TOMADA PELO PÂNICO

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♥ Valentina Becker ♥

A voz soa como se ele estivesse com a boca ocupada e minha coluna se arqueia ao sentir a "coisa molhada" se arrastar para um ponto muito mais sensível que qualquer outro. Então nãoconsigo me segurar, e solto um gemido longo e frágil. Um riso novamente vibra lá embaixo, ele está usando os dedos agora. 

Está... esfregando. Minhas pernas tremem sem controle, e é tão bom... Então uma dor atropela tudo e abro meus olhos acordando por completo. A primeira coisa que vejo é o teto enfeitado, e a segunda, quando desço meu olhar para a origem do toque, me deparo com o rosto de Marcelo Clark entre minhas coxas abertas.

Ele tinha puxado meu short para o lado e tira a mão assim que dou sinais de resistência. Entro em desespero na mesma hora, me apoiando sobre os calcanhares para tirá-lo de perto de mim. Estava vendo a minha... pior!

Esteve com a boca nela! Antes que eu pudesse gritar,Marcelo sobe em mim. Minha mão entra em cheio em seu rosto, forte o suficiente para estalar. Meus pés se arrastam no colchão, tentando sair debaixo dele, mas as mãos se fecham violentas em meus pulsos.

— Não! — Consigo gritar, mas ele não para. — Marcelo, saia de cima de mim!

— Você é minha mulher agora, Valentina. Minha! — rosna e meu rosto, vejo raiva em seus olhos, cintilando. — Não vai chamar o nome de nenhum outro homem depois que eu te foder...

— Me solte!

Num reflexo tão natural quanto os anteriores, não me sobrou opção a não ser cuspir nele, atingindo seu olho e fazendo-o virar o rosto. Ignorando a saliva, sinto as lágrimas caírem ao senti-lo me virando de bruços violentamente, sua mão aperta minha nuca nocolchão quase sufocando meu choro.

Isso não pode estar acontecendo! Ele disse que não faria nada como um animal, e agora está prestes a me violar. Num ato de desespero, começo a me contorcer para fugir dele, meu choro é alto e não consigo controlar os soluços, minha cabeça dói com o esforço físico logo após a febre.

Marcelo puxa meu short para baixo, exibindo-me para ele.

— Assim não! — peço, mal contendo os soluços.

Sinto-me fraca, mas continuo gritando. Não há nada por perto que eu possa usar como arma. Encarando tudo, vejo apenas a bolsa de soro pela metade, pendurada na haste de metal.

Vou perder minha virgindade assim, com o rosto afundado num travesseiro em meio a um choro que quase corta minha respiração, que não para...

Os quadris dele se encaixam atrás dos meus, prendendo minhas pernas juntas entre as suas, mas ao contrário do que eu achava que acontecia não senti nada endurecido forçar entrada. 

Só algo macio roçando em minhas nádegas sendo massageado por ele. Passa longos segundos, apenas em cima de mim, grunhindo...

tentando algo acima dos meus gritos abafados. Depois de uma eternidade, vem o alívio que achava que não teria. Puxo o ar que me faltava, pensei que ele tentaria mais alguma coisa, mas não o vejo pela visão periférica.

Subo o short e saio da posição humilhante, descendo da cama e tomando distância do homem sentado à beira dela, com o rosto nas mãos. Está chorando?

Não ouço suspiros, quase não percebo sua respiração. Apenas a silhueta de suas costas arqueadas para frente, os cotovelos nos joelhos e a face escondida. Fico encolhida entre a parede e a enorme lareira na extremidade do quarto, se ele fizer algum movimento, eu posso usar o atiçador de brasas para me defender.

No entanto, a posição dele em seu silêncio me indicam que não pretende avançar.

— Marcelo?

— Não. — Ele me interrompe.

Eu não faço ideia do motivo de seu abalo, mas está quieto, com uma expressão assustadora de ódio e comoção. O maxilar definido sob a barba está apertado e quase posso ouvir os dentesrangerem, o peito finalmente se incha de ar e o solta, como se estivesse sufocando. Quando penso que ele continuará o que começou, simplesmente fecha as calças colocando a camisa para dentro e caminha em direção à porta sem me encarar.

♣ ♥ ♠ ♦ Contínua no próximo capítulo. ♣ ♥ ♠ ♦

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