• Capitúlo 60🎸

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Eu juro que estava perdendo minha paciência com essas pessoas, isso se já não tinha perdido o suficiente.

Uma semana passou e já voltamos para casa. Eu não consegui passar da escada para o segundo andar da casa da Layla. O quanto aquilo me afetava (me afeta) foi absurdo. Quando pisei naquela casa milhares de sentimentos ruins, arrependimento, medo, tristeza, raiva, tudo isso veio como um avalanche em mim, eu me senti perdido, me senti mal novamente.

Estávamos desembarcando do avião, os meninos iriam visitar a Layla, eu não iria, não estava com cabeça para isso.

- Tom, você tem certeza? Faz uma semana que não vamos lá- Bill diz quando os nossos carros chegam

- Tenho, vai na van com os meninos para o hospital, eu vou para a casa, quero descansar um pouco- Digo enquanto Mark me entregava a minha chave. Mark era um dos nossos novos motoristas, depois que o outro tentou roubar meu carro.

- Ok.. te encontramos em casa!- Bill fala e eu concordo. Pego meu carro e saio do aeroporto indo direto para a casa.

O caminho todo foi pensando em Layla, em como poderíamos estar agora se eu não tivesse agido daquele jeito. Coloco qualquer música e vou um pouco mais rápido, queria chegar logo em casa.

Pov Bill

- Não acredito que ele não quis vir- Gustav diz já descendo da van e entrando no hospital

- Eu entendo ele, também não conseguiria se fosse eu no lugar dele- Digo indo ao balcão. Uma moça loira nos entrega um adesivo, a mesma que sempre nos atende, Erika.

- Tem alguma novidade?- Pergunto andando junto de Georg e Gustav atrás da mulher

- Lembra que a uns dois meses eu disse que ela poderia começar a dar pequenos indícios de leves movimentos impulsivos?- Ela fala parando em frente a porta da garota.

- Sim! Ela está como?

- Bill.. vocês sabem, as chances dela acordar são praticamente impossíveis, apenas um milagre faria isso. São muito poucos os casos onde alguém acorda de um coma e sobrevive, isso se ela não entrar em estado vegetativo ou morrer antes disso.- Ela fala e uma lágrima escorre dos meus olhos

- Só que ela anda dando pequenos sinais, do tipo leves bocejos e resmungos, mas isso não é quase nada- Ela fala e eu concordo com a cabeça. Eu sabia que ela acordar era quase impossível, só que ainda haviam esperanças em mim.

- Podemos ve-la?- Pergunto e ela abre a porta. Era tão triste ver ela daquele jeito. Estava muito magra, a pele pálida, a sua boca perdeu a cor, seu cabelo estava desidratado, coisa que ela realmente não deixaria acontecer. Layla era outra pessoa.

Erika fecha a porta e nos deixa com ela, seguro sua mão e então minhas lágrimas saem como uma cachoeira. Gustav e Georg seguram na sua outra mão. Por mais que eu não tivesse nenhuma religião ou qualquer coisa do tipo, eu faria de tudo por ela, de tudo. Começo a rezar baixinho implorando pela vida da Layla, implorando para que ela acordasse, os meninos perceberam e de começo acharam até estranho, mais depois se juntaram a mim.

Layla ensinava orações a nós quando éramos adolescents, nunca mais esquecemos.

Eu orei, eu implorei, supliquei muito, muito mesmo, para que Layla acordasse, era tudo o que eu queria.

Um silêncio cresce e somente o barulho de choro de todos nós era escutado. Aperto forte a mão da menina como se aquele fosse nosso último encontro, talvez realmente fosse.

Até que sinto algo, algo aperta de leve minha mão, como se fosse um bebê. Então pude ver a mão de Layla apertando muito levemente a minha.

- LAYLA! LAYLA! ELA TA APERTANDO MINHA MÃO, ELA APERTOU!- Digo aos berros, os meninos me olham sem entender.

The room 483...Onde histórias criam vida. Descubra agora