𝑪𝑨𝑷𝑰𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑿𝑰𝑿

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- Maria

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- Maria

Quando olhei para ele parado em minha frente, a única coisa que me vinha à cabeça eram as palavras que ele havia dito naquela entrevista, elas entraram como lâminas em meu coração, uma lágrima caiu em meu rosto, fazendo Tom se aproximar imediatamente, a limpando.

- Por favor, me deixa te explicar, você pode ir depois disso, eu só preciso que você me ouça - Falou o garoto, ainda com suas mãos em meu rosto.

Me afastei dele em silêncio e abri caminho, apontando para o quarto, fazendo com que ele entrasse. Fechei a porta, respirando fundo e em seguida me virei para ele, que estava em pé a apenas alguns centímetros de distância.

- Quer se sentar? - Falei, apontando para uma poltrona que havia do lado da cama.

- Bom, eu sei que está tudo confuso agora, mas-

- Confuso não chega nem perto de como eu descreveria
- O interrompi.

- Eu precisei dizer aquelas coisas, está bem? Eu não tive escolha. Não me deixaram escolha! - Falou andando de um lado para o outro, com as mãos em sua cabeça.

- Quem, Tom? Quem não te deixou escolha? Eu ainda não entendo - Perguntei, abrindo os braços.

- Meus produtores, minha gravadora - Respondeu, parando em minha frente - Parece que eu perdi o controle da minha própria vida, Maria - Se sentou na poltrona, apoiando a cabeça em suas mãos e olhando para o chão.

- Eu li sua mensagem antes de assistir a entrevista, já esperava que ouviria algo ruim, é só que te ouvir dizer aquelas palavras, me fez sentir como se eu não existisse no seu mundo como se para você, eu não fosse ninguém
- Falei, olhando para ele, que ainda encarava o chão.

- Como você não existiria, se desde que te conheci, você tem sido meu mundo? - Falou em tom de voz baixo, passando as mãos pelo rosto.

- Tom, eu estou apenas cansada, de todas essas complicações, de todo esse drama... - Suspirei, me sentando na cama, em sua frente.

- É por isso que você está voltando para o Brasil?
- Perguntou, levantando o olhar, enquanto seus olhos buscavam os meus.

- Eu não estou voltando para o Brasil, Tom, de onde você tirou esta ideia? - Franzi a testa, balançando a cabeça em negação.

Neste momento, senti o garoto respirar aliviado. Tudo em mim dizia para eu não continuar com aquilo, mas em todas as vezes que eu tentava me distanciar, Tom aparecia em minha porta, o universo sempre dava um jeito de nos colocar no caminho um do outro.

- Então você não está indo embora? - Perguntou, pressionando os lábios e posso jurar que vi um sorrisinho de lado se formar por alguns segundos em seu rosto.

- Como eu te disse antes, há algo inexplicável que me prende aqui - Respondi, e nesse momento nossos olhares se fixaram um no outro.

As palavras de Tom na entrevista, ainda doíam quando voltavam em meus pensamentos, mas eu não poderia ignorar o fato de que o notei desconfortável desde o início dela, eu sabia que ele não estava ali por vontade própria, mas ao mesmo tempo, eu pensava que se um falso pedido de namoro tinha desencadeado uma reação tão dura e imediata nos produtores de sua banda e de sua gravadora, como eles lidariam se fosse algo real?

𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗜 𝗟𝗢𝗦𝗘 𝗠𝗬𝗦𝗘𝗟𝗙 | 𝗧𝗢𝗠 𝗞𝗔𝗨𝗟𝗜𝗧𝗭Onde histórias criam vida. Descubra agora