Capítulo 33: Willow

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  — Mãe, tô indo na médica

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— Mãe, tô indo na médica. — Avisei.

— Tá bom, filha. — Ela respondeu com a voz baixa.

Minha mãe já tinha recebido alta do hospital, mas estava acamada em casa. Agora ela tomava inúmeros comprimidos por dia, que eram bem caros por sinal, e não se movia direito pois qualquer coisinha já sentia muitas dores. Todo dia era uma preocupação diferente com ela.

— Tem certeza que eu posso ir? Você vai ficar legal?— Perguntei.

— Pode ir, eu tô bem.

— Tá... eu não vou demorar, prometo. — Dei um beijo em sua testa e saí.

Tentei dirigir o mais rápido possível até a clínica e cheguei lá em poucos minutos. A espera na recepção foi demorada, como sempre, mas quando intimidei a recepcionista para ser atendida com rapidez, já que minha mãe estava doente em casa, ela logo me mandou entrar no consultório.

— Oi, Rebeca, bom te ver. — A médica me cumprimentou.

— Oi, doutora.

— Você parece meio tensa hoje, tá tudo bem?

— Tá... é só uns problemas em casa.

— Evite ficar se estressando, Rebeca... isso faz mal pro bebê. — Ela balançou negativamente a cabeça.

— É inevitável não se estressar depois que você descobre que sua mãe tá com Parkinson. — Dei de ombros.

— Sinto muito por isso. Espero que dê tudo certo.

— Espero o mesmo. — Suspirei.

— Enfim... vamo ver se esse menininho tá bem. Ah, sua barriga tá linda, aliás.

— Obrigada.

A médica iniciou o ultrassom e novamente senti aquele gelado na minha barriga, que me dava muitas cócegas.
Ela ficou analisando por bastante tempo, foi bem mais demorado que da última vez. A médica também fazia várias caras que eu não conseguia decifrar o que queria dizer. Tomara que não fosse nada de errado com o neném.

— Tá tudo bem, doutora? — Comecei a ficar nervosa quando ela ficou com o cenho franzido por uns cinco minutos.

— Acho que errei em uma coisa, Rebeca...

— O que foi? Aconteceu alguma coisa com ele? — Meu coração estava quase saltando pela boca.

— Não, não, ele tá bem... quer dizer... — A médica sorriu. — ela.

— Ela? — Perguntei espantada.

— Sim, Rebeca... é uma menina. Eu me enganei no último ultrassom. Você vai ser mãe de uma garotinha.

Minhas emoções começaram a se misturar completamente. Eu ria, eu chorava, eu estava assustada, tudo ao mesmo tempo. Minha pequena Willow viria ao mundo.
  Eu tinha o pressentimento desde o início que seria uma menina, sabia que tinha algo errado quando disseram que era menino na última ultrassom. É claro que independente do sexo eu ficaria feliz, mas o sexto sentido de uma mãe é algo que não falha.
Depois da consulta, voltei para casa mais feliz que nunca. Entrei no meu apartamento praticamente saltitando de tanta euforia. Minha mãe até estranhou meu humor quando eu fui até ela com um sorriso tão largo quanto o do gato de Alice no País das Maravilhas.

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