— Sério? Grupo de apoio para mulheres grávidas solteiras? — Perguntei com descaso quando minha mãe me mostrou o panfleto.
— Vai ser bom pra você, vai te ajudar a melhorar.
Desde que descobri que Robert estava noivo, minha mãe percebeu que eu fiquei abatida. Ela não se preocupava só com o meu estado, mas com o estado do neném também. Se eu não comesse, não bebesse e não dormisse direito, aquilo iria afetar o bebê. Então ela estava tentando cuidar de nós dois.
— Mãe, isso é desnecessário. — Balancei a cabeça e voltei a assistir televisão.
— Filha, só experimenta. Vê se você faz algumas amigas que estão na mesma situação que a sua.
— Não quero fazer isso, mãe.
— Querida, não tem mal nenhum em apenas visitar. Só veja se gosta.
— Quais são os dias das reuniões?
— Segunda, quarta e sexta. 16:00 da tarde. Inclusive, hoje é dia.
— Você tá sugerindo pra a gente ir lá hoje? — Franzi o cenho.
— É, não temos nada pra fazer. Depois podemos passar no McDonald's e comprar um Big Mac pra você. Não era seu maior desejo essa semana?
— Você tá jogando baixo.
— O que me diz?
— Tá bom... mas eu só tô indo pelo hambúrguer.
— Não importa.
Mamãe e eu saímos de casa, pegamos o meu carro e começamos a dirigir até o local. Pelo caminho que o GPS traçava, parecia que a reunião seria em uma área afastada da cidade. Um distrito que era mais arborizado e de ambiente bem familiar.
Quando fomos chegando perto do ponto do encontro, conseguíamos ver várias crianças brincando na rua. Algumas andando de bicicleta, outras de skate e outras apenas correndo para gastar energia. Um dia seria o meu filho naquela fase.
A casa da reunião era bem grande e bonita por fora. Havia muitas plantas no jardim e um caminho de pedras bem planejado até a entrada da residência.
Tocamos a campainha e uma moça quase que imediatamente veio nos atender. Ela tinha um cabelo estilo Joãozinho bastante preto e sua pele era muito clara, realçando seus olhos cor de mel. A barriga dele era imensa, aparentemente devia estar no fim da gravidez.— Oi, posso ajudar? — A mulher sorriu de forma amigável.
— Olá, sou Marlene e essa é minha filha Rebeca. Ela está interessada em participar da reunião. — Minha mãe me arrastou para mais perto da moça. Como uma criança no seu primeiro dia de aula com medo da professora.
— Ah, que ótimo, vamos arranjar um lugar pra você. Pode entrar e ficar a vontade.
Entramos na casa e demos logo de cara com a sala de estar, onde tinha em torno de umas sete mulheres gestantes sentadas no chão em círculo.
— Me chamo Polly, a propósito. Sou a anfitriã.
— Prazer.
— Eu vou esperar no carro, ok? — Minha mãe foi se saindo e eu logo arregalei os olhos. Como quem diz "vai me deixar sozinha com essa gente?".
— Pessoal, essa daqui é a Rebeca, ela tá nos visitando hoje. — Polly me apresentou ao grupo.
— Oi, Rebeca. — As mulheres falaram quase em uníssono.
— Oi. — Respondi com vergonha.
— Senta aí, Rebeca. — Polly disse.
Me sentei junto com as outras e a reunião logo se iniciou. Confesso que no começo, fiquei bem perdida, pois elas faziam exercícios de meditação e autoconhecimento que eu nem sabia que existiam.
Mas com o passar do tempo, fui me inserindo no grupo devagar. Em um certo momento, todas começaram a contar suas histórias de vida. Logo logo chegaria a minha vez, e eu estava morrendo de vergonha. Sempre tive um sério problema em falar em público.
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Our Little Gift / Nosso pequeno presente
FanficSem tempo para acreditar em amor e relacionamentos sérios, Rebeca foca 100% em sua carreira de jornalismo na revista GQ, em Los Angeles, com a tarefa de investigar fofocas de famosos. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela conhece o astro R...