O REI

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EDUARDO LOPES ( 1 ano depois...)

A uma diferença enorme, entre comando uma máfia, e ser o fornecedor delas.

Nosso mérito e respeito é muito maior do que a de um capô.

Pois para eles terem o que precisam, eu que lhe forneço, eu que decido se o entrego ou não, ou seja eu que mando de forma indireta.

Meu pai Rodrigo foi conhecido muito tempo por ser o rei do tráfico negro, nome que causou medo em todos e principalmente respeito.

Apesar de todos imaginarem os negócios de minha rede de tráfico sejam inferiores por eu ser Brasileiro ou iguais as favelas que possuem um sistema mais bagunçado, nós somos reconhecidos, por elegância e trabalho de excelência.

Tendo vínculo com tudo e todos já que tudo que está no mundo obscuro do trafico, ou do lado da ilegalidade, nos mandamos, ou melhor agora eu mando mesmo em meus 25 anos.

Escuto o relógio tocar a casa segundo que passa, esse som faz o ambiente se tornar mais estressante, deixando quem está inquieto.

Encho um copo de Glenfiddich da coleção rara de 1937, pego a bebida e levo até a boca sentido o seu queimar em minha garganta, puxo a manga de meu terno Stuart Hughes Suit, da cor preta deixando mostrar um pouco de minhas tatuagens que vem da minha mão e se perdem em direção ao meu tórax.

Olho para meu escritório estilo dark, tons escuros e ambiente frio, perfeito para os negócios que costumo tratar aqui.

Quando estou finalizando minha bebida, enquanto passeio os dedos pela lista de compradores da semana, escuto batidas na porta.

- pode entrar - falo simples e vejo Luis meu braço direito entrando.

- olá senhor - ele diz e faço sinal para que se sente.

- qual o motivo de sua vinda até aqui - falo sério e ele me encara.

- senhor hoje está ocorrendo o casamento do líder Italiano, primo de sua noiva - fala e eu suspiro.

Noiva...

Seria melhor se dissesse pirralha.

A um ano que não a vejo, a última vez que a vi, vi apenas uma adolescente com grandes possibilidades de virar uma linda mulher, mais ainda sim uma adolescente.

Desde criança, venho dizendo que ela me pertence, que irei me casar com ela.

Mais quando eu a vi, não vi uma garota que é o que todos dizem, que será uma ótima esposa e ficará em seu canto.

Vi uma garota teimosa, cabeça dura, que só assinou aqueles papéis pelo seus pais.

Aperto o copo e Luiz me olha interrogativo.

- odiando a garota novamente ? - pergunta rindo e eu fico sério - sabe Eduardo - ele começa - sou seu único amigo - fala e eu o encaro - pare de se cobrar tanto, você sempre foi sozinho, e sabe nunca quis afeto de ninguém - ele começa - quem sabe esse casamento não seja tão ruim...

- já terminou ? - pergunto e ele bufa. - eu tenho que ir levar mais duas remessas de armas - falo pegando uns papéis sobre a mesa - não dará para eu ir. - digo e o escuto levantando.

- sabe que a vida não é só trabalhar né - diz e finjo não ter nem escutado. - você sempre se afasta de todo mundo, fica isolado, só quer que tenham medo de você.

- isso me faz crescer cada vez mais - falo e ele me encara.

- não só isso que faz um líder crescer Eduardo - fala e pega algo em seu blazer.

- sabe que sua noiva é uma jóia rara não sabe ?- pergunta e eu o encaro - você fica fingindo que a odeia, mais sempre que escuta boatos de capos querendo a cobiçar você busca em enxotalos para longe - diz e fecho minha cara - tenho que te lembrar do capô da França que disse que de todas as Herdeiras a beleza dela é incomparável - diz e eu soco a mesa.

- dá para parar ? - pergunto e ele solta um risinho.

- se não quer ir Eduardo tudo bem - diz balançando algo em sua mão - mais saiba que sua noiva estará lá - fala e balança o papel jogando sobre a mesa, pego a folha e vejo o retrato de Cecília, em seus 16 anos ela tem uma beleza surreal, pelo menos isso eu não posso negar, sua beleza já não é mais jovial, mais sim de mulher, com curvas e decotes...

Balanço a cabeça, sem imagens dela assim, penso comigo.

Luiz me encara com o braço cruzado e então continua.

- se você não quer ir ok - ele fala indo em passos bem lentos até a porta - nego agora mesmo a sua presença - fala pegando o celular em seu bolso - mas lembre-se.

Ele para e fica em frente da porta me encarando.

- todos os capos estarão lá - diz pausadamente e posso sentir minhas mãos de apertarem em punho fechado. - os casados - fala ainda me olhando e abrindo a porta - e os SOLTEIROS - diz rindo passando pela porta andando de costa
Não tirando os olhos de mim.

Quando ele vai fechar a porta eu o chamo.

- Luiz - chamo alto seu nome, e ele coloca a cabeça para dentro da sala novamente com um sorriso irritante nos rosto, e eu bufo o olhando- confirma minha presença - digo sem ânimo jogando a foto sobre a mesa novamente - eu vou!

A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora