Alianças (parte 2)

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Com um mapa estendido sobre a mesa, Mikasa marcava alguns pontos com uma caneta de pena, escrevendo sobre eles alguns nomes que Levi não conseguia entender por estarem em uma língua diferente. Era a mesma forma de escrita que ele havia visto nos livros de Eren e levou algum tempo até que o jovem recordasse que, de fato, aquele era o idioma em que o guardião falava regularmente, ele apenas não percebia devido a magia de comunicação que cobria a floresta:

- Oh... São as zonas de atividade majin! - Hanji exclamou animada fazendo o amigo se atentar melhor aos locais marcados reconhecendo alguns deles.

- Esse é a Montanha dos Espíritos, não é? Eu vivia perto daqui antes da minha vila ser destruída e eu ter que ir morar com o Tio Kenny... - murmurou olhando os outros pontos marcados cuidadosamente.

Ele pode identificar Greenwood e também a zona conhecida como Triangulo das aguas negras que era o maior empecilho para a rota marítima comercial entre os reinos de Krova e Karanese. Sabia pouco sobre o local, mas tinha ciência de que a grande quantidade de majins aquáticos agressivos na área era a maior responsável pelo grande desenvolvimento tecnológico das duas nações que, sendo grandes aliadas uma da outra, tentavam a  todo custo desenvolver formas de tornar a região segura para navegação com o objetivo de evitar os terríveis impostos que tinham de pagar para cruzar o território de Boulder.

Além desses três, haviam mais dois pontos marcados que não sabia exatamente o que eram, mas julgando pela localização e pela lógica das marcas anteriores,  suspeitava firmemente:

- Esses são os santuários de Ymir. -a valquíria explicou confirmando suas suspeitas e apontando-os um a um- Greenwood que é onde estamos e a Montanha dos Espíritos que foi destruída a vinte anos atrás que ficam no território de Eldia, a Planície Uivante que é de onde eu vim que também foi destruída e o desfiladeiro de Boulder que ficam no território de Boulder e o Triangulo das Aguas Negras. -ela olhou para o caçador com uma expressão afiada- Diga-me, como você acha que eu cruzei o mar com meus protegidos e cheguei aqui tão rápido sem sermos vistos?

- Eu... - ele ponderou, mas não encontrou uma resposta descente.

- Eu usei um tipo de magia de deslocamento semelhante, mas não idêntica, a aquela que você usou para enviar o corpo da Sasha para as estrelas. -ela explicou pacientemente- Alguns majins com magia do vento conseguem usar essa magia de deslocamento dimensional através de correntes de ar, mas é bastante limitada.

- Acho que estou entendendo... - Hanji murmurou tão atenta quanto o amigo.

Mikasa então estendeu as mãos a frente deles fazendo se erguer sobre a mesa a figura de uma valquíria feita de vento e poeira:

- A magia de deslocamento é bem útil, mas só consigo usar em uma única direção. Posso mover a mim e aquilo so meu redor para um outro lugar, mas quanto mais carga eu levo, menor é a distância que consigo alcançar. -fez a boneca desaparecer formando-a novamente na outra extremidade da mesa- Essa magia é bem limitada e não me permite trazer outros seres de longe até mim, mas a magia de portais é mais abrangente. Um portal dimensional permite a viagem entre dois pontos conectados, seja para ir, ou vir. Seu único limite é a quantidade de magia no corpo do invocador e por isso os espíritos da natureza não conseguem fazer algo maior do que o portal do ritual fúnebre, mas você é diferente. Como herdeiro do poder da deusa, você deve conseguir abrir um portal grande o suficiente para trazer os majins dos outros santuários até aqui.

- Então, basicamente, você quer que eu use essa magia de portais super complicada que só os deuses podem fazer para trazer seus irmãos do Desfiladeiro de Boulder e do Triângulo das Águas Negras até aqui? - arqueou a sobrancelha descrente. Aquilo parecia extremamente difícil e ele com certeza não era habilidoso o suficiente para executar algo assim, mas...

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