Trinta e um

377 51 9
                                    

– Vamos até a cidade semana que vem? – Rafaella perguntou, se sentando ao lado de Gizelly, que estava deitada sobre sua cama.

– Para quê? – Gizelly indagou.

– Precisamos comprar algumas roupas. Algumas roupas minhas não te servem. Sem contar que você precisa experimentar calças e bermudas.

– Não tenho dinheiro. – Gizelly disse enquanto acariciava a própria barriga. Havia terminado de comer e estava mais do que satisfeita.

– Não perguntei isso. – Rafaella disse e Gizelly negou.

– Não quero abusar. Já estou ficando aqui de favor.

– Não é de favor, você me ajuda nos afazeres daqui, cozinha para mim sempre e ainda doa sangue e espermatozóide. – Rafaella disse e Gizelly a olhou com dúvida. – Por favor...

– Só porque é impossível dizer não para você com essa carinha. – Gizelly disse e Rafaella sorriu.

– Você está tão linda hoje. – Rafaella disse suspirando. – Digo, agora está corada. Não está tão pálida quanto uns dias atrás.

– Você não tem mais tirado meu sangue por esses dias.. – Gizelly disse e Rafaella desceu seus olhos para a mão da outra, que brincava com o cós da cueca.

– Os shorts que servem em você logo secarão e não vai mais precisar ficar só de cueca. – Rafaella alertou.

– Não ligo de ficar só de cueca. Está muito calor.

– Mas eu ligo. – Rafaella disse e ia se levantar, porém a mão de Gizelly segurou seu braço.

– Por quê? – Gizelly perguntou e Rafaella prendeu a respiração.

– Porque fico sem graça. – Rafaella confessou. – É inevitável olhar. Não estou acostumada com pênis no mundo. – Rafaella disse e Gizelly assentiu.

– Certo. – Gizelly disse se sentando e segurando a mão de Rafaella antes de depositar um beijo sobre o dorso da mesma. – Vou ficar aqui embaixo do lençol para você não ficar envergonhada, tudo bem? – Rafaella a fitou e assentiu erguendo a vista para olhá-la.

– Você ainda pretende ficar virgem para sempre? – Rafaella não resistiu em perguntar. Essa pergunta habitava sua mente havia dias. – Tipo, não se envolver com ninguém...

– Eu me envolveria com você. – Gizelly foi sincera, vendo Rafaella a olhar surpresa. – Mas aparentemente você não me quer mais, então...

– Por que acha isso? – Rafaella perguntou.

– Eu tenho um pênis. – Gizelly disse como se fosse mais do que suficiente aquele argumento.

– E eu uma vagina. Preciso de um argumento válido. – Rafaella disse. – Você quem fugiu de mim e não o contrário.

– Fugi porque não podia deixar você saber que eu tinha um pênis. Me beijando do jeito que você beijou seria fácil acordá-lo, mesmo se ele estivesse em coma. – Rafaella riu, porém a batida na porta a fez se afastar.

– Conversamos depois?

– Não pretendo ir a lugar nenhum. – Gizelly disse apontando para as roupas que vestia e Rafaella assentiu, indo até a porta.

—---------

Até a próxima!

O último pênis - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora