TRABALHO

7.2K 713 77
                                    

EDUARDO LOPES

- estão solicitando um coração no mercado negro - Luiz fala. - essa pessoa está oferecendo muito dinheiro.

- sempre oferecem, principalmente ao ver que a vida deles está chegando ao fim - digo bebiricando meu Whisky. - já analisou todos os dados dele na dark web ? - pergunto e Luiz começa a bebericar sua bebida.

- já e lancei para dois rapazes - ele fala - provavelmente um rapaz irá sumir essa madrugada.

- nada que nos ligue né - digo firme.

- nada chefe, sempre andando pelas beiras - diz sorrindo - essa semana já enviamos seis mulheres para o Portugal - diz olhando uns papéis na mesa dele - conseguimos um bom dinheiro por elas - fala e eu aceno em confirmação.

- perfeito - falo e continuo olhando os dados bancários desse mês.

Não sou uma pessoa boa, meu trabalho é algo cruel e não é fácil de lidar, mas alguém tem que fazer e ninguém mais perfeito para isso do que eu.

- Luiz - o chamo e ele me encara - não conseguiu nenhum relatório ainda sobre meu pai ?- pergunto e ele olha para baixo com pesar antes de falar.

- Eduardo, já estamos o procurando a dois anos praticamente.

- mas...

- desde a semana seguinte que seu pai foi levar uma mercadoria especial para um cliente, ele não retornou.

- mas encontraram inúmeros corpos no mar.

- menos a dele e também da menina que ele levava - diz e abaixo a cabeça.

- acha que ele morreu ? - pergunto tentando parecer que não me importo, mas por mais que ele me tratou mal todos esses anos, ele ainda é meu pai.

Luiz se levanta me olhando e aperta meu ombro como apoio que ele sabe que previso.

- meu amigo - diz firme - o que aconteceu com ele vamos descobrir um dia - fala - mas no momento seu maior foco é se torna o temido Eduardo - diz e sorrindo para mim e sorrio de volta - e ter mais respeito do que já tem, entendeu ? - pergunta e aceno.

Ele se dirigi novamente para a mesa do meu escritório se esparrama na poltrona mexendo no celular.

Vejo as máfias que me solicitaram armamento e eu ainda não as enviei.

Começo a riscar a todas que eu irei mandar imediatamente.

- Bélgica
- Nova York
- Croácia
- Paris....

Olho novamente para a folha e me recordo daquele capô.

- Paris , apenas semana que vem - risco forte me lembrando aquele verme que deu encima de Cecília.

- Tokio. - continuo...

Começo a analisar a melhor abordagem de enviar sem que elas sejam apreendidas, afinal não é sempre que temos ratos entre os policiais.

- preciso contratar algumas pessoas para serem distrações, já que vai passar um carregamento muito grande - digo falando para Luiz que encara a tela do celular rindo.

Levanto meu olhar para ele, tentando saber o que foi de tão importante que tirou totalmente sua concentração do planejamento da semana.

- Luiz - o chama repreendendo e ele se vira para mim me olhando rindo - que porra tá acontecendo - pergunto e ele me mostra a tela do Celular.

- pelo visto não é só você que é ciumento - diz e olho a tela do celular.

Regalo os olhos vendo esse imagem, não pode ser o que estou vendo.

Esfrego os meus olhos apenas para confirma que estou vendo isso mesmo, balanço a cabeça e volto a ver Cecília encima de uma menina a noucateando.

- nuss - digo vendo a cena parecendo sentir os tapas que ela deu. - faço algumas carestas durante o vídeo que se passa, e observo Luiz rindo atrás de mim.

- essa não é nem a melhor parte - quando ele termina de falar vejo o guarda puxando Cecília e ela tentando chutar a menina de longe - essa é a melhor parte.

- porque ela estava brigando - pergunto preocupado e ele sorri de lado fazendo uma cara de deboche

- por você meu caro amigo gostosão - fala e reviro os olhos.

- Cecília não ia brigar por mim...

- a Eduardo para de se fazer - diz e começa a rir - pow você é muito boa pinta, e outra um dos guardas que pagamos para cuidar e ficar de olho  nela lá disse com todas nas letras, foi por sua causa.

Luiz vai até o meio da sala e começa a simular uma briga.

- não de encima do meu noivo de novo sua biscate - ele imita Cecília com uma voz fina - aí minha unha - continua imitando e tento nao rir - espera não ligo para unhas - volta fingir que tá batendo.

- chega de gracinha Luiz - falo rindo e ele ajeita o terno. - meio difícil de acreditar já que ela vive dizendo não gostar de mim.

Falo e Luiz gargalha.

- não gosta - fala fingindo que tá limpando uma lágrima - vocês praticamente se comem quando se vê - diz e fecho a expressão - fico pensando na dor de cabeça se seu sogro desconfiar que anda fazendo umas oral na dia noiva...

- Luiz - eu o corto repreendendo.

- tá viajei - ele fala e se senta na poltrona novamente - ela é apaixonadinha em você Eduardo - diz e sorrio - assim como você é nela - fala e meu sorriso diminui - nem tenta fazer que não tu sabe a verdade - diz e cruzo meus braços.

Luiz volta a mexer em seu celular vendo a cena e rindo.

Então depois de muito tempo um sorriso começa a surgir no meu rosto, um sorriso que não sei explicar porque tá lá, mas eu sei o motivo por mais que não goste de admitir, e o motivo é Cecília.

A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora