Capítulo 43

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Viviane disse que precisava comprar algumas coisas, e marcou um encontro comigo no shopping, mesmo tendo certa aversão por fazer compras, aceitei o convite.

Só quando entrei no shopping, que me dei conta de que Rodolffo e eu ainda não havíamos enfeitado nossa casa, para o Natal, e senti uma pontinha de tristeza.

Eu amava o Natal e tudo o que envolvia a data, achava mágico.

Ainda tenho memórias da minha infância, em que minha irmã e eu, ajudávamos mainha a montar os enfeites. Meu pai sempre ajudava, colocando as luzes na parte externa da casa, e era sempre um momento especial quando ele finalmente ligava as luzes, deixando tudo iluminado.

Desde que meus pais e irmã morreram, não sentia mais vontade de enfeitar a casa, e passava os meus Natais geralmente com a Vivi. Mas esse ano, eu me sentia diferente. Esse ano, eu sentia vontade de preparar nossa casa para a data.

Fui direto para a praça de alimentação, onde marcamos de nos encontrar. Não demorei muito a encontrá-la sentada em uma das mesas, sorrindo e acenando quando me viu aproximar.

- Aí, que saudade amiga! - Vivi me abraçou forte, não nos víamos, desde que voltei de Trancoso.

- Saudades, também.

- Tenho uma novidade! - falamos em uníssono, assim que nos soltamos e rimos uma para a outra.

- Você primeiro. - pedi e ela me puxou, para que sentássemos à mesa.

- Ronan recebeu uma proposta de emprego no Canadá, e me convidou para ir com ele. - ela contou animada, e depois levantou a mão direita, com a palma da mão virada para ela, me permitindo ver uma aliança em seu dedo comprido. - Ele me pediu em casamento.

- Meu Deus, amiga! - puxei a mão dela, para que eu conseguisse ver melhor a aliança, que continha algumas pedrinhas de brilhantes. - Eu vou morrer de saudades, mas estou tão feliz por tu.

- Eu sei que pode parecer loucura e precipitado, mas sinto que é ele.

- Eu nunca te julgaria por isso amiga, conhecemos nossos respectivos boys no mesmo dia, e eu já moro com o meu. - dei uma risadinha. - Desejo que seja muito feliz.

- Obrigada. - agradeceu, com os olhos brilhantes de alegria. - Agora me conta a sua novidade.

- Eu tô grávida. - contei, e Vivi arregalou os olhos e levou as duas mãos à boca.

- Garota! - ela exclamou um pouco alto demais, e eu olhei em volta e fiz sinal para que ela falasse mais baixo. - E como você está com tudo isso?

- Muito feliz. - respondi sincera. - Nunca imaginei que ficaria tão feliz com isso.

- Promete pra mim, que vai me mandar muitas fotos do meu sobrinho ou da minha sobrinha. - ela pediu com os olhos marejados e eu assenti.

- E você prometa não se esquecer de mim quando estiver no Canadá.

- Nunca, amiga! Vamos nos falar todos os dias.

Pedimos nossos lanches, e continuamos conversando e contando as novidades. Contei sobre tudo o que aconteceu na viagem, e ela ficou chocada com a audácia do PV, e também preocupada com a possibilidade dele continuar tentando tramar alguma coisa, para me separar de Rodolffo.

Eu também estava um pouco preocupada, mas Rodolffo pediu para que eu não me preocupasse com isso e que tudo já estava resolvido.

Depois de terminarmos de lanchar, entramos em algumas lojas, Vivi precisava de alguns agasalhos e eu a ajudei em suas compras. Passávamos em frente a uma loja de brinquedos, quando vi na vitrine uma pelúcia de golfinho.

Lembrei na hora do meu sonho, e do quarto com decoração de fundo do mar.

- Preciso comprar aquele golfinho. – avisei Vivi, antes de entrar na loja e ela me seguiu.

- Você ainda nem sabe o sexo, Ju. – ela protestou, mas não me importei.

Senti meus olhos marejarem quando toquei na pelúcia fofinha, na tonalidade cinza claro, e senti em meu coração que eu precisava muito comprar aquele golfinho.

"Meninas gostam de golfinho também."

Pensei enquanto tocava o bichinho de pelúcia.

- É lindo, amiga. – Vivi disse, quando se aproximou de mim. – Acho que já está decidida sobre a decoração do quarto, né?

- Sim, vai ser do fundo do mar, igual em meu sonho. E se for menina, posso fazer com a temática da pequena sereia. – expliquei, e ela sorriu.

Sorri e toquei minha barriga, no fundo eu sentia que seria um lindo menino, igual dos meus sonhos.

- Então esse vai ser o meu primeiro presente. – ela tirou o golfinho das minhas mãos e caminhou até o caixa.

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- Amor! – gritei, quando cheguei em casa, sabia que ele já tinha chegado, pois seu carro estava na garagem.

- Que gritaria é essa, mulher? – ele apareceu no topo da escada, com a toalha amarrada na cintura e os cabelos molhados.

- Onde estão os enfeites de Natal? – ele franziu a testa e negou com a cabeça.

- Eu não tenho enfeite de natal.

- Você nunca enfeitou sua casa? – perguntei enquanto subia as escadas, indo ao seu encontro.

- Negativo.

- Precisamos enfeitar a casa, amor.

- Vamos passar o Natal com os meus pais, esqueceu? – ele sorriu, me puxando para um abraço. – Não faz esse bico. – nem percebi que estava emburrada, até ele ressaltar isso.

- Vamos ter um filho, é importante termos certas tradições. Enfeitar a casa para o Natal, sempre foi um momento mágico quando eu era criança. – expliquei e ele fechou os olhos e suspirou.

- Vou vestir roupa, e a gente vai no shopping comprar os enfeites. – pulei no seu pescoço, o enchendo de beijos. – Custosa.

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Depois de mais algumas horas no shopping, e várias outras montando a árvore, eu olhava admirada para o meu trabalho pronto, finalmente parecia Natal na nossa casa.

- O que vamos assistir? – ele perguntou, enquanto voltava para a sala, com uma enorme vasilha cheia de pipoca, sentando no sofá em seguida.

- Devem ter várias opções novas de filmes de Natal na Netflix. – respondi e ele fez careta.

- Não podemos assistir algum filme de ação, ou ficção cientifica?

- Ei, eu gosto dos filmes de Natal. – me sentei ao seu lado e ele bufou.

- E é claro que ocê vai me obrigar a assistir isso.

- Vou. – dei um sorriso, antes de dar um beijo em seus lábios.

Escolhi o filme no catálogo e dei o play, me aconchegando nos seus braços. Menos de uma hora de filme, ele já estava dormindo, me fazendo dar uma risada baixa e beijar sua bochecha. Tirei a vasilha de pipoca da sua mão e a coloquei em cima da mesa de centro.

Fiz um carinho em seus cabelos, imaginando se o cabelo do nosso filho seria igual ao dele, quando Rodolffo se remexeu um pouco e abriu os olhos.

- Ei, dorminhoco. – mexi com ele e ele me deu um sorriso fraco.

- Só fechei os olhos uns minutinhos.

- Aham. – dei um beijo estalado na sua bochecha. – Vem, vamos pra cama. – chamei e ele levantou do sofá num pulo, arrancando uma risada minha. – Agora tu acorda, né safado?

- Uai.

- Uai, nada.

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