TRAUMA

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CECÍLIA FONTANA LOPES

abro os olhos com dificuldade parecendo que estava cedada.

Vejo que estou em uma sala escura, com aparelhos ligados a mim.

Tento me mexer e sinto algo em minha barriga vejo um corte e entro em desespero, meus filhos.

Começo a me mexer e gritar desesperada.

Até ver um homem vestido igual um médico em minha direção.

- senhora por favor não se mexa, você acabou de passar por uma cirurgia.

- o que ?? , como assim ?- digo em plena histeria e ele tenta me acalmar.

- por favor, eles vão lhe matar se souberem que acordou diz e tampa minha boca - tentando me fazer ficar quieta - ele já tiveram o que queriam de você- diz e eu vejo que ele não é uma má pessoa, parece estar aqui contra sua vontade.

- meus filhos ? - questiono e ele abaixa o olhar - por favor cadê meus filhos - digo choramingando e ele olha para os lados antes de dizer algo.

- olha - diz baixo - o primeiro a nascer foi um menininho - eles fizeram eu induzir seu parto mesmo nao podendo - diz me fazendo ficar quieta, eu escutei eles dizendo que assim que as criancas melhorassem iam te eliminar - fala e eu sinto um medo crescer absurdamente- por favor o que eu te disser nao faça barulho - ele diz e meu coração aperta o que ele tem a me dizer que pode me desestruturar, sao meus filhos ? , sinto meu rosto molhar de lagrimas. - okey ? - pergunta e eu confirmo, tenho que estar bem e viva para salvá-los.

- Bom - diz baixinho chamando minha atenção - seus filhos não podiam ter nascido agora - fala e eu sinto um aperto em meu peito - era de risco, mas eles não estavam nem aí- diz e sinto meu coração aperta mais e mais.

- o primeiro a nascer foi um menininho, bem forte por ter seis meses - diz e um sorriso brota em meu rosto apesar da ocasião.

- o segundo uma menina - idêntica a você- diz e as lágrimas continuam a cair de forma constante.

- mas ...

Quando ele começa meu sorriso diminui e meu corpo começa a entrar em desespero.

- infelizmente o último não resistiu - diz e sinto um choro angustiante surgi em minha garganta.

Tampo minha boca e choro sentindo toda dor e angústia em perder um filho.

- era uma menina também- diz e o vejo chorando - idêntica a outra - fala e eu não sei como reagir só sinto que parte de mim morreu também - eles iriam descartar mais eu escondi o corpo em um local que a preserva, pois sei que você vai sair daqui - diz e o olho que em meio a gratidão apesar de tudo.

Não consigo acreditar nisso, porque...

Sinto vontade de desistir, mas eu tenho mais dois filhos que estão esperando por mim.

Eu preciso reagir, eu preciso salvar eles.

Tento me levantar e ele me para.

- calma você acabou de passar por uma cesaria, não pode se levantar assim, seus pontos....

- eu tô pouco me fudendo para mim ou meus pontos- digo e ele se cala, eu perdi um filho - falo chorando ainda - e tenho dois que precisam de mim - continuo - posso morrer hoje mas que meus filhos vão para casa, eles vão.

Digo me levantando e pegando um bisturi.

- aqui está cheio de homens armados, você não vai conseguir chegar perto deles...

- você não sabe a força que uma mãe tem - digo segurando forte o objeto em minhas mãos - principalmente uma mãe enlutada que teve seus filhos arrancados dela - digo sentindo o ódio perpetuar em meu Interior.

- posso não matar todos, mas pelo menos, o essencial para chegar aos meus filhos sim - falo e ele fica sério para mim, sem saber o que dizer e como opinar.

- mas e o resto- ele pergunta baixo me vendo andar com dificuldade até a porta.

- esses eu deixo para que meu marido resolva- falo e ele me encara assustado - eu se fosse você escolheria meu lado- falo olhando para os instrumentos sobre a mesa - pois quando meu marido souber que perdi um filho por conta deles - falo com uma calma demoníaca- você verá o que é o diabo sobre a terra - falo e ele engole seco - e ele vai desmembrar quem estiver no seu caminho - falo com o ódio mortal de uma mãe leoa - e principalmente quem pode ajudar e se obsteve - falo - então o que vai ser? - pergunto olhando em seus olhos - vai me ajudar a matar esses desgraçados e pegar meus filhos de volta, ou vai querer encarar a fúria de Eduardo? - pergunto e ele fica por uns momentos olhando para mim, o vejo respirar fundo como se tivesse se decidido  finalmente, o vejo dar passos firmes até uma prateleira a abrindo rapidamente e pegando um vidro de insulina grande colocando em seu jaleco junto a uma seringa cheia do mesmo líquido.

- se for para morrer acho que por esses homens será menos ruim - diz engolindo seco e dando um sorriso sem graça- eu vou na frente para distrair seja quem for - fala se posicionando ao lado da porta - eles estão na enfermaria no terceiro andar - fala em olhando - vou injetar nisso  nos que estiverem sozinhos  - fala nervoso - é um pouco longe e cheio de guardas - diz engolindo seco, e reagindo como se fosse fazer a cosia mais difícil da vida - consegue ? - pergunta para mim com calma.

- eu sou uma Fontana - digo séria sem nenhum remorso, acabando com todo medo que tinha e excluindo o resto daquela menina doce r inocente que restava,  e que eu sempre fui - agora a pergunta a se fazer é, sera que eles sabiam com quem estavam mexendo?

A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora