HERDEIRO ?

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CECÍLIA FONTANA

- acordada? - escuto a voz de minha mãe me chamando na porta.

Fico quieta fingindo estar dormindo, não quero ficar conversando muito, ainda estou com vergonha e triste por Eduardo ter saído daqui todo machucado por culpa minha.

Já faz cinco dias que ele teve que voltar para o Brasil para resolver uns negócios, cinco dias desde que meu pai quase o matou.

Olho para frente com o olhar vazio, queria ele aqui, não gosto de admitir mais eu gosto dele, talvez mais do que eu achei que gostava.

Não sei definir ainda em palavras o que sinto, mas eu queria estar em seu lado cada segundo do meu dia.

- CECÍLIA- mamãe entra falando e fecho meus olhos.

Ela senta na cama e acaricia meu cabelo como fazia quando eu era apenas uma criança.

Me viro a olhando e ela sorri para mim.

Ela deita do meu lado de frente a mim, e ficamos ambos olhando uma para outra.

- mãe... - eu começo a falar mais dona Aurora me corta.

- vamos ficar esse momento apenas em silêncio meu bem - diz e sorrio, ela acaricia meu rosto e relaxo meu corpo, sentindo os carinhos dela. - você não tem que ficar com vergonha, isso é algo super normal minha filha - diz e apenas a observo - e outra, sei que está nervosa pela possibilidade de estar grávida - fala não tirando os olhos do meu - Sinceramente acho muito cedo para se tornar mãe, mas também acho lindo a maternidade.

- se eu estiver vai atrapalhar tudo o que papai planejou ! - falo e ela sorri para mim.

- seu pai adora achar que está no controle de tudo - fala sorrindo - mas nunca está, apenas deixamos ele achar que está - diz e pisca para mim me tirando um sorriso.

- mãe - começo a falar meio receiosa - e se eu estiver ... - começo e minha mãe me corta.

- não vamos nos preocupar nisso no momento, apenas se arrume porque tem alguém te esperando la fora.

Quando ela fala é como se eu tomasse um shote de alegria na veia, me levanto rapidamente e sigo meu caminho até o. Banheiro, preciso me arrumar, preciso estar linda, faz muito tempo que não vejo Eduardo, e estava morrendo de saudades.

Depois de me arrumar olho pela escada e o vejo  no início distraído com uma expressão fechada e um olhar que nunca havia visto nele antes.

Conforme vou descendo e ele percebo minha presença vejo seu rosto relaxar e um sorriso começar a brotar nele, e por incrível que pareça um alívio surgir em mim.

- oi - digo tímida talvez seja porque todos estão aqui me olhando - está bem ?- pergunta e ele sorri para mim.

Ele se aproxima e segura meu rosto dando um beijo de tirar o fôlego, posso escutar meu pai pigareteando atrás de nos, não gostando nem um pouco.

- estou ótimo, melhor agora - diz e seus olhos não saem do meu.

- está pronta filha ? - meu pai diz e parece que volto a realidade e vejo todos me encarar.

Engulo seco sabendo que agora tenho que ir a médica para ver se estou ou não esperando um filho de Eduardo.

- estou - digo firme todos acenam começando a sair da sala.

Andamos em direção dos carros e olho para meu pai que abre a porta da Maserati para mim.

- vamos Cecília - ele diz e olho Eduardo que está com a porta da sua Ferrari também aberta.

- ela vai comigo Matteo - ele diz e ambos se encaram.

Eles se olham fixamente por uns instantes e eu nãos sei para onde ir ou o que dizer, quando estava preste a abrir a boca e falar qualquer coisa para quebrar esse clima, escuro uma voz estridente gritando.

- ME ESPEREM - olho para o lado e vejo Luiz correndo até nos, vejo Eduardo coloco uma mão em frente de seu rosto, como se tivesse se martirizando pela cena que Luiz está fazendo.
- eu também quero ir - diz com as mãos no joelho em sinal de cansaço assim que nos alcança. - ou deixariam o padrinho fora - diz e olho o olhar assassino de meu pai.

- padrinho ? - fala e nos encara

- quer dizer se der positivo claro - diz sem graça ao ver que meu pai não gostou - sabe só se der positivo - meu pai o olha com raiva - mas claro vamos recordar que o principal culpado aqui é Eduardo - fala e meu noivo o olha indignado.

- o que ? - pergunta para ele que dá uma risada sem graça mostrando que apenas quis tirar do seu lado.

- você aguenta correr Eduardo - diz e tenho vontade de rir - meus joelhos não são tão bons - fala e vejo Eduardo o da um soco no braço.

- ótimo - meu pai resmunga - vá com ele Luiz, e Cecília vai comigo - diz já sem paciência e prefiro entrar no carro.

Escuto o carro ligando e olho para trás vendo Eduardo dando uns socos nele que ri.

Começo a sorrir e olho para frente assim que o carro começa a andar.

Mae, e se eu for mãe?

Será que estarei preparada, ainda mais para assumir o posto de esposa de Eduardo?

Esse tempo todo vive em uma bolha de proteção de meus pais, mas não consigo nem imaginar o nível de dificuldade que terei em um cargo que nunca parei para pensar.

Se eu estou preparada ou não, ainda não tenho certeza, a apenas uma coisa que sei, é que eu quero estar com Eduardo em todos momentos de sua vida.

A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora