E AGORA?

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EDUARDO LOPES

- bom sei que são familiares mais a sala é um tanto pequena para cinco pessoas fora a paciente - a doutora fala e me sogro finge nem escutar - então ok  - fala e continua a consulta.

- Cecília - ela começa e vejo minha noiva a encarar - percebo que está nervosa e então me aproximo ficando do seu lado e segurando sua mão. - você vem sentindo algo, algum desconforto? - pergunta e nega - bom vou fazer um exame de rotina para ver se está tudo normal ok - fala e aceno a cabeça junto com minha noiva que acaba sorrindo.

- o seu exame de sangue para vermos se está ou não gestante estará pronto em alguns minutos, tudo bem? - pegunta e ela acena.

A consulta prossegue, ela faz perguntas a Cecília, observa como está atravéz de um ultrassom, mas eu não consigo acompanhar nada, não por não saber ou por não ter interesse, mas sim porque parece que só agora está caindo minha ficha da possibilidade de ser pai.

Solto o ar que está preso em meus pulmões me causando tamanha agonia e nervosismo.

Olho para Aurora e Matteo que estão totalmente atentos ao que a doutora fala e a Vincent que revesa seu olhar protetivo entre sua irmã e sua barriga.

Luiz funga no meu lado, aparentemente emocionado, mas o que leva um cara impiedoso e assassino igual a ele fazer isso com uma certa frequência.

- doutora - meu sogro a interrompe - você precisa esperar o exame, assim não consegue ver se ela pode ou não estar grávida - fala nervoso e a vejo sorri.

- esse exame é mais para ver se ela está em perfeitas condições por isso não queria toda essa aglomeração aqui - diz e ele resmunga - mas como ela está confortável e pude a deixar de uma maneira que não a deixe constrangida prosseguimos o atendimento assim - fala educadamente. - porém esse exame nesse período de duas semanas não tem serventia, ele é feito apenas a partir da sexta semana de gestação - fala e todos nós prestamos atenção - Antes desse período, não é possível detectar nenhum sinal da gravidez, pois o saco gestacional ainda não está formado - fala e ficamos em silêncio.

Após alguns minutos escutamos batidas na porta e uma enfermeira entrando com o resultado em mãos.

- ótimo - diz e pega ele em mãos. - aqui contem o resultado que esparam, apesar de poucas semanas, esse é extremamente eficaz. - ela fala e Luiz se aproxima.

- cara você sempre sabe de tudo e suborna todos - diz sussurrando próximo a mim - fala logo o que é - diz e o encaro com uma face de poucos amigos.

- eu não quis saber - digo e Luiz franze a sombrancelha - não quis atrapalhar esse momento - digo e ele me olha de uma forma que arrependo de ter dito isso a ele.

- que lindo cara - fala fingindo secar uma lágrima - você está tão adulto - fala e reviro os olhos não aguentando mais Luiz nesse momento.

- cala a boca - falo e me viro novamente para a médica.

- bom senhores - ela diz e abre o envelope com cuidado.

Ela olha para todos e então lê com total cuidado e atenção, buscando ver se não a um possível erro aqui.

- gostaria que eu falasse Cecília ou você prefere ler - ela pergunta a minha noiva que está apertando minha mãos com total nervosismo do momento.

- eu prefiro que a senhora leia - ela fala e ele a médica sorri olhando para o papel.

- então ok - diz o dobrando novamente e entregando para Cecília sorrindo - parabéns Cecília você está a espera de um lindo bebê - diz e sinto minhas pernas falharem.

O silêncio brota no ambiente e pela expressão de meu sogro ele realmente estava esperando que ela não estivesse grávida.

Olho para ela que está com os olhos cheios de lágrimas e me encarando, vejo Aurora emocionada e Vincent confuso parecendo que está fazendo inúmeros cálculos em sua cabeça.

Me aproximo dela com. Atenção e ela sorri para mim, e quando ela sorri parece que meu nervosismo some.

- vamos ser papais- ela fala de uma maneira, que me faz sentir feliz, e porra eu nunca tive essa sensação, sensação de querer chorar, de querer abraça-la, de querer beija-la.

- vamos ser papais- digo sentido pela primeira vez uma lágrima descer em meu rosto - ela seca com carinho e junta nossos narizes.

Abrimos os olhos e vemos que estão a pouco centímetros.

Nós estamos bem, nos vamos ficar juntos e vamos criar nossa família.

Quando ela vai dizer algo escuto meu sogro falar.

- acho que temos que conversar - diz e posso o ver todo vermelho de raiva.

- ok iremos - digo não desgrudando dela.

- agora...

-amor - quando ele iria me fazer sair de la, a dona Aurora o faz para de falar - vamos os deixar um momento sozinhos, afinal eles que estão esperando um filho juntos, não nos - diz e o vejo diminuir sua carranca.

- mas... - antes de termina a frase Aurora o olha recriminando e o vejo resmunga - tabom - fala e segue para fora com ela e Vincent sem um pingo de vontade.

- também deixarei vocês sozinhos - a médica diz se retirando.

Olhamos para o lado e vemos Luiz sorrindo feito um bobo para nós, ele não percebeu ainda que só falta ele ir e fica parado nos encarando.

- Luiz - digo ele me responde sorrindo.

- sim.

- acho que já está na hora de você ir também - falo e ele olha para os lados vendo que só permaneceu ele na sala.

- ah - fala sem graça - eu já estava indo - diz arrumando o terno - estava verificando se estavam seguros - diz batendo na porta e rimos.

- ok - falamos juntos e ele sorri antes de sair.

- está nervosa - pergunto quando finalmente estamos a sós.

- não mais - ela fala e eu a encaro.

- porque não mais - pergunto e ela sorri afagando meu rosto.

- porque  estou aqui com você - diz e meu sorriso aumenta.

- Cecília - falo e ela me encara, antes de eu tomar força e dizer pela primeira vez algo que nunca imaginei falar para ninguém - Eu te amo - falo e ela me encara de uma maneira diferente, emocionada, como se quisesse viver para sempre nesse momento.

Ela aproxima e junta nossos narizes, selando o momento com um beijo, ela me olha nos fundos dos olhos e diz algo que enche meu coração de uma forma indescritível.

- eu também te amo Eduardo.

A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora