Robert POV:
Os médicos disseram que Marlene teve uma súbita hipertensão durante a madrugada, logo depois ela teve uma hipotensão, em um intervalo de tempo curtíssimo. Foi isso que possivelmente ocasionou seu óbito.
Rebeca estava arrasada e não queria aceitar que a mãe havia falecido, já Willow ficou chorando durante uma semana inteira. As duas nem sequer conseguiram ficar no velório até o final.
Eu me preocupava com o estado de Rebeca, pois ela nem sequer chorava. Parecia que ela acumulava tudo o que estava sentindo dentro de si e a qualquer momento iria ter um súbito surto.— Quando você volta pra casa? Esqueceu que tem namorada? — Suki falou enquanto estávamos em videochamada. Já tinham duas semanas que eu estava no Texas.
— Em breve. Eu tô esperando as coisas se acalmarem por aqui, agora que a mãe da Rebeca faleceu, tá tudo um caos. — Respondi. — Tenho que ajudar com as coisas da mudança e tal... ela não tem nenhuma condição psicológica pra isso.
— Que mudança?
— A Rebeca e a Willow vão morar em Los Angeles, pra melhorar o compartilhamento da guarda.
— Sua ex vai morar perto de nós agora? — Suki revirou os olhos.
— Sim, ela vai, ela é mãe da minha filha.
— Nossa vida ficou totalmente virada do avesso depois que elas apareceram.
— E você quer que eu faça o que? Siga a minha vida e faça de conta que elas não existem?
— Não, Robert, mas você também tem outra vida além dessa vida de pai. Você tem uma namorada, tem um emprego, tem amigos. Você tá simplesmente cagando pra tudo isso só por causa desse arrependimento de ter sido um pai ausente.
— Tudo o que importa na minha vida agora é a Willow, Suki. Tô pouco me fodendo pro que vão pensar de mim.
— Tá... não vou discutir mais com você por isso. — Ela suspirou. — Mudando de assunto, não se esqueça que nós temos uma entrevista marcada no programa da Ellen na semana que vem. Não falte. Lutei muito pra conseguir uma vaga.
— Tá, eu não vou faltar.
— Não fuja dos nossos compromissos, Robert. Essa criança não é o centro da sua vida.
— Tá, tá. — Respondi aborrecido.
— Tenho que desligar, vou ir pra ioga agora. Te amo.
— Tchau. — Me despedi.
Assim que desliguei, ouvi a porta do apartamento de Rebeca se abrir, provavelmente ela tinha chegado com a Willow da escola. Então saí do quarto onde eu estava acomodado e fui encontrá-las. Porém, para a minha surpresa, Willow estava sozinha.
— Wills, cadê sua mãe?
— Sei lá. — Ela estava chateada, era perceptível em seu semblante.
— Como assim "sei lá"? Como você veio pra casa?
— Peguei uma carona com a tia Gisele.
— Sua mãe não foi te buscar?
— Não.
Estranho, Rebeca tinha saído de casa umas quatro horas da tarde e disse que ia resolver umas coisas e depois buscaria Willow na escola. Mas não deve ter sido isso que aconteceu, pelo visto. Então comecei a me preocupar.
— E por que você não me ligou? Eu poderia dar um jeito de ir te buscar.
— Mamãe não deixa eu ter celular. Como eu ia ligar?
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Our Little Gift / Nosso pequeno presente
FanficSem tempo para acreditar em amor e relacionamentos sérios, Rebeca foca 100% em sua carreira de jornalismo na revista GQ, em Los Angeles, com a tarefa de investigar fofocas de famosos. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela conhece o astro R...