Jantar Animado.

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Havia chegado ao acampamento dois dias atrás. Os campistas estranharam a minha chegada, já que estávamos no final do verão e estranharam ainda mais o fato de ter sido reclamado no primeiro dia. Nix realmente tinha domínio sobre os Olimpianos.

Claro, tive que ter uma conversa com Clarisse e Grover. Felizmente Denis, meu "meio-irmão", já havia partido. O que foi um alívio, já que agora poderia dormir com Thalia sem mais problemas. Além dele outros campistas deixaram o acampamento, só sobrando os que passam o ano todo e Annabeth, que parecia querer adiar sua ida para casa o máximo possível.

- O que acha? - Perguntou Thalia saindo do banheiro. Ela estava com um lindo vestido azul escuro, seus lindos cabelos estavam soltos e uma leve maquiagem cobria seu rosto.

- Você está incrível. – Comentei, me levantando da cama e indo em sua direção. - Mas ainda acho que você deveria ir de calça e com uma de suas blusas de alguma banda de rock.

- Eu só quis mudar um pouco... - Ela falou desviando o olhar. Podia sentir seu nervosismo. Acho que se eu estivesse no lugar dela estaria pior. Afinal, não é todo dia que encontramos com primordiais com milhares de anos de idade. - Vai que sua família não gostasse.

- Quem tem que gostar sou eu. Oras! - Falei. Thalia fez uma careta, mas não respondeu. Me perguntei se não teria soado rude. - Desculpe.

- Tudo bem. - Disse ela, encerrando o assunto. - Vamos?

- Como queira, meu amor. – Falei, nos teletransportando. Pedi uma poção a Nix para que Thalia não se dissolvesse com o teletransporte. Aparecemos no salão principal do palácio do meu pai, várias criaturas passavam de um lado para outro. Afinal estávamos em tempo de convenção, onde as maiores lideranças dos planetas mais desenvolvidos se reuniam para discutir leis interplanetárias.

- Uau. - Falou Thalia olhando em volta.

- Estamos em tempo de convenção. - Disse e lhe expliquei o que isso significava. Isso pareceu a deixar mais nervosa, mas também muito curiosa. A guiei para a sala de jantar, cumprimentando alguns seres no caminho e me esquivando de conversas mais longas, nem me atrevi a cumprimentar os Arguns, esses pareciam aquelas senhoras em fila de banco.

- Isso tudo é feito de ouro mesmo? - Perguntou Thalia, olhando para as paredes e o teto do palácio.

- Bom... Sim e não. - Respondi. - Também tem concreto, o ouro e as pedras preciosas são só por fora, para decoração, mas aqui não é tão caro, pois é bem abundante.

- Hum. - Ela se limitou a dizer. Enfim chegamos ao corredor principal. Ele era enorme e dava em várias salas importantes como a biblioteca, o salão de festas, a sala de leitura, salão de jogos, entre outros cômodos. Havia menos gente por ali. Segui em frente com a minha namorada, dizendo onde cada porta daria.

- ... E por fim o salão de jantar. - Abri a porta para que ela passasse. Ela me olhou receosa, mas lhe dei o meu melhor sorriso encorajador. Pareceu funcionar, já que ela passou por mim e entrou no cômodo. Lá já estavam todos os meus irmãos e alguns sobrinhos. Todos pararam o que estavam fazendo para olhar para nós. O que foi um tanto constrangedor, até para mim.

- Eu sei que eu sou bonito, mas não precisam olhar tanto. - Disse sorrindo, o que fez a maioria sorrir.

- Não é você que estamos admirando, maninho. - Rebateu Eros. Mostrei o dedo do meio para ele. Ai sim todo mundo sorriu e acabou com aquele clima.

- Gente, essa aqui é a Thalia, minha namorada. – Falei, me aproximando da mesa com ela.

- Olá! É um prazer conhecê-los. - Falou a morena, com uma voz firme. Os presentes sorriram para ela e aos poucos todos eles vieram cumprimenta-la, inclusive meu pai que nunca havia se levantado para me cumprimentar. Depois sentamos na mesa e começamos a comer.

- Então, Thalia, como você consegue aguentar esse ser? - Perguntou Hemera.

- Quem disse que eu consigo? - Respondeu automaticamente e ficou um pouco vermelha quando percebeu o que havia falado, mas isso só gerou uma onda de risos. E eu me limitei a fazer uma cara de ofendido.

- Thalia, você sabia que quando o Percy era pequeno ele morria de medo do escuro? - Perguntou Tártaro. O que me fez ficar vermelho.

- Não... - Disse ela me olhando divertida.

- E que uma vez ele sem querer tropeçou e foi parar embaixo da saia da rainha de Keptiz? - Perguntou Pontos risonha. Fiquei mais vermelho ainda ao lembrar que a rainha usava uma calcinha vermelha com bolinhas amarelas, aquilo quase me traumatizou.

- Acho que não é necessário ela saber disso...

- Ah, mas eu acho bem necessário. - Rebateu a filha de Zeus.

- Concordo com ela. - Disse Nix. - Afinal ela precisa saber onde está entrando.

- Eu acho...

- Quieto, Percy. - Disse meu pai. - Até eu estou curioso.

- Ah, pai, sabe a dentadura do rei Petrucio? - Perguntou Urano.

- Aquela que sumiu há dois séculos e quase gerou uma guerra?

- Essa mesmo. - Respondeu Urano. - Foi Percy que perdeu quando estava querendo pregar uma peça na filha dele. - Meu pai me olhou um tanto irritado e eu sorri sem graça.

E assim se seguiu a noite. Com várias histórias embaraçosas minhas, algumas que Thalia nunca deveria saber, já que várias vezes me olhou com um olhar de "conversamos depois".

Logo após o fim do jantar minhas irmãs "roubaram" Thalia e eu fiquei a conversar com meu pai e meus irmãos, que ainda estavam rindo de mim.

- Ela parece uma boa menina. - Comentou meu pai.

- Tenho certeza que será uma boa esposa. - Disse Urano.

- E uma mãe muito amorosa. - Falou Eros.

- Calma gente. – Falei levantando as mãos. - Ainda nem nos conhecemos direito e não acho que quero casar tão cedo.

- Não acho que essa opinião durará muito. - Sorriu Laqueses. Uma das irmãs do destino. As únicas mulheres que ficaram conosco. Fiz uma careta para o comentário. Após mais algum tempo fui a procura de Thalia, que estava no jardim com Gaia. As duas estavam em uma conversa bem animada.

- Sinto interromper o encontro familiar, mas nós temos que ir. - Disse. A poção de Nix tinha um limite de cinco horas e eu não queria arriscar.

- Tudo bem, Percy. - Disse Gaia. Ela deu um abraço em Thalia e sussurrou algo em seu ouvido. Depois se afastou, me deu um abraço e foi em direção ao Palácio.

- Você se saiu muito bem. - Comentei me aproximando e envolvendo ela em meus braços.

- Obrigada. - Ela disse sorrindo e passando os braços em volta do meu pescoço. - Eles não são tão assustadores como eu pensei.

- Nem o Tártaro?

- Talvez ele. - Ela concordou, o que me fez sorrir. Dei um leve beijo em seus lábios e nos teletransportei de volta para o acampamento.

O Filho de CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora