Capítulo 47

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"Por todas aquelas vezes que você me apoiou

Por toda a verdade que você me fez enxergar

Por toda a alegria que você trouxe para minha vida

Por tudo de errado que você transformou em certo

Por todo sonho que você tornou realidade

Por todo o amor que encontrei em você

Eu serei eternamente grata, meu bem

Foi você quem me sustentou, nunca me deixou cair

Foi você quem me apoiou em meio a tudo isso

Você foi minha força quando eu estava fraca

Você foi minha voz quando eu não podia falar

Você foi meus olhos quando eu não podia ver

Você enxergou o melhor que havia em mim

Me ergueu quando eu não conseguia alcançar

Você me deu fé porque você acreditou

Eu sou tudo o que sou, porque você me amou."

Because You Loved Me - Celine Dion

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- Amiga, eu jurei que iria arrasar no inglês, mas aqui eles falam francês.

Vivi contava suas mais novas experiências no Canadá, e eu ria de tudo. Já estava no trânsito, voltando para casa, meu celular estava apoiado no painel, e vez ou outra eu olhava para a tela, a vendo mostrar sua nova casa.

- Você parece feliz. - falei, quando a vi sorrir enquanto me mostrava o armário da cozinha.

- Estou muito feliz, amiga. - ela confessou. - E mais feliz ainda por você, sabe o quanto torço pela sua felicidade, e dá pra ver pelos seus olhos o quanto está feliz.

Senti uma leve cólica e contorci meu rosto, o que não passou despercebido pelos olhos atentos de Viviane.

- O que foi, amiga?

- Uma dorzinha, mas acho que não é nada.

- Amiga, não é melhor ir no médico?

- Já estou chegando em casa. Vou tomar banho e me deitar, não há de ser nada.

- Tudo bem, me avisa qualquer coisa. - ela se despediu, mandando beijos para mim.

- Aviso sim, xêro.

Guardei o carro na garagem, e subi para tomar um banho, sentia meu corpo tenso e eu só queria relaxar. Ainda sentia um pouco de desconforto no abdômen, então resolvi me deitar um pouco, caindo no sono em seguida.

Rodolffo demorou a chegar naquela noite, e o desconforto foi aumentando, até se tornar uma cólica forte. Me levantei da cama depressa, segurando minha barriga e descendo as escadas.

Precisava ir ao médico, alguma coisa estava errada. Já estava na sala, quando senti algo quente e úmido escorrer pelas minhas pernas, o choro de desespero veio junto. Eu estava sozinha, e estava perdendo meu bebê.

Passei minha mão entre as minhas pernas, vendo o sangue vivo nos meus dedos, eu olhava vidrada para eles, sem ter forças para me mover. Meu filho estava morrendo, e eu não sabia o que fazer.

Acordei assustada, chorando e gritando, tirando os lençóis para conferir se eu realmente sangrava.

- Ei, amor... - Rodolffo me abraçou.

- Tinha sangue... eu perdia...

- Xiu, calma, amor. Foi um sonho, um pesadelo, não aconteceu nada. - ele me segurava forte em seus braços, enquanto eu chorava e segurava a minha barriga.

- Eu senti uma dor, e aí... - eu chorava muito contra o seu peito, e ele fazia carinho em meus cabelos, tentando me acalmar.

- Tá doendo ainda? – ele perguntou, passando a mão pela minha barriga.

- Não, mas foi tão real e assustador.

- Xiu, não pensa nisso. – ele me puxou para deitar em seu peito. – Cheguei ocê tava dormindo, não quis te acordar, se eu soubesse que estava com dor, teria te chamado.

- Foi horrível.

- Eu sei, mas foi um sonho ruim. Amanhã vamos na consulta, e ocê vai ver que nosso bebê está bem, e que nada vai acontecer com ele.

- Eu tô com medo.

- Não fica assim, fica calma, eu tô aqui com você.

-

-

Eu estava apreensiva na sala de espera, Rodolffo segurava as minhas mãos, e tentava me passar toda a calma que ele sentia. Mas eu só me acalmei, quando deitei na maca e senti o gel frio na minha barriga, para depois o som do coração do nosso filho ecoar alto no consultório.

- Não te disse que tava tudo bem com nosso filho? – Rodolffo disse baixinho no meu ouvido, fazendo carinho em meus cabelos.

- Ele ainda está aqui. - chorei quando vi a imagem dele tão pequenininha na tela, tocando de leve o topo da minha barriga.

- E vai ficar até chegar a hora dele nascer.

- O bebê de vocês está bem. – a médica nos tranquilizou. – Está crescendo saudável, não há o que preocupar.

- Graças a Deus.

- Já está dando para ver o sexo, querem saber?

Olhei para Rodolffo, que tinha os olhos marejados. Conversamos com o olhar, e me virei novamente para a médica.

- Queremos.

- É um menino, parabéns!

- Nosso bebê gordinho e bochechudo, bem que ocê disse. – Rodolffo me deu um beijo suave nos lábios.

Respirei aliviada de saber que estava tudo bem com ele, e que o único sonho premonitório que eu tive, é que seria um menino lindo.

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