59º Capítulo

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— Me deixem a sós com ela! Por favor, quero falar com ela. - Disse olhando para mim.

— Você vai dormir logo. - Disse o médico e Pietro falou alto.

— Não me interessa, eu quero falar com ela! Ouviu? Saiam desse quarto, saiam! - Gritou e após alguns segundos todos saíram, fechando a porta.

— Pietro, amigo. - Abracei ele mesmo deitado, e ele voltou a chorar.

— Isabelle eu tenho que sair dessa cidade, eu passei pela morte mais uma vez. - Disse.

— Eu sei disso, olha, quero muito que fique bem e vá pra Miami, você não merece isso. - Ele tocou meu rosto.

— Você vai comigo? - Perguntou me olhando e eu o olhei sorrindo.

— Claro, amigo. Claro que eu vou com você. - Ele me olhou.

— Perdi minhas pernas, a vingança foi concluida.

— As pessoas são vingativas, não temos muito o que fazer pra mudar isso. - Disse o olhando.

— Você ainda gosta de Ruan? - Perguntou praticamente fechando os olhos. - Me responde, estou com sono. - Disse.

— Dorme, você vai ficar bem. - Ele fechou os olhos, o sedativo fez efeito. E eu deixei o quarto.

Eu fiquei triste com a reação de Pietro ao saber que por enquanto suas pernas não podem andar, deve ser muito difícil para ele, eu imagino! Minha mãe estava tão animada para a viagem, tão animada, eu não conseguia ficar animada, eu sei que é o que eu sempre quis, mas eu não sei se agora eu quero realmente sair daqui e fugir de tudo, e o que eu sinto pelo Ruan? O amor que eu tenho por ele? Não vou conseguir deixar pra lá. Eu vou tentar mais uma vez, vou falar com ele e pedir pra nós nos encontrarmos nem que seja pela última vez, eu preciso pedir desculpas e falar algumas coisas. Pensei em ligar pra Ruan, mas difícil vai ser ele atender. Do jeito que ele é! Então pensei "Tenho que tentar", e duas vezes chamou, três, quatro:

— Me diz, Pietro foi decepado e você acha que fui eu! - Disse ele, e mesmo sendo atendida com uma irônia, ele atendeu.

— Olha não, não é isso. Não é nada dele, Ruan! - Falei.

— Se não foi nada com ele, sinceramente não sei o que possa ser. - Falou com um tom desinteressado.

— Eu quero muito falar com você, hoje a noite. Eu sei, eu sei... Deve estar morrendo de raiva de mim, mas eu não fiz por mal, eu não fiz... - Ele interrompeu.

— Não me importa o que você acha, o que importa é o que realmente aconteceu. Quer falar comigo. De boa, aonde? - Perguntou.

— Queria muito que fosse naquela casa onde eu e você... é... Eu e você... Ficamos... Naquele dia! - Disse um pouco travada, e tive medo do que ele ia responder.

— Lá? Está certo. - Antes que ele desligasse eu me adiantei.

— Me pega às 19 h, certo?

— Certo, Isabelle. Certo! - Desligou o celular.

Ruan narrando:

Não sei porquê ela quer me encontrar e porquê quer que seja na velha casa, eu não compreendo ela, uma hora ela é a garota mais estúpida que eu conheci e outra hora é a mulher mais autêntica de todas, eu não sei o que eu posso esperar dela, se vai me pedir desculpas pela bobagem que fez. Eu tomei algumas doses e eu disse que iria e que passaria para pegá-la, e eu não vou fugir do que eu disse que faria. Já estava perto da hora em que combinamos que iriamos nos encontrar, a hora combinada pela princesinha chegou e ia buscá-la, e quando cheguei em frente a sua casa ela estava sentada no meio-fio, eu parei a moto em sua frente, de forma que a assustou:

— Poxa, quer me matar mesmo. - Disse ela e eu a olhei.

— Não mato, porquê você serve pra algumas coisas ainda. - Disparei e ela abominou o que havia dito.

— Ruan, me ajuda a levantar. - Disse e eu a peguei pela mão a levantando.

— Vamos logo, quero que isso termine logo. - Ela subiu na moto e eu tirei o capacete que estava em mim.

— Toma! - Disse e ela me olhou.

— Não, é seu! Você vai com ele! - Teimosia na hora errada!

— Garota, eu quero te dar ele, coloca ai e ponto final! - Ela colocou e eu avancei a moto a fazendo segurar em mim.

Isabelle narrando:

Ele me levou à casa, e eu queria que aquela conversa fosse ali, porquê acho que é o lugar onde eu fui mais feliz com ele. Ao chegarmos ele teve que acender algumas velas, e ficamos praticamente no escuro, bom, só dava pra ver ele:

— Ruan, não quero que fique em silêncio. - Retruquei e ele me olhou.

— Você quer falar comigo, não eu com você. - Disse e eu tive vontade de sair dali e me jogar no lago.

— Quer saber, você é um babaca! É um babaca! - Sai da casa segurando uma vela, indo para a direção do lago e a lua estava iluminando todo o ambiente.

— Volta, ninfeta! - Gritou e eu tinha uma ideia meio louca na cabeça.

— Não, eu não quero voltar, ai, senhor! - Eu derrapei em uma pedra e cai no lago. - RUAN! RUAN! - Eu sei que eu sei nadar, mas não vou nadar! Então ele veio até a porta e não me viu.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora