· Bônus 4 ·

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O maior medo de Emily Carpenter

- É melhor voltarmos. - Anabel sussurrou ansiosa naquele escuro corredor.

- Vai ser divertido. Quantas vezes já enfrentou um desses sozinha? - Cedrico apoiou a mão sobre a parede, impedindo-a de seguir pelo caminho de volta.

- Já estudamos nos livros. Não é o suficiente? - ela intercalou o olhar entre o garoto e Emily, que havia parado diante de uma sala.

- Ler um parágrafo sobre o assunto e ter a chance de ver pessoalmente são coisas completamente diferentes. Alohomora!

A porta destravou e Emily virou-se para os demais com um sorrisinho diabólico estampado no rosto. Ela posicionou a mão na maçaneta e girou-a, abrindo uma pequena fresta para espiar lá dentro.

- Se formos pegos aqui... - Anabel tornou a insistir, roendo as próprias unhas.

- Se quer culpar alguém, culpe o professor Quirrel. Se ele tivesse arranjado um desses na nossa vez, não teríamos que invadir a sala dos professores no meio da noite. Além disso, temos um monitor conosco. - Emily fechou a porta impacientemente, depois de Cedrico pigarrear alto, reprovando o tom da amiga - Tá... Se quiser voltar para o dormitório, pode ir. Mas saiba que nós faremos isso com, ou sem você.

Anabel engoliu em seco e balançou a cabeça discordando, ao que Emily comemorou. Os três adentraram o cômodo, acendendo feixes de luz na ponta de suas varinhas, a fim de se movimentar pelo breu com segurança. No centro da sala, havia um armário antigo.

O trio entreolhou-se. Sem dizer nada, Cedrico aproximou-se do móvel e colocou a mão na pequena maçaneta.

- Certo. Preparem-se... - disse com um enorme sorriso, assim que o armário começou a balançar como se o que estivesse ali dentro pudesse sentir sua presença e por isso, tentasse escapar. Ele apontou a varinha para a porta e murmurou, fazendo-a abrir-se vagarosamente.

Uma névoa densa e fria escapou pela fresta e começou a pairar sobre o grupo. Cedrico recuou alguns passos, tentando alinhar-se com as garotas enquanto aguardava a criatura se revelar. Entretanto, Anabel escondeu-se atrás do jovem e puxou a amiga para que fizesse o mesmo. Ele conferiu por cima do ombro as duas enfileiradas às suas costas e apertou a varinha, apontando-a na direção em que surgiria a criatura.

Risadas estéricas começaram a ecoar pela sala, vindo de todas as direções possíveis. Da névoa, começaram a aparecer alunos uniformizados, que encaravam o trio e riam calorosamente. Suas mãos apontavam diretamente para Cedrico, que tentava disfarçar o rubor em suas bochechas.

- Não é real, Diggy. - Emily sussurrou, apertando a barra da camiseta do pijama dele e conseguindo sua atenção. - É apenas um truque.

Cedrico habilmente agitou a varinha e gritou "Ridikulos!", fazendo com que todos aqueles rostos começassem a se contorcer em caretas. Atordoados, eles corriam, topavam uns nos outros e caiam no chão, causando risadas ao trio.

- Sua vez, Bel! - Cedrico deu um passo para o lado justamente quando o último vulto ia de encontro ao chão.

Imediatamente, a névoa desapareceu, dando lugar à uma velha senhora curvada sobre o piso. Ela segurava um espelho em frente ao rosto e chorava copiosamente, tateando a própria face com desespero. A senhora então ergueu o rosto para encarar Anabel e, ao vê-la, começou a arrastar-se.

- Olhe para mim! Olhe para mim! - ela suplicava, cravando as unhas no chão conforme arrastava o corpo velho e ossudo até a garota. - Quem poderia te amar assim? OLHE PARA MIM! - esbravejou com uma voz gutural e Anabel saltou, dando-lhe as costas. Cedrico puxou-a para um abraço apertado.

The Castle On The Hill | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora