Guardião

Traição (parte 1)

- Tirar o selo e levar o Levi. Tirar o selo e levar o Levi . Tirar o selo e levar o Levi... -Armin repetia para si mesmo enquanto puxava a videira com dificuldade para subir até a casa de Eren com o corpo do caçador de majins amarrado contra si- Droga. Por que ele tem que ser tão pesado assim?

Olhando para o rosto do rapaz que ainda tinha a adaga presa ao peito, sentiu-se mal por um momento, mas logo tratou de dispersar aquele pensamento.

Não o tinha matado. Sabia que não, afinal, ele era um deus agora. A adaga envenenada apenas impediria a regeneração por um tempo, mas não era o suficiente para acabar com sua vida e por isso mesmo não podia tira-la do peito do outro, ao menos não até terminar a tarefa que Yamar lhe tinha dado.

Quando finalmente chegou ao grande galho que dava suporte para a casa de madeira, jogou o rapaz de olhos cinzentos sobre a plataforma buscando com os olhos pelo selo de sangue de djin:

- Yamar disse que estaria aqui... -deliberou seguindo as veias luminosas até o objeto enegrecido- Aí está. Então é essa coisinha que faz o Eren obedecer aquele merdinha... Bom. Agora não mais! -riu puxando o corpo de Levi até o selo antes de agarras a mão dele e usa-la para remover o objeto- Prontinho. Fácil, fácil... Agora vamos para a parte difícil...

Usando as plantas para prender o corpo do outro contra o dele mais uma vez, Armin desceu pela tirolesa de cipós aproveitando-se do ambiente escurecido pelo domo para passar despercebido enquanto corria até as raízes usando os próprios poderes para forçar um caminho.

Eren não resistiu, provavelmente exausto demais depois de um choque tão grande em sua magia. O elfo então correu abrindo caminho pelo labirinto usando suas vinhas e um frasco de poção antimagia até que, por fim, avistou o fim da floresta.

Precisou caminhar por horas depois daquilo apenas para encontrar o acampamento dos humanos e quando chegou, já no meio da noite, não teve tempo de dizer uma única palavra antes de ser atacado.

"Droga. Achei que ele os fosse avisar que eu viria!" Reclamou em pensamento usando algumas vinhas para parar as flechas que vinham em sua direção, mas não demorou muito para que as mesmas começassem a ser lançadas com pontas incandescentes que queimavam suas plantas sem piedade.

- Humanos imundos... - rosnou deixando de apenas se defender para usar as videiras em um ataque que prendeu parte dos soldados menos experientes pelos tornozelos, mas então um golpe pelas costas o fez ir ao chão e, aproveitando-se do estado de desorientação em que o deixou, o atacante cortou as vinhas que prendiam Levi em suas costas.

O corpo do rapaz caiu, mas não recebeu muita atenção dos caçadores que se juntaram e começavam a cercar Armin.

Eram três no total. Dois homens e uma mulher. Aquele que o tinha atingido era loiro e usava um equipamento peculiar preso em sua cintura enquanto os outros dois ostentavam armas mais normais sendo essas um martelo e uma espada.

Eram caçadores habilidosos, ele podia sentir. Se fosse descuidado seria morto sem nem ter tempo para pensar.

Deixando a magia fluir por seu corpo, Armin invocou várias ramagens numa tentativa de intimidar os adversários, mas não funcionou, apenas os fez se empolgaram mais:

- Um elfo? Pensei que estivessem extintos... - o loiro falou olhando para a mulher ao lado dele que sorria sadicamente enquanto agarrava um selo de escravidão.

Ela era visivelmente uma barbara, com os cabelos pretos desgrenhados presos em um coque mal arrumado e várias cicatrizes junto e tatuagens tribais espalhadas pelo corpo, mas o que mais chamava a atenção para o loiro não eram os caracteres pintados na pele e sim a aura amarela luminosa que emanava dela: