Quarenta e nove

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Rafaella suspirou quando os olhos castanhos começaram a se abrir lentamente após ela colocar um pouco de álcool em frente ao nariz da menor.

– Oh, graças a Deus! – Rafaella murmurou, acariciando os cabelos de Gizelly e apoiando sua cabeça sobre seu ombro. Gizelly estava sobre o sofá, lugar para qual havia sido levada pelas garotas, agora com uma camisa e uma cueca que Rafaella havia vestido nela quando as meninas deram alguns minutos que ela pediu privacidade.

– Oi. – Gizelly disse com um sorriso fraco e sentiu dor, levando a mão até o canto da testa apenas para descobrir um curativo ali.

– O que houve, hm? Me assustou tanto. – Rafaella disse.

– Não sei. Eu estava ouvindo você e a Marcella discutirem e então comecei a pensar mil e uma coisas e aí fiquei tonta e caí. A última coisa que senti foi minha testa contra o vaso e apaguei.

– Está grávida. – Manu  zombou e Gizelly a olhou assustada.

– Vou precisar ir embora? – Gizelly perguntou temerosa e Rafaella negou com a cabeça.

– Ninguém vai te tirar de perto de mim. – Rafaella sussurrou, tentando não deixar que as outras ouvissem, mas falhou vergonhosamente, ouvindo os suspiros vindo delas.

– Vou virar rato de laboratório, não vou? – Gizelly perguntou e Rafaella negou novamente.

– Vai continuar fazendo o que fazia para mim.

– O que ela fazia para você? – Bianca perguntou intrigada.

– Malhava meu braço seguidas vezes e doava sangue. – Gizelly disse naturalmente. – Hey, você jogou aquela cueca fora? De onde veio aquele furo?

– Eu cortei para você não usar mais. Estava mais larga e velha que tudo e você se recusava a jogar fora, e eu não queria que você andasse com tudo para fora.

– Rafa, todas viram a ponta da minha bigorna. – Gizelly disse e Rafaella riu. – Me senti exposta.

– Deveria ter saído de toalha, Gizelly. – Rafaella alertou.

– Sim. Tenho uma dúvida. – Gizelly disse e Rafaella assentiu, esperando-a falar. – Vou ter que usar cinco potes? Vou secar a fonte. – Rafaella riu graciosamente ao ouvir aquilo.

– Definitivamente você está bem. – A garota concluiu sorrindo.

– Agora vamos para os laboratórios. – Marcella disse e Gizelly a olhou temerosa.

– Não se preocupe. Vamos sem falar o motivo. – Rafaella disse. – Lá poderemos fazer um exame completo, checando até suas ondas cerebrais e seus batimentos.

– Você precisará esperar do lado de fora então. – Gizelly disse, fazendo Rafaella franzir o cenho. – Vai desregular todos os meus batimentos se estiver por perto.

– Eu vou chorar. – Bianca disse emotiva, grudando no braço de Marcella. – Elas são fofas.

– Você contou a elas sobre... – Gizelly se calou.

– Sobre nós? – Rafaella perguntou e Gizelly concordou com a cabeça. – Já sabem. – Rafaella disse e Gizelly sorriu.

– Então posso, tipo, te beijar quando der vontade?

– Sim, mas não é muito apropria... – Os lábios de Gizelly se prensaram contra os seus em um selinho demorado.

– Agora eu preciso de espaço para vestir uma roupa mais decente. – Gizelly disse olhando para as garotas, que a assentiram e saíram, indo se arrumar para irem ao laboratório.

– É engraçado ouvir você dizer algo sobre vestir roupa e "decente". – Rafaella sussurrou e Gizelly sorriu sugestivamente.

– Na verdade eu só disse a primeira coisa que veio à minha mente. Só queria poder te beijar direito. – A menor disse se sentando e Rafaella sorriu, se sentando em seu colo antes de aprofundar o beijo, enlaçando seus braços ao redor do pescoço de Gizelly.

– A propósito, adorei o recadinho no espelho, Manu que me mostrou. – Rafaella disse contra a sua boca.

– Só escrevi verdades ali. – Gizelly disse, abraçando a cintura de Rafaella. – Estou com medo. – Admitiu após suspirar.

– Olhe para mim. – Rafaella pediu, beijando a ponta do nariz de Gizelly delicadamente ao ver os olhos castanhos fixados nos seus. – Eu também estou, não vou mentir dizendo que não podemos ser descobertas, mas se isso acontecer preciso que confie em mim. – Rafaella disse com veemência. – Pode fazer isso?

– De olhos fechados. – Gizelly disse e Rafaella acariciou seu rosto antes de juntar sua testa na de Gizelly.

– Que bom, porque eu juro para você, se algo der errado, nem que nós fujamos para a lua se for necessário, mas ninguém vai te usar como experimento.

– Abriria mão de sua carreira por mim? – Gizelly perguntou surpresa.

– Se você ainda não notou, desde que aceitei te esconder aqui eu já fiz isso. – Rafaella disse e Gizelly mordeu seu lábio inferior. – Agora vá se trocar, colocar uma roupa decente porque não quero compartilhar a deliciosa visão de você assim. – Rafaella disse baixinho e Gizelly assentiu, deitando sua cabeça no peito de Rafaella.

– Me dê só mais cinco minutos aqui. – Gizelly pediu e Rafaella não pôde negar. Também sentia medo e tudo o que queria era ficar ali abraçada com Gizelly até acharem a solução para tudo.

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Até a próxima!

O último pênis - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora