NOVA VIDA

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CECÍLIA FONTANA

Acordo afundada em meus lençóis macios, e nessa enorme cama.

Apalpo a lateral da cama e percebo que Eduardo não está lá.

Me levanto, sentando na cama, tendo o lençol que me cobria caindo e mostrando meu corpo nu.

Um sorriso brota em meu rosto ao recordar a noite passada, de nossos beijos, de tudo que fizemos.

Jogo o lençol para o lado e caminho nua até o banheiro que fica em nosso quarto.

Acho que vou demorar um pouco em acostumar com a palavra "nosso", agora tudo que pertence a ele, pertence a mim, e vice versa.

Vou em direção da pia e me olho, vejo os roxos da corda e deslizo o dedo sobre eles, me recordando de cada momento.

Um arrepio surge quando relo meus dedos sobre os chupões que vão da base do meu queixo até entre os meus seios, marcas fixas, marcas que ele deixou para que eu lembrasse dele concerteza.

Sorrio e ando até a banheira enorme que fica ao canto.

Ligo a água a deixando quente e colocando essências e produtos relaxantes.

Entro aos poucos sentindo cada músculo do meu corpo, contrair e relaxar profundamente depois.

- ah isso está tão bom - digo para eu mesma quando meu corpo relaxa e se encaixa deitado na banheira me fazendo sentir no paraíso. - é, hoje que começo a conhecer minha nova casa - começo a dialogar comigo mesmo, buscando entender mais e mais, e me organizar mentalmente.

Fico mais uns longos minutos aproveitando cada momento.

Saiu da banheira me arrumando em seguida e saindo finalmente para o andar de baixo onde será minha nova aventura de descobertas.

Abro a porta lentamente e vejo o corredor claro e aberto, bem diferente do quarto de Eduardo, vou descendo e observando o local melhor, é uma casa completamente diferente do que imaginaria, uma mansão com uma decoração magnífica e várias plantas espalhadas.

Chego ao início da escada que da direto a uma sala que interliga as demais.

Dou passos curiosos até chegar ao que me lembro pelo pouco que vi ontem ser a sala principal.

Olho sua enorme janelas de vidros que ocupam a parede toda que fica em direção da praia.

Me aproximo delas observando o mar a minha frente, lindo, o clima está bem quente e a área bem clara.

Sorrio, mas meu sorriso cessa quando vejo cão enorme e negro vindo em minha direção.

- meu Deus - nem termino quando ele pula encima de mim me derrubando encima do sofá que ficava alí.

Solto um grito de susto e escuto passos correndo em nossa direção.

- TERROR - escuto a voz de alguém gritando e a reconheço imediatamente, Eduardo.

Olho para a fera em minha frente que está encima de mim.

Bem não chamaria de fera, esse ser babão que está lambendo a minha cara, mas apenas o seu tamanho poderia ser responsável por esse apelido que acabei de lhe dar.

- meu bem você está bem ? - Eduardo se aproxima preocupado tirando o seu mostro babão de cima de mim - machucou - pergunta me puxando para seus braços me olhando em todos os cantos - me diga algo Cecília por favor - quando ele pedi, finalmente eu o encaro fixamente.

- estou bem a não ser o litro de baba que ele depositou em mim - digo limpando minha bochecha e ele sorri aliviado.

- terror não costuma agir assim - ele diz se justificando - geralmente ele espera eu apresentar a pessoa a ele, não puxa a coleira e corre em direção dela.

- terror ? - pergunto o nome e ele sorri vendo que de tudo que falou o que mais me chamou atenção foi o nome do cachorro - talvez ele gostou de mim - pergunto vendo aquele enorme babão parado ao lado dele com uma carinha de bebê chorão para mim.

- terror? - o chamo e ele não espera duas vezes para vir para meu lado, todo brincalhão me lambendo e mostrando que quer carinho na cabeça.

- meu cachorro virou um mariquinhas - ele fala inconformado e eu o olho estranho.

- mariquinhas ? - pergunto e ele acena a cabeça rindo.

- esquece - diz e senta ao meu lado o acariciando também - você não está aqui um dia e já estragou meu cachorro - ele fala e começo a rir.

- eu não estraguei ninguém - digo acariciando mais ainda a cabeça dele que começa a balança mais rápido o rabo - não é terrorzinho, eu não te estraguei né - falo com uma vozinha de bebê e Eduardo gargalha.

Olho para meu marido que está lindo sorrindo assim, desde que começamos a ter nossas vidas ligadas foram poucas vezes que o vi feliz, e fico extremamente radiante vendo que isso vem aumentado com o tempo.

Quando vou começar a acariciar o rosto de meu esposo, escutamos um barulho na porta.

- Família cheguei - Luiz entra com seu tom irritando durante o dia.

Ele entra todo radiante, até o momento que me vê acariciando a cabeça de terror.

- o que ? - ele diz indignado e vejo o Eduardo começar a rir - ele nunca me deixou chegar perto - ele fala com a boca entre aberta e me olha para meu cão com raiva - sério terror ela? - ele fala e o nosso cão solta um latido fazendo Eduardo me abraçar e rir ao mesmo tempo - traidor - Luiz sussurra e eu balanço os braços vitoriosa em relação a ele.

- esperava isso dele terror - diz apontando para Eduardo - não de você - fala ainda emburrado.

- Tabom - Eduardo diz em sua última risada - agora me diga o porquê da sua ilustre presença ? - pergunta a ele, que tem seu rosto transformado de um rosto amigável e divertido, para um preocupado.

- assuntos da Onix - ele diz sério e a expressão de meu marido também fica assim.

- algo aconteceu ? - Eduardo pergunta preocupado.

- vamos para o escritório conversar...

- mas o que é tão grave que não pode me falar - ele o corto e então Luiz olha para mim.

Eles não queriam discutir em minha frente.

- vamos entao... - Eduardo começa a falar e eu o corto.

- eu também vou ! - digo firme assim que ele levanta.

- Cecília...

- não venha com essa de Cecília - falo e ambos resmungam - eu sou sua esposa, sou sua companheira em qualquer ocasião, e se você é considerado o rei do tráfico negro, isso automaticamente me faz se a rainha, e eu não série omissa a nada, vou estar presente de tudo, e ao seu lado em tudo - falo me levantando.

- quanto menos você souber melhor - ele diz e eu nego.

- ou estamos juntos nisso, ou não estamos juntos - falo o encarando - você que escolhe.

Ele me olha me repreendendo mais sabe o quanto sou teimosa, o escuto bufar e então ele para em minha frente.

- você é teimosa demais, já te disseram isso ? - ele pergunta e o Luiz nos olha apreensivo.

- todos os dias - falo sorrindoe o vejo rir de lado.

- tem certeza - pergunta e eu balanço a cabeça fazendo que sim.

- então é isso, se Matteo souber...

- para de ser cagão Luiz - falo e Eduardo ri e ele fecha a cara - meu pai terá que aceitar que agora eu não sou mais a sua princesinha - digo olhando meu Marido que me encara apaixonado - agora eu sou Cecília Fontana Lopes - falo em alto bom tom - a herdeira da família Fontana e também rainha do mundo obscuro. - e assim como o meu marido, todos também terão que me temer.


A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora