♠ Marcelo Clark ♠
Desperto com um barulho irritante. Nesse quarto se ouve tudo, vou precisar colocar isolamento acústico urgente, assim ela não vai conseguir descansar bem.
Ouço vozes importunas e familiares. Caramba, estou ficando nervoso ouvindo os gritos daquelas mulheres! Preciso descansar, John logo vai chegar para irmos ao Bunker recepcionar o invasor, e não consigo ficar de bom-humor com essa palhaçada atravessando o piso.
Jogo as cobertas e saio a passos largos para acabar com a confusão.
— Que porra vocês estão fazendo aqui? — pergunto sem nenhuma gentileza. Anne, Susane e Tiffany estão no meio da escadaria berrando umas com as outras. Eu não estou com saco para sexo, não com Valentina ainda me assombrando.
— Marcelo, eu vim porque fiquei sabendo que ontem aconteceu algo que te deixou bem estressado. — Com meu tom nada feliz, Anne já vai logo se justificando.
— Eu vim porque hoje é meu dia de visita! — Me esqueci que elas têm dia certo para vir. E hoje é dia da Susane com essa situação da Valentina passou batido.
— Eu quero uma explicação, Marcelo, que história é essa de você está namorando? — Tiffany é a mais atrevida das três, e como sempre me questiona.
— O que? Você está namorando? Não pode fazer isso com a gente! — Susane agarra meu braço e fala com voz de choro.
— Isso mesmo Marcelo, você não é homem de uma só mulher.
Essas mulheres todas estão me torrando a paciência...
— Desde quando eu devo satisfação a vocês? — grito. Às três calam a boca na hora e ficam atordoadas. — Eu não quero saber de vocês fazendo ceninhas de ciúmes na minha casa. Susane, suba. As outras deem o fora. Não estou com cabeça para bagunça hoje.
Ela obedece no mesmo instante, enquanto assisto as outras seguirem para a porta. Entro no quarto e ela já está esperando, sentada na cama com as mãos sobre o colchão e as coxas separadas.
Fico em pé entre elas e sem muita paciência retiro a ereção matinal da calça com uma mão enquanto com a outra a agarro por trás da cabeça, fazendo-a descer a boca até ela. Fecho os olhos quando sinto sua língua deslizar e minha imaginação pensa em outra pessoa.
— Seja uma boa garota dessa vez... — falo rouco, tentando reproduzir o cheiro diferente e delicado. — Prometo que vou fazer devagar...
— Hum, isso não faz o seu tipo, Marcelo. — Ouço a voz de Susane e isso quebra um pouco minha fantasia, então forço meu pau em sua garganta fazendo-a engasgar.
— Fique quieta, porra.
Agarro firme seu cabelo e começo a mover a cabeça dela devagar, para frente e para trás. Penso no gosto de Valentina, em como é quente e em como geme deliciosa.
Lembro do tremor em suas pernas sobre os lençóis enquanto eu devorava sua boceta fechada e tento visualizá-la me chupando. Pensar na inexperiência dela me deixa louco, apesar das chupadas que recebo serem habilidosas.
Tento desviar ao máximo de seus gritos de pavor, focando-me em quando estava fazendo devagar, relaxando-a inteira durante o sono, trazendo-a para a consciência em chamas.
— Porra, Valentina... — sussurro entre os dentes, e sinto uma breve hesitação no oral, aplaco-a rapidamente forçando meu próprio ritmo.
Meus músculos ficam tensos, minhas pernas travam e logo sinto um arrepio pelo corpo inteiro. Gozo dentro daquela garganta apertada, liberando-a apenas depois de satisfeito e de constatar que ainda consigo fazer isso sem problemas.
Coloco o pau de volta para dentro e me afasto para pegar um cigarro. Susane está parada, limpando os lábios, seus cabelos estão bagunçados e seu olhar perdido. Ela sempre engole, me pergunto se Valentina também faria isso.
Então ela olha para mim.
— O que está esperando? — indago e aponto para a porta. Felizmente ela entende o recado, e com timidez se levanta, saindo.
Inclino o corpo para alcançar um baú velho e o destravo. Tiro minha relíquia. Eu não sou uma pessoa neurótica por armas. Normalmente, ando com minha Glock 22 para cima e para baixo. Básica, eficiente, fácil de carregar e manusear.
É discreta. Porém, momentos especiais pediam armas especiais. Acaricio o cano da Pump Boito, uma espingarda que usei poucas vezes nessa vida, mas que passava muito tempo limpando-a e lustrando-a, imaginando usá-la em uma caçada dessas. Dava um certo prazer ouvir o barulho, sentir a pressão do coice de um calibre 12.
Assim que sou informado da chegada de John, caminho em sua direção. Seguimos direto para o Bunker. Tenho que descobrir os malditos planos dos russos e quais seriam suas artimanhas em querer atacar a minha mulher.
Eu estou puto. Valentina estava sendo um desafio para mim, logo eu que sempre consegui manter todas sob controle. O fato de não saber como tiveram ciência dela e o que seriam capazes de fazer para me atingir, faz meu sangue fervilhar.
Aperto o cabo da arma, imaginando em como mostrarei minha cortesia. Quando chego, já vejo o maldito amarrado. Ao me ver, ele me lança um sorriso.
— É assim que o seu mandante se apresenta para uma reunião com outro líder? Ameaçando a minha mulher? — pergunto, alisando minha 12.
Pela sombra dos olhos dele, percebo que eu o surpreendi ao mostrar que havia descoberto seu segredo rápido demais. Mas que belo filho de uma puta arrombado. Minha vontade é de escalpelá-lo, mas preciso ser paciente.
— A que devo a honra da visita do líder da Ragazzi? — pergunta, se remexendo da cadeira onde está amarrado.
— Para ser sincero, você não vale porra nenhuma para mim. Só está vivo porque vai ligar para seu chefe e avisá-lo que estou aqui, doido para bater um papo com ele.
O desgraçado mostra todos os dentes num sorriso cínico que me irrita. Observo, pelo canto do olho, que Dave está parado bem ao meu lado, com sua arma em punho.
— Acha que meu chefe virá apenas para saciar sua vontade? — Ele abre as pernas, sem desviar os olhos dos meus. — Sou um mensageiro apenas, além de mim terá outros, seu fedelho. É preciso mais que isso para tentar me assustar e chamar a atenção dele. Já ele, encontrou algo que tira o seu autocontrole e te colocará em apuros. Perderá seu território.
♣️♥️♠️♦️ Contínua no próximo capítulo ♣️♥️♠️♦️
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Sem Escolha
Romance"Aos dezessete anos, Valentina nunca imaginou que a roleta do destino giraria de forma tão cruel contra sua vida. Quando o próprio pai a oferece como pagamento de uma aposta perdida, Marcelo Clark, um sanguinário mafioso, bate à sua porta para busca...