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Santa Catarina, Blumenau

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Santa Catarina, Blumenau. Agosto de 2009.

~ Maria

Eu sou do sul do Brasil, descendente de uma família alemã, eu amava a cultura de meus antepassados, e sonhava em conhecer a Alemanha um dia.

Minha mãe tinha um pequeno ateliê de roupas de festa, cresci em meio a desenhos de vestidos e máquinas de costura, foi aí que herdei meu amor pela moda.
Eu trabalhava com minha mãe no ateliê mas meu sonho era fazer uma faculdade de moda em Los Angeles, onde sempre quis morar, me inscrevi em várias e todos os dias depois do trabalho eu chegava em casa esperando que houvesse alguma resposta.

No dia do meu aniversário de 19 anos, minha mãe me deu o melhor presente que eu poderia ganhar, uma viagem para conhecer a cultura da família na Alemanha, eu mal podia acreditar. A viagem já estava marcada para a próxima semana, minha mãe me levaria até o aeroporto de São Paulo, e de lá eu seguiria viagem sozinha até o país que sempre sonhei conhecer.

São Paulo, aeroporto internacional de Guarulhos, uma semana depois.

- Mãe, eu ainda não acredito, isso deve ter custado tão caro! Nem sei como agradecer por esse presente!

- Me agradeça se divertindo, apreciando a arte, conhecendo a cultura. Tudo que eu quero é que você seja feliz, minha filha! -- Ela diz e nós nos abraçamos, logo ouço a chamada para meu voo

- Eu te amo! Não se esqueça de me ligar todos os dias e principalmente de se alimentar direito, se hidratar, se agasalhar e-

- Mãe! -- A interrompi sorrindo com os olhos marejados
- Eu vou ficar bem, não se preocupa!

- Eu sei que vai filha, te amo meu amor -- Ela diz e eu vejo algumas lágrimas se formarem em seus olhos

- Eu também te amo mãe, obrigada mais uma vez por esse presente -- Nós nos abraçamos mais uma vez e eu vou em direção ao portão de embarque.

O voo duraria 12 horas, eu nunca tinha ficado tanto tempo sem falar com a minha mãe, afinal de contas, sempre fomos eu e ela contra o mundo, éramos inseparáveis.

Aeroporto de Berlim, Brandemburgo. 12 horas depois.

- Eu to bem mãe. Um pouco cansada da viagem, mas já consegui pegar um táxi e estou indo ao hostel onde vou ficar hospedada. Tá tudo bem, eu juro! O idioma não está sendo uma barreira, aquelas aulas na infância com a vovó realmente serviram pra alguma coisa -- Eu disse entrando no táxi

Chegando no hostel, a recepcionista que me atendeu era uma garota ruiva de olhos verdes, muito simpática e pelas roupas eu diria que ela era emo.

Ela me disse que o nome dela era Eillen, e que também morava naquele hostel, disse que eu iria amar a cidade, e que se eu precisasse de um guia turístico ela poderia ser a minha, eu a agradeci e falei que já tinha alguns lugares em mente para visitar, mas não tinha preparado um roteiro para a viagem e seria ótimo ter uma companhia.

Depois disso ela me mostrou o meu quarto, e disse que eu poderia decora-lo como eu quisesse pelo tempo que eu ficasse lá.
Eillen se despediu e disse que me deixaria sozinha, mas que poderia chamá-la se precisasse de algo, eu a agradeci pela gentileza, ainda surpresa com a receptividade dela, pois dizem por aí que os alemães não são exatamente as pessoas mais gentis de que já se ouviram falar.

Assim que Eillen saiu do quarto, eu o olhei por algum tempo e decidi tomar um banho para relaxar e descansar daquela viagem longa.

Do outro lado de Berlim, ensaio da banda Tokio Hotel.

~ Tom

Eu vim do leste da Alemanha, tinha uma banda de sucesso mundial com o meu irmão gêmeo e mais dois amigos, eu era o guitarrista. Por isso passamos mais tempo em Berlim ou em qualquer outro lugar do mundo do que em nossa própria casa.

Devo confessar que tinha uma fama de bad boy, afinal, eu sempre arrumava um jeito de me divertir, saia pela cidade dirigindo meu carro e adorava uma boa festa, algumas vezes eu daria tudo para ser um anônimo a vida de rockstar não era fácil, apesar de todo o glamour, a fama e os benefícios, as vezes tudo que eu queria era poder fazer coisas normais, como me sentar em um restaurante sem acabar saindo numa revista ou tabloide no dia seguinte.

- Ei Georg, lembra de quando você era apaixonado pela Gulcan? -- Eu disse rindo da cara do mesmo que me olhava de cara feia (𝐆𝐞𝐨𝐫𝐠 𝐋𝐢𝐬𝐭𝐢𝐧𝐠, 𝐛𝐚𝐢𝐱𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐛𝐚𝐧𝐝𝐚)

- Cara, você não cansa de encher o saco?
-- Respondeu irritado mostrando o dedo do meio

- Tom, eu não preciso te lembrar que temos o EMA daqui a 2 meses, não é? -- diz Bill entrando na sala em que estávamos (𝐁𝐢𝐥𝐥 𝐊𝐚𝐮𝐥𝐢𝐭𝐳, 𝐠𝐞̂𝐦𝐞𝐨 𝐝𝐞 𝐓𝐨𝐦 𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐚𝐥𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐛𝐚𝐧𝐝𝐚)

- Eu sei Bill, como eu poderia me esquecer se você me lembra a cada 5 minutos -- Eu digo ironizando e revirando os olhos

- Será que é porquê todo final de semana você dá um perdido na gente e some Tom? -- Respondeu Gustav que também estava entrando na sala (𝐆𝐮𝐬𝐭𝐚𝐯 𝐒𝐜𝐡𝐚̈𝐟𝐞𝐫, 𝐛𝐚𝐭𝐞𝐫𝐢𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐛𝐚𝐧𝐝𝐚)

Mentira não era, mas eu sempre tentava avisar ao Bill onde eu estava, apesar de na maioria das vezes eu esquecer por estar bêbado, mas isso é só um detalhe.

- Até parece Gustav, o Bill sempre sabe onde eu estou, né Bill? -- Falei me levantando e passando o braço no pescoço do meu irmão

- E ironicamente nunca é onde você deveria estar, não é irmão? -- Retrucou Bill se livrando do meu abraço

- Vocês são muito cruéis comigo, o que eu posso fazer? Alguém precisa dar atenção às nossas fãs, eu faço isso por todos.

- Tom... -- Bill falou calmamente

- O que? -- respondi desconfiado

- Quer levar um soco? -- Falou em seguida cerrando seus punhos e indo atrás de mim que corria pela sala inteira dando risada

Esse tipo de coisa acontecia diariamente, mas pelo menos ninguém se matava.

Depois deste pequeno desentendimento, fomos ensaiar para alguns shows que estavam por vir, e as músicas estavam ótimas, e eu claro, tocando minha guitarra perfeitamente.

𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗜 𝗟𝗢𝗦𝗘 𝗠𝗬𝗦𝗘𝗟𝗙 | 𝗧𝗢𝗠 𝗞𝗔𝗨𝗟𝗜𝗧𝗭Onde histórias criam vida. Descubra agora