Descobrindo o motivo da visita, e a reação de Valentina parte ll.

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♠ Marcelo Clark ♠

Um sorriso e um meneio de cabeça são as únicas respostas que consigo dar para essa explosão. Santo Deus, os olhos dela faíscam, ferozes! Tenho ainda mais fantasias apelativas de como Valentina Becker será implacável quando eu fizer dela a minha rainha e a ver bater de frente com a minha raiva... na cama.

— Valentina... Vai para o quarto agora! Eu não disse para não descer até eu mandar?

— Mas, mamãe, como posso ficar lá em cima ouvindo isso? Papai me apostou no jogo e perdeu para esse "verme"? É verdade?

Não é só a mãe que é audaciosa, terei tempo para domá-la. Permito que aquela conversa aconteça por mais tempo apenas por curiosidade.

— Fique calma, filha, nós vamos dar um jeito. Eu não vou deixar nada te acontecer. Quanto é que aquele inútil perdeu desta vez? — Pelo jeito a mãe é mais prudente que o pai, mas é tarde demais para isso.


— Ele me deve trinta milhões.

Ao ouvir a quantia, Valentina cambaleia e quase cai para trás. Eu a puxo para mim e a seguro firme. O cheiro natural dela sobe até minhas narinas.

— Você está bem?

— Tira suas mãos da minha filha! Val, filha, mamãe vai dar um jeito.

— Tirar as mãos dela por quê? Ela é minha! Seu ex marido assinou um contrato. Agora ela é minha propriedade.

Olho para baixo, a informação parece ser processada na mente dela. A negação finalmente indo embora. Descobrir que o pai assinou um documento a apostando como se fosse um cavalo ou um móvel qualquer daquela casa...

Ela nunca saberia, mas até para mim, isso soa baixo demais. Família acima de tudo, foi assim que minha mãe me ensinou desde sempre.
Pode ter sido uma das lavagens cerebrais que meu pai fez nela para que o aceitasse, mas funciona para nós dois.

— Não pode ser, como aquele crápula pode fazer isso com a própria filha — murmurava Ilana, ainda se agarrando em negação.

— Crápula ou não, isso é problema seu, eu vim buscar o que me pertence por direito!

Valentina ainda está inconsolável em meus braços, seu perfume invade meus pulmões me deixando louco. Como o cheiro dela pode me atrair tanto. Nenhuma outra me deixou fascinado dessa maneira. Acaricio o seu rosto torpe e quase semiconsciente, e segurando seu queixo tento trazer para mais perto tentando juntando nossos lábios. Puro instinto... Pura vontade...

♥ Valentina Becker ♥

A sensação é de estar debaixo d'água. Só ouço sons abafados em volta e meus olhos estão presos no chão de madeira manchado. O que está acontecendo? Isso não é real!
O tecido do casaco do homem cheira bem, roupa cara, como as que eu via no centro, naquelas boutiques que eu nunca poderia entrar.

Perfume de homem inunda minha respiração, mas não consigo reagir, meu corpo mal responde. Sinto minha cabeça ser virada para cima e a boca masculina descer sobre a minha.
Eu nunca fui beijada. Nunca senti outros lábios nos meus, e se eu não fizer nada, esse crápula seria o primeiro!

Empurro o tal Marcelo e em seguida miro e acerto suas bolas em cheio, vejo ele se inclinar segurando sua parte íntima com um urro.

— Piranha, maldita! — rosna.

— Seu pervertido! Tire essa mão imunda de mim — Não vou permitir que ele roube meu primeiro beijo!

— Valentina, você vai se arrepender disso — diz ele. O maldito agora sorri ao recobrar a postura. Esse homem é louco!

— Vou me arrepender de não ter dado é mais um chute. Eu te odeio! Não pense porque tem um documento assinado por aquele verme que diz ser pai, eu serei sua!

Corro até o meu quarto e bato a porta.

Escuto o crápula gritando lá embaixo:

— Querendo ou não você é minha e não tem como mudar isso, te levarei comigo nem que seja amarrada! Ilana, se prepare! Porque eu vou voltar e da próxima vez, eu não vou deixar isso acontecer de novo.

♠ Marcelo Clark ♠

Saio daquela casa com um sorriso no rosto. Sinto um cheiro familiar no ar de Berna que me diz que estou prestes a me divertir. Quando chego ao hotel, John já está à minha espera. Além de meu advogado, é um excelente consigliere. Ao notar que volto sem a garota, ele me encara com uma sobrancelha alta que se destaca por causa da calvície.

— Onde ela está? — perguntou, mas sem soar grosseiro.

— Em casa, não recebeu bem a notícia, então decidi dar um tempinho pra ela.

— Você sabe que ela vai fugir, não sabe?

Dou um sorriso divertido ao ouvi-lo. John se senta no sofá à minha frente enquanto eu sirvo dois copos de uísque para nós dois. É cedo para beber, mas deve ser tarde em algum lugar do mundo.

— Estou contando com isso — Respondo. — Acho que acabo de me deparar com um delicioso desafio, e não pretendo ignorá-lo.

Nem preciso olhá-lo para saber que está impaciente.

— Marcelo, nós não temos tempo para isso, você sabe — diz aceitando o copo.

— É para isso que te pago, John. Arranjar tempo.

O advogado me encara com o copo parado a meio caminho da boca.

— E querendo ou não, essa garota é uma boa candidata a se tornar minha mulher. Quero ter certeza de que ela será bem moldada e ensinada a ser a esposa de um don.

— Você está brincando com fogo, Marcelo...

— Exatamente — digo me apoiando ao braço do sofá e bebendo meu primeiro gole. — Se eu precisar persegui-la até o inferno, que seja, mas desta vez... quero sentir o gosto de vencer.
— Vencer uma garota, menor de idade, cujo pai é um viciado em jogo... — Ressalta John e sua "sensatez" extrema começa a me dar nos nervos.

— Sim. Da mesma forma que você tem seus caprichos com as garotas do De'Leon, coisa que sua esposa não pode ao menos desconfiar, eu também tenho os meus — falo mencionando a boate que comandamos no submundo novaiorquino, o lucro daquela pocilga elegante é absurdo. — Então não fale comigo como se não tivesse um pau dentro dessas suas calças de grife!

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo. ♣ ♥ ♠ ♦

P.S: Mais um capítulo postados para vocês minhas amoras. Diz o ditado que os opostos se atraem, será que isso vai acontecer aqui? Para descobrir embarque nessa jornada comigo e venha descobrir. Paz e luz no coração de todos vocês boa leitura 💋

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