Capítulo 50

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"Eu vou te acordar, com café da manhã na cama

Vou te levar café, com um beijo na sua testa

E eu vou levar as crianças para a escola, me despedirei deles

E agradecerei minha estrela da sorte por aquela noite

Quando você olhou sobre seu ombro

Por um minuto, esqueci que sou mais velho

Eu quero dançar com você agora, oh

E você estava linda como sempre

E eu juro que todo dia você fica melhor

De alguma maneira você me faz sentir assim

Eu estou tão apaixonado por você, e eu espero que você saiba

Querida, seu amor vale mais, que todo o ouro do mundo

Nós chegamos tão longe, meu bem

Veja como nós amadurecemos

E eu quero ficar com você até ficarmos bem velhinhos."

Say You Won't Let Go – James Arthur

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Um chorinho baixinho e agoniado me fez abrir os olhos, olhei para o relógio na mesa de cabeceira, e ainda era madrugada, mas isso não importava para Gabriel, quando ele estava com fome, nada fazia com que ele parasse de chorar, além do meu leite.

- Quer que eu vá? – Rodolffo perguntou com a voz sonolenta ao meu lado, e eu apenas passei minhas mãos pelos seus cabelos.

- Pode deixar, ele está com fome.

Me livrei das cobertas, e segui até o quarto ao lado. O choro ficou mais intenso quando ele ouviu meus passos, e quando me aproximei do berço, ele me viu e fez beicinho, levando as mãozinhas gordinhas à boca, e a chupando com agonia.

- Oh, meu amor. – tirei ele do berço, sentindo o cheirinho gostoso que exalava de seus cabelos e o aconchegando no meu colo. – Tá com fome, meu príncipe?

Assim que Gabe sentiu o cheiro do leite, ele procurou pelo meu peito, puxando minha camisola com as mãozinhas.

- Pronto. – disse, após descer minha camisola pelos ombros e o aproximar do meu seio.

Gabe não demorou muito a começar a sugar, e eu ri do seu pequeno desespero. Meu rapazinho era guloso, e ficava muito nervoso quando eu demorava a dar de mamar. Caminhei com ele em meu colo, até uma poltrona que ficava no quarto, e me sentei até que ele se sentisse satisfeito.

Olhei de soslaio para a porta, e vi que Rodolffo estava encostado no batente da porta, me observando e sorrindo.

Rodolffo foi uma grata surpresa, era um paizão. Me ajudava a trocar fralda, dar banho, fazia ele dormir, e sempre quando eu estava muito cansada, ele me ajudava distraindo o Gabe.

Nas primeiras semanas, enquanto ainda estava de resguardo, pude contar com a ajuda da minha sogra, que veio morar com a gente e me ajudar na fase de adaptação. Foi incrível poder contar com a sua experiência, e com a sua ajuda.

Não demorou muito para que eu conseguisse identificar os choros do meu filho, sei que para quem está de fora é tudo igual, mas eu como mãe, sabia o choro da cólica, da fome, dos gases e do sono.

- Vai ficar aí parado? – mexi com ele com sorriu.

- Só estou olhando vocês, e agradecendo por ter sido tão abençoado. – ele respondeu, e caminhou até a gente. – Vocês são meus bens mais preciosos.

- Nosso filho é lindo, né? – o admirei, quando o vi fechar os olhinhos.

- Perfeito! – ele concordou, passando as costas dos dedos na bochecha gordinha dele. – Ele tá com a cabecinha toda suada.

- É sempre assim quando ele tá mamando. – dei uma risada baixinha. – E ainda tem essa cabeleira.

- Minha mãe disse que vai vir pro Rio essa semana, disse que precisamos de um fim de semana como casal.

Desde o nascimento do nosso filho, depois que passei do período de resguardo, Rodolffo e eu tínhamos que nos contentar com rapidinhas, entre as sonecas do Gabriel. E eu sentia falta de poder ficar a noite inteira com Rodolffo, como nos velhos tempos.

Gabe já estava quase completando quatro meses, e ainda não dormia a noite inteira. Não acordava como antes, mas ainda sim acordava, então não tínhamos tanto tempo quanto gostaríamos.

Minha libido não sofreu alteração depois da gravidez, e eu dei graças a Deus por isso. Li tantas coisas enquanto estava grávida, e tive medo de não querer mais estar com Rodolffo, mas foi muito pelo contrário, sentia ainda mais vontade de estar com ele.

- Será que eu consigo deixar ele? – perguntei mais para mim mesma, pensando em como seria difícil deixar ele em casa.

- A gente tenta, se não conseguir, a gente volta pra casa. – a compreensão do Rodolffo, às vezes me assustava, tudo para ele era sempre tão simples e fácil de resolver.

- Para onde vamos?

- Isso é surpresa. – ele sorriu e me deu um beijo na testa. – Parece que ele voltou a dormir. – ele observou, e eu voltei meu olhar para o Gabriel, que estava com os olhos fechados e já tinha largado o peito.

Concertei minha camisola, e me levantei, colocando ele no meu ombro na tentativa de fazer ele arrotar, mesmo dormindo. Morria de medo que ele se engasgasse a noite, depois que ele já havia arrotado, voltei a colocá-lo no berço, o deitando de lado.

Rodolffo me abraçou por trás, e ficamos um tempo em silêncio, observando ele dormir.

- Vamos para cama, linda? – ele me chamou depois de um tempo, já me puxando para o quarto.

Voltamos a deitar em nossa cama, e Rodolffo me puxou para que eu deitasse em seu peito, e ficou fazendo carinho em meus cabelos, até que eu voltasse a adormecer em seus braços.

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