Capítulo 12

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Maria da Silva

Na manhã seguinte fiz minha rotina de sempre, levei minha filha para escola e vim para a padaria, porém no caminho de volta um vapor do Alemão me entregou um recado.

" Você está ainda mais linda com este sorriso, bom você avisar para o riquinho ficar longe da minha quebrada e da minha gata se não vocês vão sofre as consequências"

Meu coração gelou naquele momento. Voltei para padaria e tentei focar no meu trabalho e não pensar muito naquela ameaça não é de hoje que o Alemão tenta algo comigo desde que eu voltei do Pará ele fazia de tudo para ter algo a mais comigo e eu nunca ia ter nada com um criminoso.

Estava tão cansada que aproveitei que o movimento tinha diminuído para sentar e abaixar minha cabeça e já estava quase cochilando quando ouvi uma voz que conhecia bem.

- Então está é a famosa padaria - olhei para frente e vi o Otávio sorrindo com aquele sorriso que eu tanto gosto, e por um minuto eu fiquei feliz, mas quando lembrei do bilhete eu sei que o meu sorriso morreu.

- Sim, Otávio, mas olhe ela bem porque é a última vez que quero ver você aqui - falei, e ele pareceu surpreso, mas este seria o melhor para ele, o Alemão é um perigo, e eu gosto do Otávio não quero que nada ruim aconteça, e a avó dele está certa somos de mundos diferentes - O melhor para nós dois é que nos afastemos - falei as palavras doíam em mim, mas era necessário.

- Isso é uma brincadeira né? - ele perguntou

- Não, isso não é uma brincadeira, acho melhor você ir porque estou trabalhando.

- Certo, não vou te incomodar enquanto trabalha, então vou esperar aqui nesta mesa - ele falou se sentando na minha frente. - Aí eu fico aqui fazendo o que mais gosto de fazer, te admirar - ele falou e respirei fundo para procurar minha paciência.

- Por que você gosta de complicar as coisas? - Perguntei e ele se levantou

- O que aconteceu? - ele perguntou se aproximando.

- O que aconteceu, é que parece que sou a única, que se dá conta que isso é um absurdo e não existe um futuro entre nós dois...

- Mas eu não estou pensando no futuro, eu quero viver com você um eterno presente - ele falou passando para o outro lado do balcão

- Você sabe o que sua avó me falou? - ele fez que não com a cabeça - Que as paixões aguentam as diferenças sociais, porque as paixões são algo que queima rápido que não ver desfeitos, mas quando a paixão vira Amor tudo isso se acaba e a realidade bate a porta...

- E o que você pensa? - ele perguntou já atrás de mim

- Que ela tem razão - falei e ele me abraçou por trás.

- Eu acho que podemos ser a exceção - ele falou, e me puxou para um beijo, e não consegui resistir tem algo nele que mexe com o meu corpo.

- Bom dia Maria - a dona Josefa falou e ele se afastou de mim.

- Bom dia dona Josefa o que a senhora vai querer hoje? - perguntei tentando me recompor

- 2 reais de pão francês, e meia dúzia de ovos - ela falou e fui aprontar o seu pedido

- Pronto aqui está - falei a entregando e ela me pagou.

- Muito obrigada, Maria - ela falou sorrindo e saiu.

- Dona Josefa, está senhora sempre vem e pedi 2 reais de pão e meia dúzia de ovos, e o meu avô sempre coloca oito ovos e oito pães, ela tem sete filhos e os sete ela cria sozinha, não sei como, mas ela trabalha muito ela limpa casas pela manhã, pela tarde, e nunca a vi reclamar de nada, na verdade estas são as pessoas daqui trabalhadoras, fazemos de tudo para dá um futuro melhor para os nossos filhos, este é o meu mundo - falei e ele já na minha frente do outro lado do balcão.

Uma cinderela para o CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora