Quarenta e dois

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– Por Deus, Bianca. Olha a nossa idade. Quem não chupou uma buceta na casa dos vinte e poucos? – Manu perguntou enquanto todas caminhavam debaixo do sol ardente. O dia além de quente estava lindo, o céu estava com um azul límpido que contrastava com o verde das árvores e matos por onde passavam.

– Eu. Ew. – Marcella disse fazendo uma careta.

– Fora você. Já te falei que pela cabeça desconfio que você seja um extraterrestre. – Manu rebateu e Gizelly começou andar mais atrás.

– Mas a minha teoria ainda consiste em que ela não fez. – Bianca disse. – E amanhã eu que irei na grande cidade. Eu não gostaria de arriscar. – Ela falava de uma lésbica reprimida de seu grupo de estudos que vivia na grande cidade e que era afim de Bianca. – E se ela morder?

— Quem morderia, por Deus? No máximo arrastar os dentes sensualmente.

– Não sei. Não quero arriscar ficar sem minha vagina.

– Ela não fará isso. Qualquer idiota já deve ter chupado uma, na idade dela. Ela tem vinte e cinco, então tranquilize-se e dê bastante amanhã, alivie essa tensão. – Manu brincou.

– Hey, está tudo bem com isso, sabe? – Rafaella disse ao ver a expressão constrangida no rosto de Gizelly.

– Sou uma bendita virgenzona. – Gizelly resmungou baixo e Rafaella a olhou.

– Você precisava fugir, por isso não esteve com ninguém, você e eu sabemos disso. – Rafaella sussurrou e Gizelly assentiu. – Você sabe muito bem que se anunciarmos sobre você, com ou sem um pênis, vai chover mulher te querendo.

– Vai?

– Vai e você sabe. – Rafaella disse rindo e, como um espelho, a imagem de Rafaella fez Gizelly rir também… –  Eu não gostaria de ter concorrente.

– O meninão não ligaria para aquelas mulheres, Rafa.

– Será? Só imagino seu pênis com um óculos escuro enquanto passeia feliz entre seu futuro harém. – Rafaella disse e Gizelly a olhou.

– Noticia importante: Mulher aparece com pinto ambulante. – Gizelly brincou baixinho e Rafaella riu alto.

– Estou ficando boba igual você. – Rafaella disse, sentindo o vento esbarrar seu rosto suavemente, trazendo o frescor que já sentia falta.

Gizelly assentiu e respirou fundo ao ver os cabelos de Rafaella esvoaçarem, e então ela puxou Rafaella para perto de seu corpo e a erguendo no ar antes de girá-la e plantar um beijo em seus lábios.

– Está mesmo. – Gizelly disse bobamente, soltando Rafaella. Os olhos da maior foram para as outras, que nada viram e logo ambas correram para alcançar as meninas, que iam na frente.

– E temos que ficar atentos por pedras no meio do mato. – Ana falava com veemência. – Gizelly se machucou em uma delas.

– E está bem? – Bianca perguntou preocupada.

– Sim, já parei de, hm, mancar, obrigada. – Gizelly disse sem graça e Rafaella segurou o riso.

– Gizelly, conte para nós, o que Rafaella tem feito com tanto creme. – Manu disse enquanto caminhavam.

Estavam andando pelas redondezas na missão de "limpar" o vírus do mundo, queimando os corpos que morreram por ele. Gizelly havia se oferecido para dizer onde tinha mais, afinal se escondia por ali.

– Essa é fácil, ela passa na menininha dela..

– Em quem? – Marcella perguntou confusa e Gizelly resmungou baixo ao sentir uma cotovelada de Rafaella.

– Era brincadeira. É um projeto dela. – Gizelly disse, massageando o lugar onde o cotovelo de Rafaella havia acertado.

– Você é estranha. – Marcella disse, olhando-a seriamente e Gizelly assentiu, rindo baixinho assim que Marcella olhou para frente.

Ela era mesmo. De todas as formas possíveis, mas sempre achara o normal chato, então estava bem com isso.

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Até a próxima 😘

O último pênis - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora