– Você vivia aqui por perto? – Rafaella perguntou assim que Gizelly chegou no trailer científico com mais uma amostra de seus espermatozóides.
– Sim. – Gizelly respondeu entregando a amostra para Rafaella.
– Obrigada. – Rafaella replicou.
– Isso é bem constrangedor. Sabe disso, não sabe? – Gizelly perguntou e Rafaella riu, assentindo. – Tipo, eu gozo em um pote e depois você coloca ali no microscópio e fica analisando ele. Ele fica bem perto da sua boca. Bizarro!
– Bem, tudo pelo bem da ciência. – Rafaella disse e Gizelly assentiu.
– Acha que a mulher hulk me mataria se me visse aqui? – Gizelly perguntou, se lamentando em seu interior por ter sentido vontade de beijar Rafaella.
Agora que Rafaella sabia que ela era intersexual não iria querer nada com ela, pensava.
– No mínimo apanharíamos nós duas. – Rafaella disse rindo, mas logo suspirou. – Ela é uma boa pessoa, só está zangada por ter perdido tudo.
– Eu consigo imaginar como ela se sente. – Gizelly disse em um sorriso fraco. – Sua família está, hm, viva?
– Minha mãe e avó sim. – Rafaella respondeu e Gizelly assentiu. – E a sua?
– Sou só eu agora. – Os olhos verdes se ergueram do que Rafaella analisava e a fitaram.
– Sinto muito. – Rafaella disse, vendo Gizelly assentir. – É tão difícil fazer tudo sozinha por aqui... – Rafaella disse. – O pior é que, quando estou tendo algum avanço, uma delas chega e tenho que esconder tudo.
– Acha que, bem, que alguma delas esconderia o segredo? – Gizelly perguntou e Rafaella assentiu.
– Bianca. – Rafaella disse e Gizelly quase revirou os olhos, mas deveria se comportar. – Manu sempre fala pelos cotovelos, acabaria contando sempre que vai à cidade. Ana não consegue esconder nada de Manu. Marcella é leal à ciência, sentiria a necessidade de te levar para os grandes laboratórios da grande cidade.
– Que bom que foi justo você que me encontrou então. – Gizelly disse e Rafaella parou o que fazia.
– Você viveu todos esses anos por aí sem jamais ser pega. – Rafaella disse a fitando minuciosamente. – Por que se arriscou em começar a roubar nossa comida a essa altura do campeonato? E não diga que foi por fome, porque sei que essa não é toda a verdade.
Gizelly suspirou e sorriu-lhe fraco.
– Um dos corpos que vocês queimaram... – Gizelly disse limpando a garganta. – Era do meu pai. – Rafaella abriu a boca sem reação alguma.
– E veio atrás de vingança? – Rafaella perguntou e Gizelly negou.
– Vim agradecer. – Gizelly disse em um suspiro. – Todos os dias ver vermes comendo o corpo do seu pai não é algo confortável.
Rafaella ainda a fitava paralisada, sem saber como se expressar.
– Eu só perdi a coragem e comecei a roubar a comida para ver se iam embora. – Gizelly disse. – Eu me sentia uma covarde, foragida, incapaz de agradecer e vocês estando aqui me faziam lembrar disso.
– Jamais volte a pensar coisas ruins de você, me entendeu? – Rafaella disse com veemência e Gizelly assentiu.
– Entendi. Vou ficar no trailer e te deixar trabalhar. Com licença. – Disse e saiu, fazendo Rafaella suspirar apenada. Ela sabia que Gizelly havia ficado triste.
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Essa é uma nota da autora original, imagino que vcs passam pelo mesmo hahahaha
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O último pênis - Girafa
FanficQuando, por algum motivo misterioso, todos os homens são infectados por um vírus fatal, só restam mulheres no mundo. Os poucos homens que sobreviveram ficaram definhando, o que levou as mulheres a matarem cada um deles para evitar o sofrimento. Cont...