No dia seguinte, acordei cedinho, antes de Robert se levantar. Ao sair do quarto e descer as escadas, percebi que minha mãe não estava em casa. Talvez ela estivesse na feira do centro da cidade, costume que ela tinha toda quarta-feira.
Não consegui mais sentir sono para voltar para a cama, então fiquei perambulando pela casa. Até que encontrei algo que me tiraria do tédio na sala de estar.
Era meu piano, meu velho e pequeno piano. Talvez eu nem soubesse mais tocar nada, mas mesmo assim me sentei de frente para ele e fiquei acariciando suas teclas.— Você ainda tá intacto. — Falei com o objeto.
A música que veio em minha memória logo de cara naquela hora foi Can't help Falling in Love, do Elvis Presley. Acho que foi a primeira música que eu aprendi no piano quando era criança.
Minha mãe sempre foi apaixonada pelo Elvis, então quando meu pai foi embora eu quis aprender sua música preferida para animá-la. Era uma canção que nós tínhamos muito carinho.
Por incrível que pareça, todos os acordes tinham se fixado na minha memória, eles só ficaram escondidos por bastante tempo. Eu consegui tirar a música de letra e até consegui cantá-la.
Como era irônico... a poucos meses atrás meu coração estava completamente endurecido, e hoje eu cantava e tocava uma música que a letra retratava exatamente a minha atual situação. A situação de não poder evitar de me apaixonar.
De repente, ouvi uma voz masculina cantando ao meu lado. Era Robert me acompanhando na canção. Ele se sentou no banco junto comigo e começou a acompanhar os meus acordes. Eu nem sabia que ele sabia tocar de verdade, sempre achei que fosse encenação.
Quando terminamos a música, ele sorriu para mim com os olhos brilhando. Foi um sorriso encantador.— Você nunca me disse que tocava... e que também cantava.
— E você também nunca me disse que tocava.
— Sua voz é linda. — Robert acariciou minha bochecha.
— E a sua é mais ainda.
— Como você consegue, hein?
— O que?
— Fazer eu me apaixonar por você a cada dia mais.
— Eu não sei. — Respondi tímida e ele encostou sua testa na minha.
— Que cena linda de se ver... — Minha mãe chegou e falou. Não existia alguém mais apaixonado pelo nosso relacionamento do que ela.
— Oi, mãe, onde você tava?
— Tava comprando o nosso café da manhã. Já tô muito velha pra ficar em beira de fogão fazendo comida.
— Não precisava... — Falei em um tom de agradecimento.
— Vem, vamos comer, trouxe aqueles waffles que você adora. — Ela chamou.
Nós três fomos até a cozinha e começamos a tomar o nosso café da manhã. Eu tinha até me esquecido como era bom fazer uma refeição em família.
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Our Little Gift / Nosso pequeno presente
FanfictionSem tempo para acreditar em amor e relacionamentos sérios, Rebeca foca 100% em sua carreira de jornalismo na revista GQ, em Los Angeles, com a tarefa de investigar fofocas de famosos. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela conhece o astro R...