Gizelly mantinha os olhos no par de coxas que Rafaella tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.
Bem gostosa.
– Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. – Rafaella reclamou e automaticamente Gizelly apertou mais a almofada contra seu colo.
– Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. – Gizelly disse. – Minha mãe me dizia isso.
– Não seria bem assim. – Rafaella se defendeu. – Precisamos procriar. Talvez pediriamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.
– E implantaria no útero de todas as mulheres? – Gizelly indagou e Rafaella riu.
– Bem, as que quisessem ter filhos.
– Você quer? – Gizelly perguntou por impulso.
– Na verdade, sim. Só não agora. – Rafaella explicou.
– Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. – Gizelly arriscou continuar o assunto.
– Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seriam nem três horas isso. – Rafaella explicou. – Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós.
– Talvez ela tenha visto todos morrerem. – Gizelly disse com frieza.
– Ela não foi a única. Todas perdemos alguém. – Rafaella disse com veemência. Gizelly queria contar a Rafaella que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis.
Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar que atingia o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.
Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.
– Você ficava com homens antes disso acontecer? – Gizelly perguntou e Rafaella negou.
– Eu era muito nova. – Rafaella explicou rindo. – Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? – Disse. – Mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?
– Entendo. – Gizelly disse, comemorando internamente a parte onde Rafaella disse que o brinquedinho deles era bastante atrativo.
– E você? – Rafaella perguntou, causando um constrangimento terrível em Gizelly.
– Sempre gostei só de mulheres. – Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.
Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.
– Manu foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?
– Nunca bebi. – Gizelly revelou e Rafaella a olhou boquiaberta.
– Pois bem, hoje será sua primeira vez. – Gizelly sorriu, porém inevitavelmente maliciou a frase.
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Eita 👀
Nesse capítulo dá pra entender um pouco do medo da Gizelly...
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O último pênis - Girafa
Fiksi PenggemarQuando, por algum motivo misterioso, todos os homens são infectados por um vírus fatal, só restam mulheres no mundo. Os poucos homens que sobreviveram ficaram definhando, o que levou as mulheres a matarem cada um deles para evitar o sofrimento. Cont...