Lia um livro sentado em uma cadeira no chalé de Zeus. O chalé era meio sombrio, e a estátua de Zeus que havia bem no meio parecia me olhar o tempo todo, o que me dava um calafrio de vez em quando.
Revezava entre ler e olhar para Thalia. Ela estava tão fofa dormindo, alguns fios negros estavam sobre seu rosto sereno. Olhando agora nem parecia uma punk estressada. Voltei o olhar para o meu livro "O homem de giz", estava na parte em que os meninos estão a caminho da floresta, quando uma voz rouca me interrompeu.
- Sabe que é falta de educação um cara muito velho ficar olhando adolescentes dormir? - Comentou a voz.
- Eu já ouvi falar sobre. - Respondi fechando o livro e olhando para Thalia. Essa estava vindo em minha direção. Só estava vestida com uma camisola, e para a minha felicidade parecia estar sem sutiã, o que me fez perder um tempo olhando para aqueles seios.
- Você é extremamente mal educado, Sr. Jackson. - Falou Thalia se sentado no meu colo. Passei meus braços em volta da sua cintura.
- Vou por sua reclamação na caixinha. - Rebati sorrindo e a beijei. Thalia devolveu, foi um beijo calmo e carinhoso. - Quem sabe um dia eu leia. - Complementei quando nos afastamos. Ela riu.
- Foi difícil ficar sem mim? – Perguntou passando as mãos no meu cabelo.
- Muito, eu chorei todos os dias, o dia todo. Quase morri desidratado. - Respondi com uma falsa cara triste.
- Você precisa ser sempre tão dramático?
- Não, mas qual seria a graça se não fosse? - Sorri. Era tão bom ter ela comigo. Apenas estar perto dela fazia eu me acalmar e relaxar.
- Annabeth, Clarisse e Grover ficaram seus fãs. - Comentou dando um leve sorriso.
- Ah. O fã clube está lotado, mas acho que posso arranjar umas vaguinhas. - Disse. Ela contou como eles descreveram tudo e depois eu contei a minha versão.
- Para variar você recebeu broncas? - Falou erguendo uma sobrancelha. - Não consegue mesmo ficar longe de encrenca.
- Eu sou apenas um cara legal. - Me defendi. - Acho ridículo essas leis, cada um tem as suas batalhas, eu compreendo, mas isso não quer dizer que não podemos ajudar.
- Eu sei, amor. - Falou Thalia. - Mas você não vai estar lá sempre.
- Sim, mas... - Parei. Uma ideia estava surgindo na minha cabeça.
- O que você está pensando? - Perguntou Thalia desconfiada.
- Eu? Nada...
- Não é como se não te conhecesse Percy. - Disse a morena.
- Bom, por hora é só uma ideia louca. - Falei com um ar pensativo. - Eu pensei que poderia treinar os semi deuses. - Thalia parou de passar a mão no cabelo e ficou seria.
- Você sabe que vai ter que se mostrar aos deuses para isso, né?
- Sei. - Respondi. - Mas nem tudo é perfeito e ainda é só uma ideia. - Dei de ombros.
- Ok. - Ela se levantou. – Então, por hora, vamos deitar. - Um sorriso malicioso surgiu nos meus lábios. - Só para dormir, Percy. Dormir.
- Ah... Um homem não pode nem sonhar. - Resmunguei me levantando.
- Se seus sonhos não fossem sempre pervertidos... – Disse, se deitando perto da parede, me dando espaço para a acompanhar.
- Nem sempre. - Me defendi. - As vezes sonho com outro tipo de comida. - Thalia sorriu revirando os olhos e me abraçou se deitando no meu peito.
