Novela da Vida Real

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Havia alguns meses que Zoe tinha se juntado a caça. Estava com muitas saudades, mas tinha que deixar ela se acostumar. No momento eu estava andando por uma Ilha. Acredito que hoje em dia seja conhecida como Chipre.

- É uma bela vista, não? - Perguntou uma mulher ao meu lado. E deuses! Que mulher.

- Sim. – Respondi, dando um sorriso simpático. - Ouvi dizer que Afrodite nasceu aqui. - Comentei.

- Acha que é verdade? - Perguntou divertida.

- Suponho que você possa responder isso. – Disse, já sabendo a identidade da bela mulher. Ela ergueu uma sobrancelha.

- Sim, posso. - Falou. - Mas prefiro ouvir suas teorias.

- Não seria bem uma teoria. – Disse, um tanto pensativo. - Já que conheço os pais dela.

- Meus pais? - A deusa perguntou intrigada.

- Sim, Mi Lady. - Respondi sorrindo. - Prazer, Percy primordial dos heróis. - A ruiva me olhou de cima a baixo.

- Você não me parece tão poderoso. - Falou avaliativa.

- Eu diria o mesmo. - Respondeu. - Mas dizem que o amor é o mais poderoso dos sentimentos, certo?

- Sim. - Ela concordou sorrindo envergonhada. - Você me parece tão… normal.

- Como assim normal? – Perguntei, erguendo uma sobrancelha curioso.

- Você não é o que se espera de um primordial. - Ela explicou.

- E o que você espera de um primordial?

- Que ele seja nariz empinado, orgulhoso, prepotente… essas coisas. - Ela falou pensativa. Eu ri com aquilo, os deuses pensavam tão mal dos meus irmãos.

- Não somos assim. - Disse. - Quer dizer… a maioria. - Ela riu um pouco.

- Bom… qual o seu passatempo favorito Dite? - Perguntei, me inclinando em sua direção. - Posso te chamar assim?

- Ninguém nunca me chamou assim, mas é claro que pode. - Ela completou rapidamente. Acho que ela ainda tinha receio de me desrespeitar. - Eu gosto de ver o amor agindo, um casal se apaixonando por exemplo.

- Podemos fazer isso? - Perguntei.

- Sério? - Perguntou desconfiada.

- Claro, por que não?

- Hesfeto nunca quis fazer isso comigo, fala que é perda de tempo. - Ela respondeu.

- E quem seria esse? - Perguntei. Eu não sei do que acontece com os deuses, não é de meu interesse. Exceto as fofocas contadas pelas minhas irmãs, as traições de Zeus, as brigas entre Atena e Poseidon. Essas coisas.

- Ele é o meu marido. - Respondeu.

- Oh sim. - Falei um pouco desapontado. - Mas voltando ao assunto, me parece algo interessante a se fazer. Eu gostaria de lhe acompanhar alguma vez. Posso?

- Sim! - Ela deu um leve salto empolgada. Depois ficou vermelha. - Digo, pode sim Sr.

- Não precisa me chamar de Sr., não sou tão velho. - Pedi.

- Certo, desculpe-me. - Ela falou. - Podemos ir?

- Quando a Srta. quiser. - Falei lhe dando o braço. - Estou a sua disposição My Lady. - Ela aceitou o braço e então nos teletransportou.

Aparecemos em algum lugar do Continente Africano. Estávamos perto de uma tribo. Havia homens e mulheres vestidos com peles de animais passando de um lado para outro, entretidos com suas tarefas, crianças brincavam um pouco distante. Nenhum deles pareciam notar nossa presença, exceto por uma anciã, esta nós olhava fixamente. Eu sabia que alguns mortais eram especiais, conseguiam ver por cima da névoa. Eu apenas acenei para ela. O que a fez sorrir para mim.

- O romance acontecerá entre aquela Senhora e eu? - Perguntei risonho para a deusa que também observava a Senhora. Ela riu, sua risada era contagiante.

- Não era minha primeira opção, mas se quiser… - Ela deixou a frase morrer dando um sorriso malicioso.

- Não, não. Obrigada, vamos seguir a primeira opção. - Disse. - Qual seria ela mesmo? - A ruiva não me respondeu, apenas me puxou. Caminhamos em direção a uma pequena floresta que ali ficava.

Depois de alguns minutos ela apontou para baixo de uma árvore, sentado no chão havia um casal. O menino tinha por volta de 16 anos, mas já era forte. Seu nome era Amir, ele era filho do chefe. A menina tinha a mesma idade e se chamava Ashia. Era linda, tinhas os cabelos negros trançados e traços fortes porém belos.

- O primeiro amor. - Disse Afrodite. Como se aquilo explicasse tudo.

- Eles formam um belo casal. - Falei.

- Sim. - Ela concordou. - Mas como nada é perfeito eles não podem ficar juntos.

- Por quê?

- Amir já está prometido para outra. - Explicou a deusa. - Faz parte do acordo de paz, feito entre as duas maiores tribos da região.

- Você não vai permitir que eles se separem, vai? - Perguntei curioso.

- Veremos. - Ela falou.

Desde aquele dia ficamos acompanhando o casal. Vou resumir a história. Depois de uns dias o chefe descobriu o romance de seu filho e quis obrigá-lo a se separar. Amir não aceitou e se revoltou contra o chefe, o mesmo acusou Ashia de ter feito magia para Amir ter se apaixonado por ela (patético, eu sei). Mas isso só deixou o garoto furioso, ele então esperou anoitecer para fugir com Ashia para outro lugar. E não deu muito certo, pois se não fosse por Afrodite e eu, o jovem casal teria morrido.


Mesmo com toda aquela dificuldade eles não se separaram ou pararam de se apoiar um minuto sequer, aquilo foi o que mais me surpreendeu. Nem quando tiveram o azar de esbarrar com um grupo de escravistas. Amir, como bom guerreiro tentou lutar, com apenas dois paus e seu corpo ele conseguiu derrubar vários, porém eles conseguiram pegar Ashia e com isso obrigaram Amir a se render.

Eles foram levados a uma cidade do antigo Egito, começaram como escravos, mas por causa de seu conhecimento com ervas eles conseguiram subir o status e viver muito bem. Tiveram muitos filhos e todos foram abençoados pela Dite e eu.

Após esse vieram outros casais, mas isso é algo para outro capítulo. E sim, isso virou um hobby para a deusa do amor e eu. E quem sabe você e seu(sua) crush, não sejam o nosso alvo atual?

O Filho de CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora