Dezessete

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– Desse jeito vou me acostumar a ser carregada. – Rafaella brincou rindo. – É sério, Gizelly, eu já posso andar.

– Mas não deve abusar. É melhor só se manter em pé hoje e, bem, amanhã voltar a andar. – Gizelly disse, se lamentando internamente por ter que parar de carregar Rafaella nos braços, daquele jeito tão próximo.

Rafaella obedeceu, sendo colocada no chão somente quando estavam dentro do trailer científico. Os olhos de Gizelly viram as luzes roxas e ela franziu o cenho.

– Desse jeito não vai descobrir nada. Por que não colocam uma luz branca que dá para ver melhor? – Gizelly perguntou e Rafaella riu.

– Temos outros tipos de luzes aqui que são para determinadas coisas. Não vou explicar a fundo, mas elas facilitam nosso trabalho.

– Oh. – Gizelly disse, vendo Rafaella colocar os óculos de proteção e luvas brancas. – Vou assistir algum espetáculo feito por você? – Gizelly perguntou e Rafaella sorriu.

– Quer um espetáculo? – Rafaella indagou.

– Com certeza. – Gizelly disse se afastando um pouco e Rafaella voltou a sorrir.

– Preste bem atenção então. – Rafaella disse, misturando dois líquidos dentro de um recipiente. Os olhos de Gizelly brilharam ao ver bolhas de várias cores saindo de lá dentro e flutuando no ar.

– Que incrível! – Gizelly expressou sorrindo, se aproximando da mesa. – Se eu fosse cientista ou química ou qualquer dessas profissões eu ficaria fazendo coisas assim o dia todo. – Gizelly disse animada, olhando de relance para Rafaella.

– Eu adoro química. – Rafaella disse, olhando as bolhas no ar.

– Estão acabando. – Gizelly disse ao ver a quantidade de bolhas diminuir e logo pegou os frascos que Rafaella havia pego e jogou mais dentro do recipiente.

– Gizelly, não! – Rafaella exasperou, porém era tarde demais. O líquido do recipiente começou a fervilhar e logo um gritinho agudo foi ouvido por Gizelly, pois exatamente como um vulcão em erupção, a espuma branca foi jorrada para cima.

Rafaella nunca odiara tanto a gravidade, afinal, se subiu, desceria.

E realmente desceu, lambuzando ambas de espuma branca. Rafaella fechou os olhos tentando manter a calma, afinal todo o ambiente estava sujo, inclusive as pesquisas mais avançadas dela e de suas amigas.

– Oops? – Gizelly disse, olhando para Rafaella sem jeito, com um sorriso arrependido.

– Eu juro por tudo que eu mais amo, Gizelly... – Rafaella disse lhe fitando. – Que você não vai sair desse lugar enquanto não me ajudar a limpar tudo.

– Eu ajudo. – Gizelly disse rapidamente, passando os dedos pelo óculos protetor de Rafaella para remover a espuma. – Melhor assim, não?

– Olha o estado em que estamos. – Rafaella disse, removendo o óculos protetor e olhando para seu próprio corpo.

– Se eu disser que está linda diminuiria sua raiva? – Gizelly perguntou mordendo o lábio inferior com uma careta, mas se arrependeu ao sentir o gosto de sabão.

– Você não sabia. – Rafaella disse. – Só não volte a tocar em nada sem que eu permita.

– Posso tocar no chão? – Gizelly perguntou rindo. – Sabe, para limpar... – O olhar mortal que Rafaella lhe lançou a fez calar a boca.

Não era hora para gracinhas.

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Essa não tem medo de morrer

O último pênis - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora