𝑪𝑨𝑷𝑰𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑳𝑰

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~ Tom

Bill entrou na sala logo em seguida, enquanto Sunny ainda me abraçava eu o vi parar e tentar se afastar sem ser notado, mas logo a pequena que já havia o visto correu em sua direção.

- Tio Billy, o Tom está triste. Nós podemos trazer um sorvete azul para ele ficar feliz? - Falou a pequena enquanto pulava no colo de Bill.

- Ei Sun, eu não estou triste. - Falei, limpando meu rosto ainda molhado pelas lágrimas.

- Mas você estava chorando. - Disse ela, franzindo a testa.

- Eu estava. Mas não era tristeza, na verdade acho que era o contrário. - Respondi, a vendo me olhar confusa.

- O contrário de triste é feliz, você estava chorando por estar feliz? Perguntou ela.

- É, no início eu estava um pouco assustado, mas depois fiquei feliz. - Respondi me aproximando dela e de Bill, que permanecia calado.

- É mesmo? E por quê? - Perguntou curiosa, estendendo suas mãos para passar do colo de Bill para o meu.

- Bem, é que eu ganhei um presente. - Respondi enquanto a segurava em meus braços.

- E você gostou? - Perguntou mais uma vez a garotinha.

- Como eu posso te explicar... - Falei, pausando minha fala enquanto buscava as palavras certas para descrever como eu me sentia naquele momento. - O que posso dizer é que eu jamais teria pedido outra coisa ao universo se antes eu soubesse que era desse presente que eu precisava. - Respondi, olhando fixamente para os olhinhos que me encaravam com atenção.

Olhei para Sunny por alguns segundos, pensando em como eu não havia notado antes o quando ela era uma mistura perfeita de mim e Maria. Fui interrompido por um soluço de choro que quebrou o silêncio. Bill estava parado em nossa frente, com as mãos em seu rosto enquanto lágrimas caiam de seus olhos.

- Podem continuar aí, eu vou pedir que façam um lanche para vocês no jardim. - Disse meu gêmeo, enquanto se virava e saía da sala.

- Tio Bill... - Sunny o chamou, fazendo-o se virar outra vez para nós.

- Caso tenha pão no nosso lanchinho... - Pausou ela, se encolhendo um pouco tímida. - Você pode pedir que tirem as cascas, por favor? - Completou a pequena, fazendo Bill olhar para mim e balançar a cabeça em negação enquanto um leve sorriso aparecia em seu rosto.

- Mas é claro, meu amor. Afinal, vocês dois odeiam cascas de pão, não é mesmo? - Respondeu ele, indo em direção à cozinha.

~ Bill

Ver a maneira como meu irmão recebeu a paternidade me fez admira-lo ainda mais. Tom estava passando por um momento difícil com o divórcio e Sunny havia chegado no momento certo em sua vida. Aliás, esse era o "efeito Maria" na vida do meu irmão, aquela fada sempre chegava como um furacão na vida de Tom, trazendo o que ele mais precisava.

Enquanto ia até a cozinha para pedir que fizessem lanches para os dois, senti meu celular vibrar no bolso. Era Maria. Pude notar pelo seu tom de voz que ela estava em pânico, conversamos por alguns minutos e eu a expliquei como Tom havia descoberto sobre Sunny, afinal até àquela altura Maria ainda achava que eu quem havia contado.

- Em ligação...

- Ok, Bill. Eu já entendi que você não contou, agora eu preciso saber onde está minha filha, vocês não estão na sorveteria e-

- Ela está com o Tom. - A interrompi, ouvindo Maria suspirar profundamente.

- Como assim ela está com o Tom? Nós precisamos conversar, Bill. Ele não pode contar isso assim para ela. - Respondeu com a voz trêmula.

𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗜 𝗟𝗢𝗦𝗘 𝗠𝗬𝗦𝗘𝗟𝗙 | 𝗧𝗢𝗠 𝗞𝗔𝗨𝗟𝗜𝗧𝗭Onde histórias criam vida. Descubra agora