Uma visita inesperada.

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Eu estava em mais uma reunião chata do concelho. Estávamos decidindo o que faríamos sobre a volta do meu não tão querido sobrinho Cronos. Tudo indicava que ele logo despertaria. Começou com alguns meses atrás quando o raio de Zeus e o elmo de Hades foram roubados. Infelizmente quem o fez foi um semideus filho de Hermes que era amigo de Thalia. Eu tive que impedi-la de chegar perto do acampamento meio-sangue para que ela não descobrisse nada antes do tempo, caso isso acontecesse seria bem provável que eu fosse morto por três irmãs raivosas, enquanto estivesse no meu sono da beleza, e sim ele faz efeito.

- Então Percy acha que Thalia está pronta? - Perguntou Hemera me trazendo para a realidade. Pensei a respeito, desde que começamos a namorar parece que a filha de Zeus se dedicou mais. As vezes acho que ela pensa que não é o suficiente para mim e isso me irrita.

- Acredito que sim. - Respondi. - Ela está controlando perfeitamente seus poderes e seu temperamento está mais maduro. Ela será uma boa líder. - Falei a última parte com um certo orgulho.

- Mas o acampamento já não tem um líder? - Perguntou Tártaro confuso. Eu neguei com a cabeça dando um longo suspiro.

- Denis Carter não é um herói, muito menos um líder. - Falei fazendo uma careta de desgosto. Nunca gostei dos falsos heróis, talvez por eles serem contra aquilo que acredito. - Ele se aproveitou dos seus companheiros de missão na última vez. Se não fosse pela filha de Atena ou pelo Sátiro tenho certeza que a missão teria sido um fracasso.

- Ele ainda te dará uma grande dor de cabeça irmão. - Murmurou Ananke me olhando com pena. A olhei curioso mas ela desviou o olhar voltando a encarar meu pai.

- Bom se era só isso. - Falou meu pai chamando a atenção de todos. - Reunião encerrada. - Não esperei para conversar apenas me teletransportei para uma clareira aonde minha namorada treinava. Apareci no topo de uma árvore, dali pode ver o quanta ela estava concentrada em resumir o boneco de treino a entulhos. Quando o boneco já estava quase destruído ela convocou uma raio queimando o pobre ser inanimado.

Bati palmas chamando a atenção da morena, que olhou para mim com diversão. Desci da árvore parando em pé bem a sua frente.

- Olá. - Comprimento dando um sorriso de orgulho. Ela realmente tinha evoluido de uma adolescente irritada com a vida para uma guerreira comprometida com o bem dos outros.

- Olá. - Falou se aproximando e me dando um selinho e quando eu tentei aprofundar o beijo ela se afastou, me olhando repreendedora. - Não comece Perseu, eu estou toda suada.

- Mas meu amor, você sabe que eu não me importo. - Falei fazendo biquinho.

- Mas eu sim. - Falou se afastando mais. Bufei cruzando os braços. Ela riu um pouco, porém não voltou a se aproximar. - Como foi a reunião?

- O mesmo de sempre. - Falei indo me sentar em um tronco que tinha ali. Não que eu não gostasse de falar com Thalia sobre os assuntos discutidos, é só que as leis me impedem. Além disso ela terá que vivenciar isso por si mesma. - E como foi seu treino?

- O que acha? - Perguntou erguendo uma sombrancelha, depois voltou a beber sua água enquanto me olhava esperando a resposta.

- Pelo estado do Alfredo foi violento. - Respondi encarando o boneco em pedaços.

- Você deu nome ao boneco de treino? - Ela perguntou entre chocada e divertida.

- Ele era muito querido por mim. - Falei dando de ombros. - Me acampanhou em muitas lutas de mentira. - Thalia apenas negou com a cabeça.

- Você é impossível garoto. - Falou sorrindo negando com a cabeça. - Agora vou tomar banho.

- Posso ir junto? - Perguntei inocente. Sabia resposta dela, mas não custa tentar.

- Claro. - Ela falou parando de andar e me olhando por cima do ombro, um sorriso malicioso estava estampado em seu lindo rosto. E eu? Bem estava chocado demais para poder mover um músculo. Quando me recuperei do choque sorri como bobo e estava prestes a levantar quando ela continuou. - …Que não. - Thalia falou e saiu rebolando como se nada tivesse acontecido. Meu sorriso morreu e eu passei as mãos no cabelo exasperado. Essa garota ainda vai me levar a loucura. Pensei me deitando no tronco.

- Pensei que você já fosse louco. - Ouvi uma voz bem conhecida falar.

- Ouvi dizer que as melhores pessoas são assim. - Comentei não me movendo da minha confortável posição. Pude ouvir a risada feminina ao meu lado. - O que faz aqui Afrodite? - Perguntei me sentando no tronco e encarando a deusa do amor. Ela estava na sua verdadeira forma o que me deixou mais confortável, já que essa era sua forma mais pura. Ela era ruiva de olhos azuis, era bronzeada e vestia um vestido branco.

- Vim visitar um velho amigo, não é óbvio? - Disse sorrindo e se sentando ao meu lado.

- Quando se trata de você nunca é. - Resmunguei. A deusa riu.

- Eu tenho uma missão. - Falou assim que parou de rir. - Tenho uma filha chamada Chloe, ela está sendo maltrada por seu tio malvado. - O rosto da deusa assumiu um ar sério.

- Afrodite eu não posso me meter em missões e você sabe disso. - Falei um pouco triste por não poder ajudar.

- Mas a filha de Zeus pode. - Afrodite disse me encarando como se tivesse me pedindo. Eu neguei com a cabeça.

- Infelizmente não Dite. - Devolvi. Afrodite me olhou desolada, porém acentiu e se levantou. Aí me lembrei alguém que pode fazer isso. - Mas sei de alguém que pode. - Afrodite me olhou com esperança e eu sorri com isso.

- Quem? - Perguntou praticamente dando pulos de alegria.

- Zoe Nightshade. - Respondi. Os ombros de Afrodite caíram e ela me olhou triste.

- Ela nunca irá me ajudar. - Falou sua voz chorosa.

- Por que você acha isso? - Perguntei não entendo o motivo daquilo.

- Ela acha que foi eu que a fez se apaixonar por aquele deus menor. - Ela falou a última parte com nojo. Lágrimas começaram a cair de seus olhos. Então eu me levantei e abracei, tendo plena consciência que se Thalia me encontrasse assim eu possivelmente iria fazer uma visita forçada a tia Ordem que no momento está cuidando do vazio.

- Não se preocupe com isso. - Falei me separando e secando suas lágrimas. - Zoe foi minha aluna, tenho certeza que ela irá ajudá-la, além disso Júlia pode influencia-la.

- Você acha? - Perguntou a ruiva sorrindo.

- Tenho certeza. - Afirmei com convicção. - Apenas vá lá, e explique a situação.

- Obrigada por mim ajudar Percy. - Ela falou e me deu um beijo na bochecha se afastando. - Estou te devendo uma. - Com essa última frase ela se desapareceu em uma nuvem rosa.

- Estava falando com alguém? - Perguntou a Thalia brotando de Caos sabe onde. É oficial, agora eu vou morrer.

O Filho de CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora