Rebeca POV:
Nos últimos dias, mal consegui dormir pensando na minha gravidez. Eram tantos pensamentos que ecoavam em minha cabeça que eu estava quase enlouquecendo.
E se, Deus o livre, Robert nunca mais acordasse? Eu seria viúva e cuidaria de duas crianças sozinha. E outra, eu já tinha 41 anos, seria muito difícil ter uma gestação normal. Na minha idade, os riscos eram quase que inevitáveis.— Ai, merda! — Reclamei quando deixei o prato escapulir da minha mão e se quebrar dentro da pia onde eu lavava louça.
— Mãe, você tá legal? — Willow perguntou enquanto secava os copos com um pano. — Você nunca deixa nenhuma louça quebrar.
— Tô, tô... — Inspirei fundo.
— Mesmo? Parece muito nervosa, ainda mais que o normal.
— Se eu te contar um segredo, promete não contar pra ninguém?
— Claro que sim. Somos confidentes desde sempre, lembra? — Ela tocou em meu ombro.
— Wills, eu... eu tô grávida.
— Grávida? — Ela arregalou os olhos. — Sério?
— É.
— Mãe, isso é ótimo. Eu vou ter um irmão! — Minha filha abriu um sorriso.
— Meu amor... eu tô com medo. Seu pai não tá bem de saúde, eu não devia ter engravidado agora. E outra, eu tô ficando velha, e se o bebê nascer com alguma coisa?
— Se essa gravidez aconteceu, foi por uma razão. Lembra do que a vovó dizia? Tudo nessa vida ocorre por um propósito.
— Às vezes eu acho que você é mais madura que eu, Wills. — Ri.
— Que nada, mãe. — Ela riu junto.
— Vem cá. — Puxei minha filha para um abraço demorado. — Eu te amo muito.
— Também te amo, mamãe.
Durante o nosso momento de mãe e filha, o telefone de casa começou a tocar. Então corri até lá e atendi rapidamente, com medo de ser do hospital e darem alguma notícia ruim.
— A-alô?
— Rebeca Miller, aqui é do Los Angeles General Medical Center e temos notícias. — A voz desconhecida disse.
— O que foi? — Comecei a me tremer.
— O senhor Robert Pattinson acordou.
Naquele instante, fiquei totalmente sem reação. Eu apenas congelei e torci para que aquilo não fosse uma brincadeira de mal gosto.
— É sério? — Perguntei com o coração a mil.
— Sim, senhora. Ele está pedindo pra ver você.
— Ai, meu Deus... tá... eu tô indo!
Quando desliguei comecei a saltar de alegria e não pude controlar meu choro de emoção. O meu Robert estava bem! Ele tinha despertado!
— O que foi, mãe? — Willow estava confusa.
— Seu pai acordou! — Respondi alto de tanta felicidade.
— Não brinca!
— Sim! Ele acordou! Nós temos que ir ver ele!
Peguei minhas coisas essenciais, como bolsa, carteira e chaves, e saí igual uma desesperada de casa. Willow precisou correr para me alcançar.
Entramos dentro do carro e fomos até o hospital com uma expectativa imensurável de ver o homem das nossas vidas finalmente com os olhos abertos.
Quando chegamos e os repórteres fizeram aquelas mesmas perguntas de sempre, eu quis falar com eles ao invés de ignorar. Eu dizia para todo mundo "Ele acordou, ele acordou!" E saltitava para dentro do hospital.
A recepcionista disse que o Rob havia saído da UTI, o que era mais uma notícia boa. Dessa vez, ele tinha sido transferido para o apartamento, o qual ficava no segundo andar do centro médico.
Então, ansiosa, peguei o elevador com a minha filha e subimos até o piso onde Robert estava. Seu quarto era o último do corredor.
Assim que entrei, me deparei com meu amado sentado na cama conversando baixinho com o médico. Todos os tubos tinham sido retirados da sua garganta e agora ele estava respirando sozinho.— Papai! — Willow sorriu e começou a chorar.
— Oi, princesa. — Eles se abraçaram.
— Eu senti tanta saudade.
— Eu também.
— Opa, opa... cuidado com os abraços. — O médico alertou. — Seu pai ainda está um pouquinho debilitado.
— Desculpa. — Nossa filha se afastou.
— Oi, Beca. — Ele sorriu para mim. Eu ainda não conseguia acreditar que ele estava acordado. Estava em choque — O gato comeu sua língua, foi?
— Nem consigo acreditar que isso tá acontecendo. — Chorei. — Você ficou 15 dias em coma, amor... eu achei... achei que você fosse...
— Não precisa mais achar nada. Eu tô bem. Tô vivo. — Robert deu um sorriso.
— Você é mesmo duro na queda.
— É, eu sou.
— Promete que nunca mais vai me dar um susto como esse? — Segurei a mão dele.
— Não está nos meus planos.
— Pai, se lembra daquela proposta que você ia fazer pra minha mãe? Aquela no dia do restaurante.
— Willow! — Censurei.
— O que foi? Só tô dizendo.
— Sim, filha, eu me lembro.
— Robert, não precisa...
— Rebeca, eu fiquei entre a vida e a morte nos últimos dias. Durante o todo o meu coma eu apenas sonhava com você e nossa família. Eu não quero mais esperar. — Ele acariciava minha mão delicadamente. — Eu pertenço a você, meu amor, pra sempre.
— Mesmo todo ferrado de saúde, você ainda consegue ser o cara mais romântico que eu conheço. — Ri e limpei minhas lágrimas de alegria.
— Eu só digo tudo o que eu sinto. E é isso que eu sinto por você, meu anjo. Por isso quero que case comigo.
— Você vai me pedir em casamento em um leito de hospital?
— Sim, eu vou. Não importa a hora nem o lugar, eu só quero expressar o quanto te amo.
— Você é doido.
— Doido por você, disso tenho certeza. Mas e então... o que me diz? Aceita casar comigo?
— É claro, meu bem... é claro que eu aceito! — Me inclinei para frente e beijei seus lábios secos com cuidado.
— Agora me sinto completamente realizado. — Ele deu um suspiro de alívio.
— Eu também. Você vai ser meu marido.
— E você vai ser minha esposa, como sempre sonhei.
— Finalmente. — Willow soltou. Nem lembrávamos que ela estava lá.
— Vem cá, princesa. — Robert chamou e nossa filha se sentou na ponta da cama.
— Tá feliz? — Perguntei.
— Claro que sim! Meus pais finalmente vão casar!
— E sabe o que "casamento" quer dizer, Wills? — Meu noivo (agora podia chamá-lo assim) perguntou retoricamente. — Que nós só vamos nos separar quando a morte vier.
— Bom... se nenhum de vocês se meterem com outro acidente... então acho que essa união vai durar bastante. — Ela riu.
— Não vamos passar por isso de novo. Esse acidente foi a nossa última prova de amor. — Ele me olhou com aqueles olhos azuis cintilantes.
— E acho que passamos nessa etapa final.
— Definitivamente.
— Eu te amo, Rob. Por toda a minha vida.
— Eu amo você, Rebeca.
Nos beijamos mais uma vez. Agora tudo iria ficar bem, eu conseguia sentir paz em meu coração pela primeira vez, conseguia finalmente imaginar um futuro digno para o nosso amor.
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Our Little Gift / Nosso pequeno presente
FanfictionSem tempo para acreditar em amor e relacionamentos sérios, Rebeca foca 100% em sua carreira de jornalismo na revista GQ, em Los Angeles, com a tarefa de investigar fofocas de famosos. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela conhece o astro R...