A PEQUENA DERROTA DE VALENTINA

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♥ Valentina Becker ♥

Conclui.

— Vamos ver o que você vai escolher...

— Não brinque comigo, menina... — Disse baixo e rouco. — Ainda lembro bem de como você gemeu.

Sinto remorso ao lembrar dessa minha reação.

— Não preciso de um pau duro para ter o que quero de você — determinou. — E não finja que não gostou, porque eu só estou começando.

O foco dele percorre meu rosto, cada vez mais próximo com aquele cheiro doce de sua colônia.
O enjoo habitual veio, minha pele se arrepia e lembro ainda mais da sensação estranha da língua de Marcelo naquela noite.

Eu estava pensando em outro homem no momento, mas isso não me impediu de me sentir daquela forma.

"É uma coisa do seu corpo, não dá para controlar".

Vou ser escrava disso pelo resto da vida?

— Você sabe, Valentina? Sabe que pode ser bom também apesar da dor? — Marcelo chega mais perto e me fixo como uma estaca no chão, mesmo exposta apenas de lingerie. Esforço-me para não recuar quando os dedos dele sobem para o meu rosto, desenhando minhas bochechas e parando na boca, percorrendo meus lábios e abrindo-os. — Sabe que vai parar de doer em algum momento e depois não vai mais conseguir evitar de se satisfazer? Sabe que quando isso acontecer, vai ser totalmente minha?

Com um movimento mínimo ele avançou um pouco a ponta dos dedos para entre meus dentes, pegando um pouco da saliva e em seguida esfregando nos próprios lábios como se estivesse degustando.

É horrível admitir, mas Marcelo Clark é um homem bonito, mas eu não me deixaria levar por sua bela aparência.

— Você não pode se controlar... — Sussurra antes de molhar novamente o dedo com a própria língua e seguir outra vez por minha pele, desta vez, descendo pelo meu pescoço. — E não é uma coisa ruim...

Travo o maxilar e tento manter a calma. Sinto o arrepio instintivo acompanhar o toque que aproxima perigosamente do meu colo, parando apenas nas bordas da renda do sutiã, acompanhando o ritmo da minha respiração pesada.

Com facilidade, os dedos dele abaixam o tecido em apenas um seio, expondo o mamilo ao frio, fazendo-o endurecer por inteiro. Estava terrivelmente certo, é impossível controlar.

— Apenas sinta, minha querida... — Murmurou, arrastando ainda mais a ponto de prendê-lo na curva do meu seio e deixar a mão livre para trabalhar. — Feche os olhos...

Reluto forte em minha mente, porém, a voz de Erik me surge em meus pensamento dizendo que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.

Nos livros que li na biblioteca, identifiquei tantas histórias no curso do mundo em que grandes homens foram dobrados por uma mulher da qual não podiam ficar longe.
Guerras travadas por décadas, cujo único motivo era o que eu estava negando àquele homem. A busca incessante pelo prazer da carne.

Eu não o quero. Nunca vou amá-lo. Marcelo Clark nunca vai ser o homem dos meus sonhos, o que idealizei para uma vida que me faça feliz.

Nunca será capaz disso. Tenho certeza quanto a isso, porém, ele é um homem e é guiado por instintos primitivos e banais.

Assim como Erik me desejou por alguns minutos, o suficiente para me dar prazer em troca do próprio, aquele desgraçado também faria igual.

Uma pequena derrota para um bem maior. Ludwig mais uma vez estava correto. Eu precisava ser esperta.

Então fechei os olhos e tentei me preparar mentalmente e fiz o mesmo com meu corpo.
Entretanto, nada aconteceu.

O ar em volta não tinha mais cheiro e Marcelo já estava fechando a porta com sua risada grave ecoando pelos corredores.

♣️♥️♠️♦️ Contínua no próximo capítulo. ♣️♥️♠️♦️

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