Capítulo 18

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Maria da Silva

Fomos até o carro em silêncio, eu fiquei assim o caminho todo, procurando as palavras certas, assim que voltamos para minha casa, olhei para o desenho que ela fez para ele e  lembrei das suas palavras, meu pai, olhei para o Otávio, que estava me olhando, como se estivesse analisando o terreno.

— Otávio, nos precisamos conversar, mas por favor me escuta primeiro, eu quero que você me entenda, entenda a minha visão e outra coisa o que eu vou falar para você, você tem que me prometer que morre aqui. — eu falei  supliquei com o olhar.

— Eu prometo Maria — ele falou e o convidei para sentar no sofá junto comigo.

— Você me perguntou pelo pai da Belinha, mas eu preciso te contar tudo, eu não suportaria se você me olhasse ou me tratasse como uma vagabunda, eu sempre tentei ser forte e disse que não ligava para o que as pessoas falavam, mas desde os meus 14 anos eu escuto que sou uma putinha e eu preciso que você entenda toda a história para entender o que me levou a não saber quem é o pai da Isabela.

— Não precisa, se te machuca não precisa me falar nada. — ele falou com carinho. — E saiba que eu nunca vou te ver assim.

— A questão é que quero te falar toda a verdade, conta a minha história — falei para ele indo até o meu quarto e peguei uma caixinha me sentei na cama e ele se sentou do meu lado. — Eu sempre quis fazer moda e estudar em Paris era o meu maior sonho sabe, e no meu aniversário de 18 anos o meu pai me procurou, veio a princípio me pedi perdão, ele descobriu que não podia ter mais filhos e estava arrependido por ter me rejeitado, eu não vou mentir para você, eu fiquei feliz por não está mais sozinha no mundo, porque mesmo eu tendo meus avós eu me sentia sozinha eles sempre me cobraram muito, para cuidar das minhas irmãs a minha as vó me tratava como se eu fosse uma vagabunda, eu as vezes via ela fofocando das vizinhas ao meu respeito. — ele me observava com um olhar como se me entendesse.

Peguei uma foto minha com a Beck no colo e os meus avós e pela cara dela na foto dava para entender o que eu estava falando.

— Eu comecei a ajudar na padaria desde muito nova e ainda tinha que cuidar da casa e tinha a Beck, e o meu pai quando pareceu na minha vida cuidava de mim de verdade, ele me colocou em um curso de francês e me ajudava a praticar, com ele era tudo fácil eu me sentia feliz, ele fez tudo para mim entrar na universidade em Paris, era um sonho se tornando realidade, mas depois deu está lá a dois anos eu já estava com 22 anos ele me convenceu a princípio a ser sua doadora de óvulos se não eu preferia todo seu apoio, mas como não estava dando certo ele tinha me pedido para ser a sua barriga de aluguel, o meu namorado na época o Pool não ficou muito contente principalmente porque nós não podíamos ter relações até ter dado tudo certo...

— Então, espera a Belinha foi gerada assim?

— Não, como eu fui a melhor aula do semestre eu iria poder abrir o desfile dos formandos, e eu estava tão feliz era o início do meu sonho, e Pool queria comemorar até tinha reservado um quarto neste hotel, mas eu insiste que não podia eu tinha começado o tratamento a um mês e não fazíamos nada desde então, como ele estava demorando a chegar, eu fui até a casa dele e assim que entrei notei algo estranho e quando cheguei no quarto peguei ele transando com uma mulher que eu considerava minha melhor amiga, eu fiquei sem chão sem rumo eu não esperava aquilo dele, e para pior tinha esquecido a minha carteira então fui andando para o evento e por sorte para não falar outra coisa perde o meu próprio desfile, e resolvi ir beber coisa que eu nem podia por conta dos remédios, mas naquele dia eu não estava nem aí só bebi e tinha um homem do meu lado que estava me acompanhando começou a tocar uma música que eu gostava chamei ele para dança, e daí fomos para um quarto acabamos transando e bom nenhum momento nos tiramos as nossas máscaras, ele até quis tirar porém quando ele falou nas máscaras eu me dei conta do que eu estava fazendo e como eu nunca tinha feito nada parecido estava com uma certa vergonha. — falei e o Otavio estava pálido, e parecia bem pensativo. — Otavio você está bem?

Uma cinderela para o CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora