Peralta o olhando.

— Acho que você é a garotinha que ficou com ele antes. - Disse e eu me esganicei.

— Garotinha não! E é, eu sou a garota que ficou com ele. - Ela me olhou odiosa.

— Lamento queridinha, você é carta fora do jogo, ultrapassada. - Eu ri com o que ela disse, afim de provocar.

— Ele não acha isso! - Disse alto e ela riu.

— Ontem ele me disse isso, enquanto transávamos. - Vadia! Eu lhe dei um tapa na cara com força e ela descontou, então eu pensei em como Ruan faria se fosse ele, então ao invés de tapa, eu lhe dei socos, não sei o que deu em mim, mas virei praticamente uma boxeadora.

— Ruan! Entra no meio. - Gritou Peralta tentando nos separar e Ruan com um sorriso me puxou com força, me deixando imóvel.

— Me solta! Eu quero dar uma bifa nessa vadia. - Gritei e Ruan tapou minha boca com a mão.

— Maldita pirralha. - Gritou ela com o rosto vermelho, e com sangue escorrendo do nariz. Peralta a segurou. Eu tentei dizer mais Ruan continuava tapando minha boca.

— Toquem o racha, você leva Andressa, eu vou resolver isso com ela. - Disse a Peralta que soltou a vadia.

— Não  vou mais correr, me dêem lincença. - Ela sentou em uma calçada.

— Eu já tenho uma parceira. - Eu ainda estava imóvel nos braços de Ruan, que ódio.

— Não, ela vai ajudar Andressa. Corre com... aquela garota parada ali. - Disse Ruan olhando pra Fabíola.

— Não, não. Eu não. - Disse ela e Peralta a olhou.

— Vem. - Disse e Fabíola morrendo de medo, andou até Peralta. Eu continuava sem poder falar e me mexer.

— Eu vou ter um infarto. - Retrucou e Peralta subiu na moto dele.

— Corre de blusa. - Ela subiu na moto com as pernas trêmulas. Novamente as motos se alinharam e os motoqueiros comentavam entre si o acontecido, a garota deu a largada e eles saíram deixando um vazio na pista, então Ruan me soltou.

— Palmas pra você. - Disse rindo.

— Como assim palmas?

— Você foi excelente. - Retrucou e eu o olhei.

— Pareci Anderson Silva. - Ele continuava rindo.

— Eu esperava menos de você. - Retrucou.

— Ruan, para. - Disse e ele parou de rir.

— Por que fez isso? - Perguntou me encarando.

— Eu não sei, é que foi difícil pra mim ver aquela garota te agarrando... - Ele fez uma expressão bem calma.

— E por que estava aqui?

— Quis ter certeza... Do que eu sinto.

— Melhor irmos pra ponte. - Disse caminhando e olhando pra mim, o acompanhei.

A ponte era uma mais uma estrada interditada, que tinha parte de seu solo quebrado e destruído, cortada por um lago escuro. Ficamos sentados nos muros da ponte:

— Eu não queria que fosse daquela forma, eu não tinha a intenção de sair no tapa com ela. - Disse e Ruan olhava pro lado, jogando pedras e observando como e onde caiam.

— Não acho que tenha sido tão errado, ela foi bem ofensiva com você. - Afirmou.

— Quando disse "Quando transávamos ontem", ela pediu pra levar uma porrada.

— Eu não disse isso quando estavamos transando, eu disse depois. - Eu o olhei.

— Disse isso? - Ele me olhou.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora