Salvos pelo pai de Annabeth

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Eu gostava bastante de voar por aí com Blackjack, afinal é um meio de transporte extremamente rápido, ou era para ser, já que a essa altura do campeonato o Pegasus simplesmente parou no meio do caminho para o Monte Otris para compras suas rosquinhas açucaradas. E não, ele não aceitou o argumento de que provavelmente o mundo pode depender da minha ajuda.

- Isso foi ridículo. - Falei entregando o saco com as rosquinhas para o alazão negro. - A fila estava enorme nas duas lojas que você me obrigou a ir.

- Hey, chefe. - Disse ele em minha mente. - Não fique bravo, todo mundo precisa de combustível extra.

- Não vou discutir agora. - Suspirei montando no Pegasus. Finalmente rumando para o meu destino final. As nuvens estavam espessas e parecia que a qualquer momento iria cair uma tempestade daquelas.

Olhei para baixo, já estávamos chegando perto da montanha. O cenário de cidade grande com casas enormes foi sendo substituído por uma floresta de pinheiros. Eu observava a estrada de terra a procura de algum sinal das meninas.

Infelizmente eu encontrei, quase no topo da montanha um carro destruído. Pedi para Blackjack descer, meu coração estava acelerado. Elas não poderiam ter morrido, poderiam?

Verifiquei o carro em busca de algum rastro, mas graças a Caos não tinha. Olhei para o chão vendo rastros de duas pessoas rumo ao topo da montanha, parecia ter sido feito a um certo tempo o que quer dizer que as meninas provavelmente já estavam no topo do Monte.

- Alguma coisa? - Blackjack perguntou quando me aproximei, seu tom parecia culpado. Neguei com a cabeça e subi nele pedindo que me levasse ao topo do Monte.

Eu estava nervoso, com medo que quando chegasse fosse tarde demais. Quando estávamos perto consegui avistar uma movimentação na base do topo, quanto mais me aproximava, mais a imagem ficava nítida. Consegui ver Annabeth com sua adaga apontada para um garoto loiro e vi Zoe e Artemis em frente a um homem alto e moreno.

Mas o que mais me assombrou foi quando meus olhos pousaram em Thalia, ela estava ajoelhada de cabeça baixa e mantinha as mãos para o alto segurando uma massa condensada de nuvens.

- Não! - Zoe gritou. Ela saltou entre seu pai e Ártemis e atirou uma flecha diretamente na testa do Titã, onde se fixou como um chifre de unicórnio. Atlas bradou de raiva. Ele varreu sua filha para o lado com as costas de sua mão, mandando-a voando para dentro das rochas negras.

Eu quis gritar o nome dela e correr em seu auxílio, mas eu sabia que dar as costas aquele cara era uma péssima ideia. Pulei de Blackjack pousando em frente ao Titã que me olhou curioso.

- Mais um semi deus? Cronos vai ficar muito feliz em saber que já eliminamos boa parte de seus adversários.

- Eu diria que ele vai ficar decepcionado ao ver que seu general é tão merda que não consegue dar conta de três semi deuses. - Respondi no mesmo tom do Titã. Ele não respondeu apenas avançou para cima de mim e apesar de ser um homem grande ele era bem ágil.

Peguei contra corrente bem a tempo de travar um golpe que provavelmente me decapitaria. Ele ficou surpreso com a minha força e aproveitei a oportunidade para dar um chute em seu joelho, o que o fez se dobrar e depois chutei sua barriga. O titã voou alguns metros, pousando perto de Artemis.

Então Atlas se virou para Ártemis parecia estar ferida. Ela não se levantou, ela estava perto de Thalia, se aproveitando da situação ele apunhalou para


baixo. Rápida como o pensamento, Ártemis agarrou a haste de seu dardo. O objeto atingiu o chão bem ao lado dela e ela o puxou para trás, usando o dardo como uma alavanca, chutando o Lorde Titã e mandando-o voando sobre ela, eu o vi caindo em cima de Thalia Atlas a atingiu e ela não tentou segurar. Ela apenas deixou ser empurrada para fora do caminho e rolou com tudo.

O peso do céu recaiu sobre as costas de Atlas, quase achatando-o até que ele conseguiu se ajoelhar, debatendo-se para sair debaixo do peso esmagador do céu. Mas era tarde demais.

O Filho de CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora