Ovelhas Carnívoras.

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Ovelhas carnívoras, só os deuses mesmo para criarem tal sandice. Pelo menos tem alguém que cuide delas, meu sobrinho Polifemo. Acho tão estranho ter um grau de parentesco com essa gente toda. E eles nem sabem da minha existência! Ok, alguns sabem e os que não sabem prefiro que continuem assim, não gosto dos deuses e isso pode gerar brigas desnecessárias e muito estresse. Minha pele não precisa disso.

- Grover! – Disse uma voz feminina. Olhei para baixo onde toda a cena se desenrolava. Os semi deuses lutando contra o ciclope. Se querem saber, eles estão perdendo feio.

A filha de Ares e o Sátiro atacavam (ou tentavam), enquanto a filha de Atena estava caída ali perto e o filho de Poseidon, bom, esse estava fazendo algo de útil seguindo o ditado de "quem não ajuda, não atrapalha".

- Ninguém! - Esbravejou o Ciclope. - Venha aqui e me enfrente! - Ah, eu me lembro dessa história, muito sábio da parte de Annabeth trazer essa lembrança de volta.

Clarisse e Grover atacavam e desviavam dos golpes do ciclope, eles não estavam tão ruins, mas uma hora se cansariam ou meu sobrinho daria um golpe de sorte. Resolvi agir, infelizmente esse ato vai me causar um terrível castigo: ouvir sermão de um bando de primordiais zangados.

Apareci no meio da encosta. Ninguém me percebeu, pois estavam ocupados demais. Annabeth parecia ter acordado, porém mancava, provavelmente torceu o tornozelo.

- Ei, feioso! - Falei em alto e bom som. Polifemo se virou em minha direção, sua cabeça virou para trás e eu me arrepiei ao lembrar da cena do exorcista. - Eu sou ninguém e vou lhe enfrentar assim como você queria.

- Eu vou esmagar você. - Ele falou, vindo em minha direção. Cresci meu tamanho até ficar na altura do gigante, isso pareceu o surpreender. Ele parou por uns segundos, provavelmente avaliando a situação.

- Ficou com medinho? – Provoquei, destampando contracorrente. - Não consegue enfrentar alguém do seu tamanho? - O ciclope rugiu, arrancou uma árvore que estava ali perto e veio com tudo para cima de mim. Esperei ele estar perto o suficiente e desviei para o lado, deixando contracorrente e isso causou um corte em sua barriga. Isso não pareceu o abalar, pois ele logo se virou e tentou bater em mim com o tronco de árvore. O parei com minha espada e começamos a duelar, ele parecia se enfurecer a cada golpe errado. Eu estava me divertindo com isso, aproveitava as falhas de sua postura para fazer cortes na suas pernas e braços.

- Eu esperava mais de você. – Falei, dando um sorriso debochado. Ele me olhou com ódio e me golpeou, conseguindo arrancar a minha espada.

- Agora você vai morrer! - Ele falou, sorrindo satisfeito. Então ele desceu o tronco em minha direção, o qual eu segurei.

- Será mesmo? - Perguntei. Ele arregalou os olhos, eu puxei o tronco de suas mãos e logo depois enfiei em sua barriga. O monstro caiu de joelhos.

- Quem é você? - Ele perguntou com ódio. Eu levantei a mão e desejei que Anaklusmos viesse até mim.

- Eu sou ninguém. – Falei, cortando a cabeça de Polifemo. Em poucos segundos seu corpo se dissolveu em pó dourado. Eu diminuí até o tamanho normal, guardei minha espada e andei em direção aos semi deuses. Esses estavam reunidos me olhando de boca aberta.

Clarisse e Grover estavam apoiando Annabeth, que só se sustentava com o pé direito. Denis estava ao lado de Grover e me olhava temeroso. Quando cheguei razoavelmente perto todos se curvaram.

- Levantem-se. - Pedi educadamente. - Não precisam disso, não sou melhor que vocês.

- Como não? - Perguntou Grover. - Você é um deus.

- Primordial. - Corrigiram Annabeth e Denis ao mesmo tempo, a loira fez uma careta para o ocorrido.

- Agora eu lhe pareço grande coisa? – Perguntei, dando um sorriso de lado. Annabeth sorriu e fez que sim com a cabeça. - Me sinto lisonjeado.

- Peço perdão pela insolência, mas o Sr. é primordial de quê? - Perguntou Clarisse.

- Esse jeito de falar não condiz com você. – Comentei, me voltando para a morena. - E sou primordial dos heróis e animais, não é tão diferente.

- Achei que vocês não poderiam interferir. - Disse o Sátiro.

- Então… - Comecei, mas três luzes brilharam atrapalhando minha fala.

- O concelho está lhe convocando. - As três fates falaram ao mesmo tempo.

- Estava com vontade de ver minha família mesmo. – Respondi, dando um sorriso.

- Sem gracinhas, Percy. - Disse Artrópodes.

- Nossa mãe está furiosa com você. - Disse Laqueses.

- Ok, estou indo. - As três sumiram assim como chegaram. - Acho que você tem sua resposta. - Me voltei para Grover.

- Sinto muito. - Ele disse, olhando para baixo.

- A culpa não é sua. - Disse. - Você foi muito bem hoje, tenho certeza que os anciões vão lhe deixar continuar com sua busca.

- Obrigado. - Ele sorriu, endireitando sua postura.

- Eu preciso sentar. - Falou Annabeth, sua cara mostrava muita dor. Eles a levaram até uma pedra, a deixando sentada.

- Deixe-me ver. – Falei, me agachando. Peguei seu pé com o máximo de cuidado e tirei seu sapato, seu tornozelo estava muito roxo e inchado. Ela soltou um gemido de dor quando toquei nele. - Desculpe.

- Tudo bem. - Ela falou. Coloquei a mão sobre o machucado e fechei os olhos me concentrado. Minha mão começou a brilhar e quando cessou eu tirei. O tornozelo dela estava normal, como se nada tivesse acontecido. - Obrigada.

- Não precisa agradecer. – Falei, me levantando e a ajudando a fazer o mesmo. - A missão ainda não acabou, vocês ainda tem uma longa viagem a enfrentar. – Disse, encarando cada um. - Mas quero que saibam que sempre estarei com vocês e se precisarem de ajuda é só chamar. - Pisquei.

- Obrigada, é bom saber que tem alguém por nós. - Disse Clarisse.

- Agora, se me dão licença, tenho um sermão para ouvir. – Disse, me distanciando. Eles fecharam os olhos e eu me teletransportei para a minha tortura.

O Filho de CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora