Capítulo 4

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Abri os olhos preguiçosamente, tentando acostumar com a luminosidade que entrava pela fresta da cortina. Cocei os olhos e me sentei na cama, percebendo que estava sozinha, joguei os lençóis para o lado, e me levantei, caminhando devagar até a suíte.

Prendi os meus cabelos e lavei o meu rosto, removendo minha maquiagem borrada, e escovando meus dentes com os dedos. Meu corpo estava grudento, e eu precisava urgente de um banho. Olhei em volta, e achei um armário na lateral do banheiro, haviam toalhas limpas lá, e aproveitei para tomar um banho. Me lavei com cuidado, ainda estava sensível da noite tórrida de ontem, mas apesar da dor, me sentia extremamente satisfeita.

Me sequei, e saí enrolada na toalha, procurando por minhas roupas pelo quarto, achei minha calcinha em um canto, e minhas sandálias de salto em outro. Lembrei que ele tirou meu vestido na sala, então desci as escadas em busca da peça.

Olhei em volta, e a casa estava completamente silenciosa, sem nenhum sinal de Rodolffo em qualquer lugar. Achei meu vestido jogado no chão, perto da mesa e o peguei, vendo também minha bolsa caída perto do tapete. Subi correndo as escadas, voltando ao seu quarto.

Eu literalmente não sabia o que fazer, me sentei na cama e comecei a pensar sobre o que faria. Será que deveria esperar que ele voltasse, ou essa seria a minha deixa para ir embora? Talvez eu devesse ter perguntado a Vivi como agir no dia seguinte, já que ela tinha mais experiência do que eu nesse negócio de sexo casual.

Cocei a cabeça e decidi que era melhor ir embora, acho que era isso que sexo casual significava, certo? Depois do sexo, cada um segue seu caminho, sem mais nenhuma obrigação um com o outro. Foi com esses pensamentos, que resolvi me vestir. Guardei minha calcinha na bolsa, e peguei meu celular para chamar um uber, e só então percebendo que já se passavam das 10h da manhã.

Peguei minhas sandálias que estavam jogadas em um canto do quarto, e desci as escadas as segurando nos dedos, mas resolvi calçá-las antes de sair pela porta de entrada, estava em um condomínio chique e precisaria caminhar até a portaria, já que dificilmente permitiriam a entrada do uber aqui, sem a autorização do morador, que eu não fazia ideia de onde tinha se metido.

Pensei em deixar um bilhete, com meu nome e telefone, mas acabei deixando a ideia morrer. Abri a porta da entrada, saindo e a fechando em seguida. Senti alguns olhares curiosos, enquanto eu deixava a casa de Rodolffo, e me senti completamente sem dignidade, enquanto caminhava pelo condomínio de alto padrão, de cara lavada e as roupas da balada de ontem.

Tentei não me importar com os olhares de julgamento voltados a mim, respirei fundo e continuei caminhando, lembrava que a portaria não ficava longe da casa dele, mas o caminho se tornou desgastante, sendo feito de salto e debaixo de um sol de uns 38º graus.

Quando finalmente cheguei à portaria, forcei um sorriso ao porteiro, que me informou que o uber já me esperava. Agradeci e andei sem olhar para trás, entrando rapidamente no carro que me aguardava. Me recostei no banco, e fechei os olhos, me sentindo ainda pior, quando vi o olhar de julgamento do motorista através do retrovisor.

Não morava muito longe do condomínio luxuoso de Rodolffo, e o percurso foi até feito rápido considerando o trânsito. O motorista parou na porta do meu prédio, e eu agradeci antes de descer apressada do veículo. Resolvi dar a volta e entrar pelo estacionamento, não precisava do olhar de julgamento do porteiro do meu prédio também. Assim que entrei no elevador, retirei as minhas sandálias, minhas pernas estavam bambas demais para me equilibrar naqueles saltos finos.

Suspirei aliviada, quando o elevador chegou ao meu andar, e percebi que nenhum dos meus vizinhos fofoqueiros, viriam a minha caminhada da humilhação até o meu apartamento. Destranquei a porta, e joguei minhas sandálias em um canto da sala, antes de fechar a porta com os pés. Peguei o meu celular de dentro da bolsa, e a joguei em outro canto, caminhando até o meu quarto, enquanto tirava aquele vestido.

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