𝑪𝑨𝑷𝑰𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑿𝑰𝑰

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~ Maria

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~ Maria

            Assim que o motorista de táxi chegou em minha rua avistei de longe o carro de Tom, como eu imaginava. Eu não entendia o que tinha acontecido, mas a maneira como Tom tinha me tratado doeu em lugares que eu nem imaginava que era possível.

- Você pode dar a volta e parar na rua ao lado, por favor? - Pedi ao taxista que assentiu com a cabeça, dando a volta.

           Provavelmente Tom não demoraria ali, ele deveria imaginar que eu não falaria com ele, eu não sabia como tínhamos chegado à esse ponto, mas talvez fosse melhor assim. Andei até o jardim onde eu costumava vir para pensar, mas agora até ele me lembrava Tom.

        Me sentei e fiquei lá por algumas horas, na verdade quase não vi o tempo passar, me perdi em meio aos meus pensamentos e ironicamente, em todos eles tinham aquele que eu estava ali tentando esquecer.

- Eu sabia que te encontraria aqui! - Ouvi a voz de Tom, interrompendo meus pensamentos.

- Maldita a hora em que te mostrei esse lugar! - Falei me levantando e indo na direção oposta de onde Tom estava vindo, ouvi seus passos apressados e o senti segurar meu braço.

- Por favor, só deixa eu me desculpar - Falou o garoto atrás de mim, suspirando.

- Pelo que exatamente? Quantas vezes você vai ser um babaca e precisar voltar em seguida para se desculpar? - Respondi, ainda de costas para ele que ainda segurava meu braço.

- Por tudo, por todas as vezes em que eu fui rude, e até pelas que eu sei que ainda vou ser, meu irmão sempre me diz que eu tenho essa coisa de virar um idiota quando não sei lidar com meus sentimentos.

- E quais são os seus sentimentos, Tom? - O perguntei, me virando para ele.
Eu não esperava que ele estivesse tão perto, eu conseguia sentir sua respiração, seu cheiro, e quando o olhei nos olhos, tudo que eu pensava era em como eu não queria ficar longe dele, apesar de toda aquela raiva que eu sentia naquele momento.

- Os meus sentimentos? Bom, eu… - hesitou por alguns instantes.

- Como é que eu posso ouvir alguém que nem sabe o que realmente quer dizer? - Falei tentando me soltar e me afastar. Neste momento, Tom segurou meu outro braço e se aproximou de mim, encostando nossas testas uma na outra.

- Você quer saber o que eu sinto, Certo? - Respirou fundo e continuou:

      - Quando estou com você, sinto que posso ser a minha melhor versão, você desperta em mim a vontade de ser alguém que nunca fui, que nunca pensei em ser, alguém que abre a porta do carro, que senta em jardins para conversar, que caminha às margens do rio spree sob um céu estrelado numa noite fria. Quando me despeço de você, sinto vontade de ficar, quando não estamos juntos, penso em mil maneiras de chegar até você, desde que te olhei nos olhos pela primeira vez, nunca mais tirei os seus olhos dos meus pensamentos, tenho te visto em todos os lugares, até nos meus sonhos. Talvez Bill esteja certo como sempre, você deve ser mística, uma fada de verdade, eu não sei, mas eu sei que tudo que te envolve me afeta, quando penso que algo poderia estragar isso e eu poderia nunca mais te ver, eu fico completamente maluco e acabo agindo feito um idiota, porque eu não quero imaginar não ter mais você por perto… você quer mesmo saber o que eu sinto? Eu estou completamente apaixonado por você, Maria!

𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗜 𝗟𝗢𝗦𝗘 𝗠𝗬𝗦𝗘𝗟𝗙 | 𝗧𝗢𝗠 𝗞𝗔𝗨𝗟𝗜𝗧𝗭Onde histórias criam vida. Descubra agora