♥️ Valentina Becker ♥️
Acordei dolorida e não vi o Erik. Já estava no meu quarto, vestida com pijama. Ao lembrar da noite passada, sinto meu rosto queimar. Ele foi tão cortês que me surpreendeu. Seus movimentos foram tão cautelosos... ele colocou meu bem estar e conforto acima do seu prazer. Isso só reforçou a minha sábia decisão de me entregar a ele primeiro.
Agora meu corpo já não é inocente e não serei tão inexperiente. Vou saber como agir quando chegar a hora com Marcelo…
Me levanto e vou ao banheiro, tomo um banho e a lembrança do ocorrido não sai da minha cabeça, os toques e o gosto dele ainda estão bem vivos. Saio do banheiro e vou ao Closet, escolho uma camisa branca, uma calça jeans desbotada nas coxas, e calço a meia e a bota cano longo. Ao sair do quarto, vejo que Erik não está.
— Bom dia Luke, onde está o Erik?
— Ele saiu para resolver uns negócios, mas disse que não demoraria e pediu para avisar a senhora.
Fiquei curiosa. Que negócios ele teria aqui? Ele não é de Dover… o que teria para resolver aqui? Por que diabos estou irritada com isso?
Sigo para a cozinha e tomo meu café. Não consigo parar de pensar em Erik. Será que ele se arrependeu? Será que ele tem um outro alguém? Controle-se, Valentina. Você tem que se lembrar que é uma mulher casada.
Meus sentimentos estão aflorados. Como vou reagir a partir de agora? As pessoas podem desconfiar.
Peço à Arlete para arrumar minhas coisas, pois acho que o melhor a fazer é retornar para a casa de New York.
Volto para o quarto, escovo meus dentes e ajudo Arlete arrumar minhas coisas. Então chamo o segurança.
— Luke, leve as malas para o carro. Vamos retornar agora mesmo para sede. Não demore, quero sair imediatamente.
Informo, já fechando a porta do quarto com minha bolsa em mãos.
— Mas senhora, não tenho autorização para sair daqui. Preciso confirmar com Erik. — Ele se justifica tentando pegar o seu celular.
— Marcelo irá saber desse seu comportamento em não fazer o que te pedi. Já que sua função é me servir. Então faça o que estou dizendo. Prepare o comboio para o meu retorno.
Adverti o rapaz e o segui pelo corredor, antes de descer os degraus. Arlete nos acompanha.
Sigo para fora e Luke começa a dar ordens e a carregar as malas. Não demora muito para partirmos. Permaneço em silêncio, observando a paisagem. Algumas horas de viagem, vejo a fachada da casa e respiro fundo. Dou dois tapinhas no meu rosto, procurando me encher de coragem. Quando o comboio para, Dave, que estava fazendo ronda, abre a porta. Me apresso para entrar em casa e vejo Helga.
— Onde está Marcelo?
— Senhora, ele está no escritório, em reunião.
Com sua resposta, caminho para o escritório e empurro a porta e vejo o espanto com uma mistura de fúria em seu semblante.
— Mais que caralhos está fazendo aqui? — Ele se levanta da sua poltrona e vem em minha direção. — Eu mandei ficar em Dover até segunda ordem. Onde está Erik que desacatou a minha ordem?
— Você trata sua esposa como seus capangas? Um marido nunca deve dar ordem a mulher, ele pede com jeito e ela pode acatar o seu pedido. Mas vejo que estou sobrando aqui! Vou para meu quarto, me desculpe por incomodá-los. — Saio do escritório e vou para o meu quarto.
Me deito na cama e permaneço nela, encolhida na posição fetal. Fecho os olhos e deixo as lágrimas limpar minha alma. Minha vida está de pernas pro ar… Não estou conseguindo manter a rédeas dela, não tem nada mais frustrante do que não controlar sua própria história…
Ninguém me incomodou e agradeci em silêncio essa privacidade.
Fechei os olhos e o sono me pegou. Sinto um toque sútil e agradável que eu conheço bem. Mamãe, estou em uma casa que não reconheço e é tão linda e luxuosa quanto a de Marcelo. Mas onde ela conseguiu dinheiro para ter uma casa assim?
— Mamãe, como é bom te ver. Sinto tanto sua falta. De nossas conversas, seus conselhos. — Dou um abraço apertado e sinto as lágrimas rolarem.
— Meu amor, sempre que precisar é só me avisar que venho ver você. Sei que está com medo, mas não precisa. Ser mãe é maravilhoso, filho é um presente de Deus. Seu marido vai ficar feliz em saber que será pai. Para de ser boba e faça as pazes com ele. Não sei mais dividir meu espaço com um homem, deixa ele voltar para casa de vocês, não seja boba e não separe sua família por conta de ciúmes. — Recebo um puxão de orelha da minha mãe.
Fico em choque com o rumo que a conversa está tomando e levo a mão na barriga. Eu mãe? Não pode ser... Erik...
— Valentina, precisamos conversar. — Ouço a voz de Erik, lá longe. Devo estar sonhando, ele não entraria no meu quarto.
— O que está fazendo no quarto da minha esposa? Quem te deu ordem para entrar? Saia. — A voz aguda e irritada de Marcelo me desperta, e vejo sua ira.
— Clark, solte-o. Ele estava checando o quarto para mim. Eu ouvi um barulho e fiquei com medo. — Inventei uma desculpa qualquer para evitar o pior. — Enquanto ele verifica, pode ficar comigo?
Seguro a barra de sua camisa fazendo cara de triste. Quando toco em seu ombro, vejo que ele tenta conter uma expressão de dor.
— O que houve? Está tudo bem com você?
— Não foi nada. Vamos te mudar de quarto. Hoje ficaremos juntos, assim você não precisa ter medo, enquanto isso, os soldados vão fazer uma varredura aqui. — Suspiro pesado e concordo.
Evito olhar para Erik, pois se fizesse, certamente me entregaria ao demonstrar a felicidade em tê-lo ao meu lado. Quando chegamos em outro quarto de hóspedes, onde a lareira estava acesa, me aproximo e sento no chão para me esquentar. Sinto uma manta envolvendo o meu corpo enquanto Marcelo se senta ao meu lado. Minha barriga ronca.
— Você está gelada, Valentina, tem que se cuidar. Já jantou? Ainda continua com a mesma roupa. — Ele esfrega meu braço tentando me aquecer.
— Não jantei, estava deitada dormindo quando ouvi o barulho e chamei o segurança. — Expliquei, repousando minha cabeça em seu ombro.
Dessa vez ele solta um gemido e se afasta.
— O que houve com seu ombro, Marcelo?
Novamente ele evita falar sobre o assunto.
— Vou pedir para Arlete te trazer alguma coisa para comer e uma roupa para tomar banho.
⛁⛃⛁ Contínua no próximo capítulo. ⛁⛃⛁
P.S: Mais um postados meus amores. Como disse, não sou uma autora nada clichê. Será que tenho apoiadoras que pensam como eu que Valentina tem o direito e deve se entregar a quem ela quiser, ao invés de aceitar as loucuras de seu algoz e entregar aquilo que mais aprecia a quem odeia? Deixem seus comentários, estou ansiosa para saber a reação de vocês. Paz e luz no coração e até o próximo capítulo.
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Sem Escolha
Romance"Aos dezessete anos, Valentina nunca imaginou que a roleta do destino giraria de forma tão cruel contra sua vida. Quando o próprio pai a oferece como pagamento de uma aposta perdida, Marcelo Clark, um sanguinário mafioso, bate à sua porta para busca...