O inicio do fim

64 7 1
                                    

Como Eren pôde enfeitiçá-lo depois de tudo o que passaram juntos? Bom, talvez até mesmo o tivesse feito antes disso e quando pensava sobre essa possibilidade, Levi desejava morrer mais do que naquele maldito dia...

Havia dado tudo a ele. Seu corpo e seu coração. Depois de ter visto suas memórias, Eren o conhecia melhor que ninguém e mesmo assim, decidiu trair sua confiança.

Não conseguia acreditar no quanto tinha sido inocente e estúpido. Depois de Erwin, ele deveria ter aprendido que não se confia em ninguém, muito menos em um majin.

Bom, agora era tarde para lamentar, amarrado naquele tronco enquanto Hanji fazia anotações loucamente tirando amostras de seu corpo e todos os outros se preparavam par invadir Greenwood deixando-o ali para que não acabasse atacando alguém.

Eles haviam pego seu colar mais uma vez e agora, graças a Petra que tinha falado mais do que deveria sobre como a floresta se abriu diante deles, todos sabiam que a semente podia ser usada para abrir o caminho. Iam avançar rumo à clareira da primavera destruindo tudo ao redor, aniquilariam todos os majins que encontrassem e mesmo que estivesse extremamente magoado com o guardião, isso não significava que o mesmo se aplicava aos outros moradores de Greenwood que mesmo tendo sido desagradáveis com ele, ainda assim, não mereciam morrer:

- Que expressão mais lamentável... Se anime um pouco, Rivaille - a mulher de cabelos castanhos presos num rabo de cavalo comentou erguendo o rosto do amigo para que ele a encarasse.

Ele estava desolado. O olhar desorientado não parecia focar em nenhum lugar e as lagrimas escorriam incessantes sem que o rapaz fosse capaz de as conter:

- Como? -ele finalmente olhou para ela- Como posso me animar quando alguém em quem confiei me traiu assim? Eu realmente acreditei em tudo o que ele me disse como uma criança estúpida e agora tudo está arruinado.

- Eu na verdade te entendo. -ela murmurou arrumando os fios negros do amigo- Se alguém viesse até mim com uma historia bonita sobre conviver em paz num mundo utópico onde não existe a guerra entre as espécies eu também iria querer acreditar nesse alguém. -sorriu, mas o rapaz apenas desviou olhar novamente- Sabe, Rivaille... Eu na verdade gosto muito de majins... São criaturas tão interessantes e o simples conceito de magia me fascina. Posso fazer coisas incríveis com tudo o que os majins podem oferecer e os estudo porque quero entendê-los. Só me juntei a guilda de caçadores porque essa era a forma mais eficiente de ter acesso a exemplares das mais diversas espécies.

- Pensei que você tivesse entrado por causa do majin que sequestrou a sua tia... - ele murmurou surpreso vendo-a sorrir ainda mais enquanto colhia uma amostra do sangue dele.

- Hum... Será que sequestrou mesmo? -desdenhou em tom de divertimento- As vezes eu penso nisso, porque eu não estava lá quando aconteceu e então me pergunto... Será que ela realmente foi sequestrada, ou talvez exista a possibilidade de ela simplesmente ter fugido com aquele majin? - a suposição o fez lembrar-se de Hitch e então a mulher soltou um gritinho.

- Eles brilharam de novo, não é? - questionou já sabendo a resposta. A amiga sempre tinha uma reação extravagante quando se tratava de qualquer manifestação de magia.

- Sim. São tão lindos quando brilham assim...

- Chega de papo furado, Hanji. Foque no teu trabalho que é quebrar o feitiço que botaram no meu sobrinho! - a voz de Kenny soou irritadiça.

O homem estava parado próximo a eles usando algo semelhante a uma armadura de couro, com sua espada nas costas e mais uma dúzia de lâminas menores presas na cintura. Os outros membros da guilda também tinham equipamentos de proteção do mesmo tipo, embora cada um carregasse a arma com que tinha mais intimidade, estando assim Petra com seu machado, Erd com o arco, Gunther com suas lâminas curvas gêmeas e Oluo com seu pequeno arsenal de misturas magicas. O grupo ainda carregava algumas bolsas com armas que Rivaille não sabia identificar e mais atrás deles os cavalos que lhes tinham servido de transporte até ali também estavam carregados com grandes sacolas cujo conteúdo era um mistério para o rapaz sendo que um deles puxava também uma carroça simples repleta de barris.

GuardiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora