Capítulo 31

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- Ainda não acredito que aquela inxirida deu em cima de você. - bufei, olhando para ele do outro lado da tela, enquanto fazíamos uma chamada via facetime.

Faziam algumas horas que eu já estava em casa, e ele fez questão de me ligar assim que chegou, e me contar tudo o que havia acontecido no jantar.

Rodolffo garantiu que só aceitou o convite, porque achou que eu estaria no jantar junto com eles, e pediu desculpas por não ter se certificado disso antes. Contou também, que assim que ele questionou sobre a minha ausência, que Larissa começou a dar em cima dele descaradamente, sugerindo até que passassem a noite juntos.

- Chega de falar da Larissa, ela não me interessa, me conta porque estava olhando apartamentos com a Vivi.

- Recebi uma correspondência da imobiliária, os proprietários querem o imóvel de volta e eu vou precisar achar outro lugar para morar.

- Entendi. - ele acenou com a cabeça. - Gostou de algum dos que olhou hoje? - ele perguntou e eu fiz careta.

- Não, vou olhar mais alguns ao longo da semana.

- Já fez as malas? - ele perguntou, mudando de assunto e sorrindo. - Já contei pra minha família que vou levar uma garota, eles ficaram empolgados, vai ser a primeira que eu levo em casa. - sorri com aquela confissão, e senti um leve frio na barriga por conhecer os pais e irmã dele.

- Ainda não, estou na dúvida sobre o que levar. Essa festa da sua irmã, é alguma coisa chique?

- Conhecendo minha irmã, não vai ser nada de gala. - ele deu uma risadinha. - Você vai ficar linda de qualquer jeito, não me importo com o que vai vestir. Mas leva pelo menos um biquini, nos fundos da propriedade dos meus pais, tem uma nascente e eu queria te levar lá.

- Preciso te confessar que estou nervosa, será o que sua família vai pensar de mim?

- Eles vão adorar você.

- Espero que sim. – sorri, ainda sentindo a ansiedade fazer meu estômago doer.

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Rodolffo me buscou no trabalho na sexta-feira, já havia me adiantado e levado a minha mala comigo, já que íamos direto. Para não deixar meu carro no estacionamento, fui trabalhar de uber.

Já estávamos no avião, e aguardávamos a decolagem, sentia minhas mãos e barriga, geladas. Lembrei de quando Daniel me levou até a casa dos seus pais, e foi uma visita muito agradável, apesar de não manter contato com meus ex sogros, nos demos muito bem e eles me trataram com muito carinho.

Meus pais já haviam falecido, e eu não tinha irmãos, mas família sempre foi algo que prezei e por muitos anos pude contar com o carinho de meus ex sogros. Esperava em meu intimo, que a família de Rodolffo me recebesse tão bem, quanto a família de meu ex.

- Tudo bem? – ele me analisou com o seu olhar, antes de entrelaçar os nossos dedos. – Tá com frio? Suas mãos estão geladas. – ele levou minha mão até os seus lábios, beijando a ponta dos meus dedos, para depois a segurar entre suas duas mãos em seu peito.

- Acho que estou nervosa. – confessei e ele sorriu.

- Eu que deveria estar nervoso, é a primeira vez que levo uma namorada em casa, na verdade é a primeira vez que tenho uma namorada. – senti um arrepio na espinha, quando ele disse a palavra namorada.

- É isso o que somos? – perguntei derretida, acariciando sua barba com a mão livre.

- Não é? – ele perguntou divertido, fechando os olhos enquanto eu passava meus dedos por sua barba.

- Tu não pediu. – ele tentou fazer cara de bravo, meus seus olhos brilhavam tanto, que sabia que não era o que ele sentia.

- Vou mudar isso. – ele me puxou mais para perto de si, levando uma das mãos até meu rosto. – Juliette, aceita namorar comigo? – Rodolffo perguntou, e eu lhe dei um sorriso travesso, olhando para o alto e fingindo pensar. – Juliette...

- Eu aceito. – sorri e ele me puxou para um beijo tenro.

- Que bom. – eu fingiu soltar o ar pelos pulmões, se fazendo de aliviado. – Já contei pra minha família que ocê é minha namorada. – nós dois rimos, e nos beijamos novamente.

Fomos interrompidos, quando ouvimos a voz da comissária ecoar pela aeronave, dando as orientações do voo.

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Apenas quando pousamos, que percebi que dormia nos braços de Rodolffo, e nem era tanto tempo de viagem. Senti ele beijar meus cabelos, enquanto abria os olhos, tentando me acostumar com a claridade da iluminação.

- Chegamos, princesa. – ele disse baixinho, acariciando meus cabelos, e eu me levantei e espreguicei.

- Nem percebi que dormi. – disse ainda com a voz sonolenta e ele sorriu.

- Pronta pra conhecer minha família? – ele perguntou e eu arregalei meus olhos, me sentindo nervosa.

- Acho que sim. – respondi, soltando o ar, que nem percebi que prendia e sorri.

- Então vamos, linda. – ele se levantou, me dando a mão e me puxando para sairmos.

Antes disso, ele pegou nossas malas no bagageiro, como só ficaríamos um fim de semana, levamos apenas uma mala pequena, sem a necessidade de despachar.

Rodolffo sorriu, e apontou com a cabeça na direção de um rapaz, assim que chegamos na entrada do aeroporto, o rapaz acenou e saiu de dentro do carro, caminhando até nós dois.

- E aí, Modelo? – Rodolffo o cumprimentou.

- Aow, patrão. – ele respondeu e se virou para mim, dando um breve aceno de cabeça. – Deixa que eu levo isso, moça. – ele pegou a mala de minha mão, mesmo que não fosse necessário, por ser uma mala de rodinhas.

- Essa é minha namorada, Modelo. – Rodolffo me apresentou e eu sorri, falando um "oi" e acenando com uma das mãos.

- Quando seus pais falaram que ia trazer uma namorada, eu disse que só acreditaria vendo. – Rodolffo soltou uma gargalhada, e passou um dos braços por cima do meu ombro. – Estão todos ansiosos para conhecer a mulher que conseguiu te colocar arreio.

- Então vamos logo. – ele chamou, me conduzindo até o carro e abrindo a porta traseira para mim. – Não fica com vergonha, vai dar tudo certo. – ele disse baixinho, de uma forma que só eu escutaria, e eu assenti. – Todos vão amar ocê, assim como eu amo. – ele me deu um selinho, e eu me senti ainda mais apaixonada por ele.

- Tô nervosa, mas vou ficar bem. – assegurei e entrei no carro, me acomodando no banco traseiro, enquanto Rodolffo sentava no banco da frente.

Modelo colocou nossas malas no porta-malas, e sentou ao volante, dando partida em seguida, e pegando o caminho que nos levaria até a casa da família dele.

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