𝑪𝑨𝑷𝑰𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑰𝑰𝑰

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~ Maria

*𝙩𝙚𝙡𝙚𝙛𝙤𝙣𝙚 𝙩𝙤𝙘𝙖𝙣𝙙𝙤*
3 ligações perdidas - Mãe

Acordei com o telefone tocando, era minha mãe. Eu sempre ligava para ela todas as noites antes de dormir, mas com o meu belo porre do dia anterior, isso obviamente não foi possível.

- Mãe, me desculpe não ter te ligado ontem, eu me distraí e acabei dormindo. Disse assim que minha mãe atendeu ao telefone.

- Que bom ouvir sua voz, filha, e que bom que está tudo bem. Disse ela com a sua voz doce de sempre. - Já está tudo pronto para a viagem? Conferiu as passagens? Os seus documentos estão-

- Mãe! - A interrompi. - Eu queria mesmo conversar sobre isso... um silêncio pairou durante quase um minuto naquela ligação. - Mãe, eu sinto que devo ficar mais tempo - Disse, respirando fundo.

- Ficar? Mas quanto tempo, filha? Perguntou ela, ainda com a voz calma, quando eu pensei que ela estaria aos berros do outro lado da linha.

- Eu não sei, talvez mais alguns meses, ou ... - eu não consegui terminar a frase e dizer para a minha mãe que queria morar em Berlim, mas ela que me conhecia como ninguém, fez isso por mim.

- Você se apaixonou pela Alemanha e quer morar aí, não é? - Disse ela com uma voz tão serena que eu sabia que ela estava sorrindo. - Você é mesmo igual a sua avó! Ela sentiu a mesma conexão com o passado quando visitou a Alemanha.

- E você não está brava? - Perguntei surpresa.

- Ah minha garotinha, e eu poderia ficar brava por você estar vivendo a sua vida? - Disse com a voz chorosa - Se você sente em seu coração que você está no lugar em que precisa estar, eu só posso te dizer que sempre estarei aqui para você, sempre vou te apoiar. Eu vou morrer de saudades, me prometa que vai continuar ligando todos os dias - Disse sorrindo em meio ao choro.

- Eu prometo, mãe! - Respondi, também chorando. Obrigada mãe, por essa viagem, por sempre me apoiar e por confiar em mim. Eu te amo, também vou morrer de saudades.

Conversei com minha mãe por mais alguns minutos, contei para ela da proposta que a Eillen me feito, fizemos alguns planos e eu a prometi que me cuidaria.
Desliguei o telefone e ainda sentada em minha cama, peguei o jornal que ainda estava no mesmo lugar, dei uma olhada nas páginas e parei naquele anúncio que eu havia visto ontem, enquanto lia o anúncio ouvi algumas batidas em minha porta, era Eillen que tinha acabado de acordar.

- Ei, você está bem? Perguntei para a garota que parecia ainda estar fazendo o download dos neurônios.

- Em todos esses anos morando em Berlim, eu nunca tomei um porre tão grande! - Disse ela, bocejando.

- Acho bom você ir tomar um banho, vou descer e preparar um café, temos um lugar para ir, saímos em uma hora! - Falei entregando o jornal aberto no anúncio que eu havia acabado de ler.

- Freelancer? Então é nisso que você quer trabalhar? - Perguntou ela com cara de desdém.

- Não é exatamente o emprego dos meus sonhos, mas eu preciso começar de algum lugar, não é? - Respondi enquanto procurava uma roupa.

Eillen saiu indo até o seu quarto, eu me vesti e desci direto para a cozinha do hostel, passei um café bem abrasileirado e me sentei vendo minha amiga entrar na cozinha com suas roupas de emo e balançando a cabeça rindo em sinal de negação.
Após o café da manhã, saímos para ir até a agência de freelancers do jornal.

- Olá, eu vim por esse anúncio - Falei mostrando o jornal para a moça que estava na recepção.

- Esta vaga já foi preenchida, me desculpe. Mas você pode deixar o seu numero para um futuro contato aqui - Respondeu ela apontando para uma pequena agenda que estava cheia de números de telefone.

- Ah, que pena, muito obrigada! - Falei desapontada olhando para Eillen e pegando uma caneta para anotar o meu número na agenda.

- Tudo bem, a gente encontra alguma coisa - Disse ela passando a mão em minhas costas para me consolar.

Enquanto eu escrevia, vi um homem entrar na sala em que eu estava, este me olhou de cima a baixo fazendo uma expressão de surpresa.

- Eu estava procurando por você! - Disse ele batendo palminhas e se aproximando de mim.

- Por mim? - Respondi confusa olhando para minha amiga que me olhava ainda mais confusa.

- Sim! Eu estive procurando alguém com este perfil por semanas! Você veio procurar um emprego não foi? Pois eu tenho o emprego perfeito para você aqui - Disse ele me levando até a sua sala.

Este senhor era o dono da agência de freelancers, ele me ofereceu um emprego ainda melhor do que o que eu imaginei, eu seria recepcionista em algumas festas de gente rica. Não era exatamente um emprego fixo, mas era o suficiente por enquanto.


~ Tom

Eu tinha me esquecido de como era a sensação de beber até não lembrar o meu nome, ainda bem que Georg foi até o bar comigo, eu não teria a menor condição de voltar sozinho para casa.

- TOM KAULITZ! Ouvi a voz estridente do meu irmão entrando em meu quarto e abrindo as cortinas.

- Grita baixo, Bill, minha cabeça está explodindo! - Disse ainda de olhos fechados e a mão na testa.

- Garoto, qual é a sua dificuldade em entender o que eu falo? Eu não disse que você precisava descansar? Olha para você! Nem banho deve ter tomado, não que você tome com frequência - Disse ele puxando minhas cobertas e fazendo cara de nojo.

- Cara, sai do meu quarto! - O respondi, me levantando e o empurrando porta a fora.

- Precisamos estar no estúdio em 30 minutos, Tom. Não faça eu me atrasar, você sabe que eu nunca me atraso!

- Ta bom senhor perfeito! Vou tomar um banho e desço em 15 minutos - Bati a porta em sua cara.

Naquele dia não tínhamos ensaio, mas eu e Bill faríamos uma entrevista para uma rádio local, depois íamos provar algumas roupas, tirar algumas fotos, coisas muito comuns que costumávamos fazer quase sempre. Bill adorava essa parte, ele se divertia muito nos photoshoots, acho que ele facilmente seria um modelo, já eu por outro lado, um único photoshoot já estava suficiente para um mês, essas coisas demoram muito, mas o que eu posso fazer, são os ossos do ofício.

𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗜 𝗟𝗢𝗦𝗘 𝗠𝗬𝗦𝗘𝗟𝗙 | 𝗧𝗢𝗠 𝗞𝗔𝗨𝗟𝗜𝗧𝗭Onde histórias criam vida. Descubra agora