- Uau! - Falou Annabeth quando terminei de contar tudo. Quando eu cheguei ela estava aqui e eu não me importei que ela ouvisse. - Então se estamos vivos é graças a você.
- Sim... - Eu não achava lá grande coisa. Não queria ser parabenizando por isso nem nada.
- Você tem uma história e tanto. - Falou Thalia. Concordei com a cabeça, ficamos em silêncio por um tempo, até que uma ideia surgiu na minha cabeça.
- Então, moças. - Eu falei. - Depois de toda essa história eu percebi que nunca voltei para onde tudo aconteceu e gostaria que vocês me acompanhassem até lá. - Terminei meio incerto. Até hoje eu me recusava a ir lá, não queria reviver tudo. Mas eu precisava encerrar essa história de uma vez por todas.
- Espera. - Falou Annabeth, ela parecia estar analisando cada palavra que eu disse. - Você está nos chamando para viajar para a Grécia?
- Sim...
- Não brinque assim com ela, amor. - Thalia falou em tom de ameaça. Eu fiquei confuso.
- Eu não estou brincando. Qual o problema nisso? - Eu realmente não esperava essa reação.
- É que sempre foi o meu sonho, porém nunca pude realizar. Afinal, a Europa é lotada de monstros. - Explicou Annabeth.
- Não precisam se preocupar. Enquanto estiverem comigo nenhum monstro irá se aproximar. - Garanti.
- Mesmo assim, como iremos convencer Quíron a nos deixar ir? - Perguntou a morena.
- Ah, eu estava pensando nisso. - Disse. - Vocês serão mandadas para buscar um semideus, vulgo eu.
- Você o quê?
- Bom, meu pai disse que eu não posso usar meus poderes e eu não quero me revelar aos deuses. - Falei com um certo desprezo. - Então falei com Nix e ela concordou em me ajudar a me passar por um semideus.
- Só para saber. - Falou Thalia. - De quem você será filho?
- Ah. - Falei sorrindo. - Depois de muito pensar eu escolhi Poseidon. As únicas que saberão a verdade serão vocês, Grover, Clarisse, Afrodite e Hestia.
- Ok, priminho. - Brincou Thalia. - Estamos acertados então?
- Sim! - Falou Annabeth muito empolgada, parecia que eu tinha oferecido ir para a Disney. - Quando partiremos?
- Amanhã de manhã. - Respondi. - Acredito que Quíron irá lhes comunicar ainda hoje.
Depois de combinarmos mais algumas coisas Annabeth saiu quase soltando fogos, o que fez Thalia e eu rirmos.
- Nunca a vi tão animada. - Comentou Thalia se aproximando.
- Fico feliz de realizar os sonhos de jovens filhas de Atena. - Falei rindo. E lembrei do jantar. - Ah, Thalia, eu esqueci de contar algo.
- O quê?
- No domingo irei te levar para conhecer a minha família. - Falei como se fosse algo rotineiro. Mas, pela reação de Thalia não era, ela ficou pálida e continuou me encarando.
- V-você está q-querendo d-dizer que vou conhecer os p-primordiais daqui a seis dias? - Ela me olhava, acredito que esperando eu falar que era brincadeira.
- Sim... - Falei calmamente, não entendendo a reação. - Tenho certeza que meu pai vai amar você. - Sorri. Thalia se levantou e começou a andar de um lado para o outro.
- O que eu vou vestir? O que eles vão pensar de mim? - Ela fazia essas perguntas não necessariamente para mim. Me levantei e a segurei.
- Meu amor, calma. - Disse com firmeza. Lia respirou fundo. - Apenas seja você mesma, tenho certeza que eles vão gostaram de você. Agora, se me permite, irei me retirar, pois ainda tenho coisas à fazer. - Dizendo isso dei-lhe um selinho e me teletransportei para o Palácio do meu pai.
- Da para acreditar? - Falou Annabeth, já no outro dia. Estávamos no avião para a Grécia, eu sabia que Thalia tinha medo de altura, mas não tinha outro jeito. Eu não poderia as teleportar, isso as farias explodir, como se tivessem comido muita ambrosia ou bebido muito néctar.
- Vai ficar tudo bem. - Falei para Thalia, que segurava com força o meu braço direito. Annabeth estava na janela, eu no meio e Lia no corredor.
- Você não pode impedir que isso caia, então não está tudo bem. - Ela resmungou apertando mais o meu braço.
- Acho que seu pai não irá permitir que isso aconteça. - Falou Annabeth do meu lado. A morena se calou ao meu lado. Antes do avião decolar Thalia tomou uma espécie de poção, dada por um filho de Hipnos, e apagou se deitando no meu ombro.
- Vai ser um longo voo. - Murmurei quando ele decolou.
- Posso te perguntar algumas coisas? - Perguntou a loira.
- Claro. - Falei. - Com uma condição.
- Qual?
- Que me deixe chamá-la de Anne. - Pedi. Não que eu achasse seu nome feio, ele só era muito grande.
- Aceito. - Ela falou depois de pensar um pouco.
- Nesse caso, pode perguntar qualquer coisa. - Disse sorrindo, vi os olhos dela brilharem. Não sei se foi um bom acordo, pois passei várias horas respondendo sobre várias coisas, desde história do Universo até os meus hábitos. Pelo menos ela me distraiu. E era muito divertido ver a empolgação dela sobre esses assuntos que a maioria acharia bem chato, infelizmente para mim eu fazia parte dessa maioria.
Thalia milagrosamente dormiu o voo todo. Só acordou na hora de descermos, e depois de muito chamarmos. Algumas pessoas chegaram a achar que ela estava desmaiada.
Desembarcamos no Aeroporto Internacional de Atenas. Assim que descemos Thalia só faltou beijar o chão, Annabeth e eu fingimos que não a conhecíamos e seguimos para dentro do aeroporto.
- Ei! - Thalia chamou, correndo para nos alcançar. - Realmente iriam me deixar?
- Como assim deixá-la? - Perguntei fingindo confusão. – Anne, você conhece essa moça?
- Não. - A loira falou segurando o riso. - Achei que era conhecida sua.
- Há ha. - Disse a filha de Zeus. Ela entrelaçou seus dedos nos meus e seguimos para pegar nossos pertences. O aeroporto era realmente lindo, tinha lindas vidraças que deixavam o ambiente bem iluminado. Pegamos nossas coisas e nos dirigimos para a saída do aeroporto, ouvindo Annabeth falar sobre a arquitetura do lugar. Eu fiquei impressionado com a capacidade da memória dessa garota.
- Para onde vamos? - Perguntou Annabeth quando saímos do aeroporto.
- Vamos para um hotel. – Falei, seguindo para o lugar onde daria para pegar um carro alugado.
- Andando? - Perguntou Thalia espantada. Sorri para ela divertido.
- Claro! - Disse. - Precisamos fazer exercício, não?
- Você só pode estar de brincadeira. - Ela falou. Eu apenas apontei para frente, onde se podia ver a fachada da agência. Ela apenas deu de ombros.
Peguei um HB20 preto e segui rumo a um hotel que Gaia havia me recomendado. Era perto da cidade onde antigamente já fora a minha casa. No caminho tentei me livrar do nervosismo ligando o rádio e conversando com as meninas, mas aquilo não saía da minha cabeça. Eu sabia que teria que enfrentar o meu passado.
Notas da autora.
Espero que tenham gostado.
Uma pergunta para quem lê as minhas outras histórias. Qual é a prefirida de vocês?