EU NÃO

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CECÍLIA FONTANA

- porque você está com um roxo no seu braço Cecília ? - minha mãe pergunta durante um almoço de sábado normal.

Meu pai me olha imediatamente e meu irmão também.

- bati na porta - falo comendo normalmente e meu pai continua me olhando.

- isso não foi ? - começa a pergunta e eu o olho confusa - não foi Eduardo né Cecília.

Eu o olho espantada e praticamente quase grito.

- lógico que não - falo e meu pai me olha estranho.

- certeza - pergunta fixamente e olho minha mãe me observando.

- absoluta, ele nunca encostaria a mão em mim - digo e posso ver um sorriso surgir nos lábios da minha mãe.

- não nesse sentido - meu irmã fala e meu pai quase engasga com a comida.

- Vincent - minha mãe fala o repreendendo, enquanto bate nas costas do meu pai. - chega desse assunto - fala e a mesa parece voltar a ficar em silêncio.

- Cecília - depois de minutos em silêncio, minha mãe volta a falar. - como todo ano vamos viajar para a África novamente.

Minha mãe começa a falar e me lembro da viagens dele, era algo para ser uma vez apenas, um pagamento de promessa, mas então meus pais decidiram todos os anos irem para uma aldeia bem afastada.

Eles já conseguiram mandar água potável, introduziram a agricultura, hoje o que era deplorável e inabitável, possui pessoas felizes e vivendo em condições aceitáveis.

Não é porque somos Mafiosos que temos que ser seres horríveis, ajudamos conforme podemos.

- essa semana - pergunto desinteressada.

- sim essa semana - fala comendo normalmente. - Lucy ficará com vocês -  diz e um sorriso brota em meu rosto - por favor se comportem - diz firme.

- não se esqueçam que qualquer bobeira que vocês fizerem podem custar a vida de todos nós - meu pai fala e acenamos a cabeça em confirmação.

Termino meu café da manhã e subo para meu quarto com um sorrisinho no rosto, meus pais vão viajar e ficarão uma semana lá.

O que quer dizer que ficarei uma semana sozinha aqui sem a total supervisão deles - penso mordendo a ponta da minha unha.

Pego meu celular e penso, se mando mensagem para ele ou não.

Balanço a cabeça e penso, o porquê dessa ideia passar por minha cabeça.

Jogo o celular na cama, e vou em direção do banheiro, tenho que tomar banho e fazer umas atividades para entregar amanhã.

EDUARDO LOPES

- você vai viajar de novo ? - Luiz diz e eu apenas o encaro feio.

- tenho que levar eu mesmo essa mercadoria - falo fechando a maleta.

- senhor mais é arriscado - fala e eu apenas o encaro o entendendo.

- eu sei amigo - digo e ele não muda sua expressão de descontentamento.

- infelizmente como aquela mercadoria que meu pai ia o entregar chegou, tenho que levar outra.

- mas a diferença entre uma mulher e esse químico aí é enorme - diz e eu o encaro.

- depois de lá devo chegar no México umas 18:00 - afirmo.

- Eduardo, deixe-me ir com você - ele tenta barganhar e eu não quero que meu melhor amigo se arrisque.

- preciso de alguem de confiança aqui - para ficar no meu lugar - falo e ele me encara pensativo.

- ok chefe - ele diz firme e balanço a cabeça sorrindo.

Entro no vôo e fico horas aguardando chegar nos EUA para entregar a tão temida mercadoria.

O vôo chega em seu destino e desço indo em direção da entrada onde uns dos meus carros me aguarda.

Chego e entro indo em direção do endereço fornecido, mal vejo a hora de entregar e ir até o México.

Quero zuar muito com a cara da Cecília ao soltar o que eu sei sobre a briga.

Começo rir comigo mesmo até ver que uma cesta rústica se aproxima.

Chegamos e o meu guarda abre a porta do carro, sigo passando por ela e observando todos os espaços é um ambiente de difícil acesso.

- senhor vamos - meu guarda me pergunta e aceno entramos e sendo acompanhado por ele.

Já dentro da casa percebo que não há movimentação, os móveis estão empoeirados e a casa parece estar a muito tempo inabitável.

Dou mais dois passos para dentro e vejo um vulto passar pela cozinha.

Vou em direção desse vulto já com minhas armas em punho.

Não vejo mais nada ali de assustador a não ser a casa que me pediram para estar, está inabitada, coisa que não deveria estar.

- Gustavo - falo e meu guarda me encara - acho  melhor voltarmos.

Digo e ele concorda.

Caminhamos devagar até escutar um barulho alto completando o espaço.

- o que foi isso senhor ? - pergunta e fecho os olhos sentindo uma dor.

- nao sei -afirmo mas vejo que seus olhos estão em meu tronco.

- senhor foi baleado - diz e vem com tudo em nossa direção.

Olho para ele e caiu de joelho no chão, ponho a mãos sobre o lugar ferido e olho aquela aliança, a aliso e encaro meu guarda novamente, conforme vou apagando.

A PROMETIDA - 2° Geração ( HERDEIROS FONTANA) - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora